quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Beata Eufemia Domitila, Princesa, dominicana- 17 de janeiro

   
      Em 1299, no castelo de Racibórz (uma cidade na Silésia), nasceu Eufêmia, a segunda filha do duque Przemislau de Ratibor e de sua esposa Ana, filha de Konrad II Czerski. A menina adotou o sobrenome da avó paterna, com o diminutivo Ofka. Seu pai fez um voto a Deus e à Virgem Maria de que fundaria um convento dominicano onde uma de suas filhas se tornaria freira. A promessa tornou-se realidade poucos anos depois, em 1306, com a construção do Convento de Santp Espírito.
    Ofka passou a infância na corte, recebendo uma educação profundamente religiosa. Ela estudou no convento de Santa Catarina, passando muitas horas do dia em oração: gostava de meditar em particular na Paixão do Senhor, mesmo com vigílias noturnas. Ela tinha grande devoção ao Santíssimo Sacramento e se preparava cuidadosamente para assistir à missa. Ela acrescentou atos penitenciais às suas orações: jejum e cilício. 
    O seu primeiro biógrafo narra um acontecimento milagroso que confirmou sua vocação: uma noite ela viu a igreja dominicana em Racibórz iluminada por três raios e num fulgor a pomba do Espírito Santo. Assim, o voto de seu pai se tornou realidade, embora o casamento com o Duque de Brunswick estivesse sendo arranjado em 1311. 
     Aos 14 anos, Ofka vestiu o hábito religioso, com uma cerimônia solene, tornando-se Irmã Domitila Eufemia. Ela viveria o resto da vida em reclusão.
     Ela ocupou o cargo de prioresa várias vezes, pelo menos nos anos de 1341, 1344 e 1349-1359. Existem trinta e um documentos legais assinados por ela, sabemos também que ela se dedicou à construção da igreja, até 1334, e à expansão do mosteiro graças às generosas doações que conseguiu administrar. 
     Nicolau II de Przemyśl foi tão benevolente com o mosteiro que confiou suas três filhas às freiras para educação: Agnieszka e Elżbieta, mais tarde se tornaram freiras, enquanto uma irmã entrou depois de ficar viúva. Irmã Eufemia Domitila conseguiu obter do Papa Clemente VI a aprovação do mosteiro, de estrita observância, com uma bula papal datada de 6 de junho de 1343.
      A espiritualidade de Irmã Eufêmia era cristocêntrica, mas ela também tinha uma forte devoção mariana, tanto que era sempre retratada com o Rosário na mão. Ela levou suas monjas a viver uma consagração autenticamente contemplativa, no espírito da Ordem dos Pregadores. Ela também cuidou da educação das meninas do mosteiro como internas. 
     Para os pobres e necessitados que batiam à porta do convento, nunca faltou ajuda, mesmo em tempos de dificuldades econômicas devido a guerras ou desastres naturais. Ao longo dos anos, a Irmã Eufemia Domitila intensificou suas práticas ascéticas, e sua vida de abnegação era bem conhecida além dos muros do convento.
      Após cerca de um ano de doença, ela morreu em 17 de janeiro de 1359 e foi enterrada na cripta sob a capela de São Domingos, no mausoléu dos Duques de Racibórz. Sua memória permaneceu viva, alguns retratos foram espalhados. Um número cada vez maior de pessoas, rezando a ela, obtinham graças e milagres. 
     O processo de beatificação foi iniciado em 1606 e uma biografia foi publicada. Em 1659, no 300º aniversário de sua morte, a cripta foi reformada e seus restos mortais foram examinados. Em 1737, a capela e o túmulo de Eufêmia foram reconstruídos em estilo barroco tardio. 
     Nos anos de 1734-1735 o processo de beatificação foi retomado, interrompido pelas guerras e em 1810 pela supressão do mosteiro. Em 1821, as relíquias foram transferidas para a Capela Polonesa da igreja paroquial. Em 1936, o sarcófago foi restaurado, mas infelizmente em 1945, quando o Exército Vermelho conquistou Racibórz, ele foi incendiado. Irmã Eufemia Domitila é venerada como beata pelo povo, uma Confraria local a considera sua fundadora.
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Racibórz

   O Ducado de Racibórz foi formado em 1172 como território de Mieszko, tendo como principais cidades Racibórz, Koźle e Cieszyn.
     Após várias anexações, em 1327 o filho do Duque Przemysław, Duque Leszek, prestou homenagem a D. João da Boêmia, após o que seu ducado se torna um feudo da Boemia.
     Após Leszek morrer sem herdeiros, em 1336, o Rei João concedeu o ducado para o Duque Nicolas II de Opava, formando o Estado Ducado de Opava e Racibórz. O ducado iria sofrer várias alterações territoriais até em 1521 foi novamente fundido com Opole sob o governo do Duque Jan II, o Bom.
      Após a morte do Duque Jan em 1532, o Ducado de Opole e Racibórz voltou a pertencer aos Habsburgo, reis da Boêmia desde 1526. O feudo foi dado em penhor ao Margrave George de Brandenburg Ansbach da Casa de Hohenzollern, mais tarde brevemente para a polonesa Casa de Vasa e, finalmente, foi anexado e incorporado ao Reino da Prússia pelo Tratado de Breslau em 1742.
     O título de "Duque de Ratibor" foi adquirido pelo Landgrave Victor Amadeus de Hesse Rotenburg em 1821. Em 1840 o rei Frederico Guilherme IV da Prússia concedeu-o para o sobrinho do landgrave, Príncipe Victor de Hohenlohe Schillingsfürst, que por sua vez renunciou em favor de seu irmão mais novo Chlodwig.
     Atualmente Racibórz é uma cidade da Polônia, do Condado de Raciborski. Estende-se por uma área de 74,96 km2, com 60.218 habitantes, segundo o censo de 2006.

Racibórz, Igreja do Espírito Santo



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