terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Beata Francisca Ana Cirer y Carbonell – 27 de fevereiro


Martirológio Romano: No lugar de Sencelles, na Ilha de Maiorca, a Beata Francisca Ana de Nossa Senhora das Dores Cirer Carbonell, virgem, que, sem saber ler nem escrever, mas movida pelo zelo divino, entregou-se a obras de apostolado e caridade, e fundou a comunidade das Irmãs da Caridade († 1855)
 
     Nasceu em Sencelles, Maiorca (Ilhas Baleares), Espanha, no dia 1º de junho de 1781, filha de João Cirer e Joana Carbonell, agricultores tão pobres que nunca puderam deixá-la frequentar a escola, mas tão fervorosos, que no mesmo dia do seu nascimento a levaram à fonte batismal, quando recebeu o nome de Francisca Ana Maria Boaventura.
     Sem saber ler nem escrever, entretanto aprendeu a doutrina católica de viva voz e mereceu ser crismada aos sete anos por Mons. Pedro Rubio Benedetto, bispo da diocese, e em seguida, admitida à Primeira Comunhão.
     Crescendo, adquiriu a sabedoria das virtudes católicas com tal perfeição, que a levava a praticá-las todas em grau heroico e a tornava capaz de ensinar o catecismo às crianças, o que fazia após as Missas do domingo.
     Aos treze anos tentou entrar no convento de La Piedad, em Palma, mas não obteve o consentimento do pai, por isso permaneceu em casa, levando uma vida isolada de piedade. Ajudava aos pais nos trabalhos domésticos e agrícolas, mas, com a permissão dos pais, voltava à igreja no fim do dia para tomar parte no Rosário ou na Via Sacra.
     Em 1798, aos 17 anos, ingressou na Ordem Terceira de S. Francisco e, em 1813, na Confraria do Santíssimo Sacramento.
     A Beata tinha grande devoção à Santíssima Trindade, à Paixão de Cristo e a Nossa Senhora das Dores, a quem honrava com o terço diário e o jejum sabatino. Rezava com frequência pelas almas do Purgatório.
     Em 2 de maio de 1815, a Beata, que compreendia a importância da conformidade com a vontade de Deus e obedecia sem lamentações, recebeu a revelação de que sua casa seria transformada em um convento das Filhas de Caridade de São Vicente de Paula.
     Após a morte de seus irmãos e de sua mãe, dedicou-se com seu pai às tarefas agrícolas, sem descuidar do cuidado dos mais pobres, que a chamavam, por seu caráter alegre e dedicado, de "sa tia Xiroia".
     Aos 40 anos, Francisca ficou órfã de pai. Sendo praticamente impossível realizar seu desejo de se tornar religiosa pela idade, falta de instrução e sem dote, procurou viver como verdadeira religiosa no mundo, em companhia de uma prima, Clara Llabrés, e depois de alguns anos, de Madalena Cirer, sua sobrinha. 
Convento das
Irmãs em Sencelles
    
     Finalmente, aos 70 anos, no dia 23 de dezembro de 1850, com a aprovação de seu pároco, sua casa tornou-se convento das Irmãs da Caridade, que foi juridicamente aprovado no dia 7 de dezembro de 1851. Tinham por finalidade cuidar dos doentes e ensinar o catecismo em casa e nas paróquias. Naquele dia ela e as duas companheiras vestiram o hábito. Francisca foi eleita para ficar à frente do grupo; governou com sabedoria, prudência e humildade, cuidando da perfeita observância dos votos religiosos.
     A Beata faleceu repentinamente no dia 27 de fevereiro de 1855, aos 76 anos de idade, após ter recebido a Santa Comunhão. Seu funeral foi triunfal. Seus restos são venerados no Oratório da Casa de Caridade de Sencelles.
     Numerosos milagres, êxtases frequentes e outros fenômenos místicos foram atribuídos a ela durante sua vida. A reputação de santidade que desfrutou desde o momento de sua morte levou ao início do processo de beatificação em 1899. No entanto, isso não culminou até que ela foi solenemente proclamada beata pelo Papa João Paulo II em 1º de outubro de 1989, após a confirmação de um milagre obtido por sua intercessão.
 
Fontes: LaVerdadCatolica.org
https://es.catholic.net/
Bibl.: B. Colombás Llull, Francisca Ana Cirer, una vida evangélica, Palma de Mallorca, Hermanas de la Caridad de San Vicente de Paul, 1971; T. Suau Puig, Sor Francinaina Cirer, una vida para los otros, Palma de Maiorca, Hermanas de la Caridad de San Vicente de Paul, 1992; J. Bouflet, Encyclopedie des phénomènes extraordinaires dans la vie mystique, I, Paris, Le jardin des Livres, 2002, pp. 23-25.
Frances Anne abençoada | Academia Real de História (rah.es)

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