domingo, 3 de março de 2013

Santa Cunegundes, Imperatriz - 3 de março

Sta. Cunegundes e seu esposo Sto Henrique
     Santa Cunegundes era filha de Sigfrid, primeiro Conde de Luxemburgo, e de Hadeswige, sua piedosa esposa. Ela nasceu por volta do ano 975. Eles instilaram nela desde o berço os sentimentos mais ternos de piedade; casaram-na com Henrique, Duque da Baviera.
     Ela foi coroada em Paderborn no dia de São Lourenço, ocasião em que fez grandes presentes para as igrejas da cidade. No ano de 1014, Cunegundes foi com o marido a Roma, e recebeu a coroa imperial com ele das mãos do Papa Bento VIII.
     Antes de seu casamento, com o consentimento de Henrique, ela fez voto de virgindade. Caluniadores depois a acusaram junto a ele de ter tido liberdades com outros homens. Para remover o escândalo de tal calúnia, confiando em Deus, a santa imperatriz andou sobre brasas incandescentes sem ser ferida provando assim sua inocência. O imperador condenou suas suspeitas e credulidade, e fez as pazes com ela. Eles viveram a partir desse momento com a maior união de corações, trabalhando para promover a honra de Deus e o avanço da piedade.
     Tendo certa vez se retirado em Hesse, ela caiu gravemente enferma e fez um voto: caso ela se recuperasse, fundaria um mosteiro, o que aconteceu. O mosteiro foi mandado executar por ela de forma imponente em um lugar chamado então Capungen, agora Kaffungen, perto de Cassel, na diocese de Paderborn, e deu-o às religiosas da Ordem de São Bento.
     Antes que a construção acabasse, Santo Henrique morreu, em 1024. Ela recomendou sua alma às orações dos súditos, especialmente às suas queridas monjas, e expressou seu desejo de se juntar a elas. Ela já havia esgotado os seus bens fundando bispados e mosteiros, e no auxílio aos pobres. Tudo o que era rico ou magnificente ela pensava ser mais adequado dar às igrejas do que ao seu palácio. Ela, portanto, tinha agora pouco para dar. Mas estava ainda sedenta de abraçar a pobreza evangélica perfeita e de renunciar a tudo para servir a Deus sem obstáculos.
     No dia do aniversário da morte de seu marido, no ano de 1025, ela reuniu um grande número de prelados para a dedicação da igreja de Kaffungen, e, após a leitura do Evangelho na Missa, Cunegundes ofereceu um pedaço da verdadeira cruz; depois tirou suas vestes imperiais e vestiu-se com um hábito pobre, seu cabelo foi cortado e o bispo colocou o véu e um anel como garantia de sua fidelidade a seu esposo celeste.
     Assim que foi consagrada a Deus, parecia ter esquecido totalmente que ela tinha sido imperatriz, e comportava-se como a última na casa. Nada ela temia mais do que aquilo que pudesse trazer-lhe à mente a lembrança de sua antiga dignidade. Ela rezava e lia muito, trabalhava com suas mãos, abominava a mínima aparência de mundanismo, e tinha um prazer singular em visitar e confortar os doentes. Assim ela passou os últimos 15 anos de sua vida, sem nunca gozar da menor preferência a qualquer religiosa da comunidade.
     Suas mortificações tornaram-na muito fraca e causaram sua última enfermidade. Seu mosteiro e toda a cidade de Cassel ficaram penalizados diante do pensamento de sua perda estar se aproximando; ela porém não parecia se preocupar: deitada sobre um tecido grosseiro, estava pronta para entregar sua alma, enquanto as orações da agonia eram lidas ao lado dela. Percebendo que estavam preparando um pano com franjas de ouro para cobrir seu corpo após a sua morte, ela ordenou que fosse retirado. Ela não ficou descansada enquanto não lhe foi prometido que ela seria enterrada como uma pobre religiosa em seu hábito.
     Ela faleceu no dia 3 de março de 1040. Seu corpo foi levado para Bamberg e enterrado perto do de seu marido. A maior parte de suas relíquias ainda permanece na mesma igreja. Ela foi solenemente canonizada por Inocêncio III, em 1200. O autor de sua vida relaciona muitos milagres ocorridos em seu túmulo ou pela intercessão desta santa virgem e viúva.

De sua vida, escrito por um cânone de Bamberg, cerca do ano 1152: também a Dissertação de Henschenius, p. 267
cfr. As Vidas dos Santos, por Rev. Alban Butler, 1866. Volume III: Março, p. 501-502

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