Seus pais eram muito piedosos e amavam
sua filha mais do que tudo no mundo. Eles percebiam que embora a menina lhes
devotasse também um grande afeto, não era feita para este mundo. Frequentemente
sua mãe a encontrava ajoelhada em algum canto do palácio em profunda oração.
Toda vez que as pessoas falavam de Deus seus olhos brilhavam. E seus pais
notaram que várias vezes, quando se mencionava Jesus no Santíssimo Sacramento,
sua face se tornava quase transparente. Ela desejava ardentemente fazer a
Primeira Comunhão, mas ela não tinha ainda a idade exigida na época.
Apesar de sua pouca idade, após
insistência contínua dela, os pais a deixaram ficar com as monjas de um
convento próximo. Era comum, na época, as meninas serem educadas por religiosas
em seus mosteiros.
Ela entrou no mosteiro das dominicanas de
Santa Maria Madalena do Val di Pietra, onde hoje existe o convento dos
capuchinhos, e deram-lhe o nome de Imelda. A comunidade era composta das Cônegas
Regulares de Santo Agostinho, que no fim do século passaram para a Regra
Dominicana.
No convento, a pequena Imelda era como um
peixe dentro d’água. Ela amava o silêncio, os longos corredores de pedra com
seus belos arcos, os hábitos branco e preto das monjas, os cânticos, as
orações, o trabalho. Mais do que tudo, ela amava o tabernáculo. Finalmente ela
estava sob o mesmo teto com o seu Jesus. Sempre que os horários do mosteiro o
permitiam, lá estava ela de joelhos no coro observando do alto a capela do
convento, seus olhos fixos no tabernáculo.
Na vida comunitária ela era como um raio
de sol no meio de tantas irmãs adultas. Devido a sua tenra idade, a Reverenda
Madre também não queria que Imelda participasse de todos os atos da comunidade.
Dois
anos se passaram. Somente uma coisa a
entristecia na sua vida no convento: ela ainda não tinha conseguido receber a
Primeira Comunhão. Quando ela via as irmãs comungando sua alma ardia de desejo
de estar entre elas. Às vezes ela não conseguia conter suas lágrimas. Então,
ela suplicava aos céus para terem misericórdia dela e encontrar uma maneira de
fazê-la comungar.
Na Vigília da Ascensão, dia 12 de maio de
1333, Imelda assistiu a Santa Missa na capela, junto com outras educandas e as
Irmãs. Ao chegar a hora da Comunhão, ajoelhada, Imelda rezava com fervor
desejando receber Jesus.
No fim da Missa, quando as monjas saíram
do coro em fila, a última virou-se para olhar a pequena figura branca ainda de
joelhos em oração. Imelda normalmente permanecia mais tempo lá, sem se mexer e
absorvida na oração. A comunidade, acostumada com este seu hábito, deixava-a
ficar.
Foi quase que automaticamente que a irmã
olhou para trás para dar uma olhada e para se encantar com aquela pequena
maravilha de piedade Eucarística. A respeitosa irmã parou espantada, e ficou
como que pregada ao solo. Lá estava a menina ajoelhada, com a cabeça baixa,
como sempre, mas pairando sobre ela havia uma Hóstia branca, brilhando no meio
de uma suave luminosidade.
Avisada pela irmã, a comunidade toda se
apressou em voltar para o coro e caiu de joelhos diante do incrível sinal. A
Madre Superiora entendeu. Não havia dúvida que Nosso Senhor queria que aquela
menina O recebesse. Ela chamou o capelão que rapidamente se aproximou com uma
patena de ouro. Assim que ele chegou perto da menina ajoelhada, a Hóstia desceu
sobre a patena.
Neste momento, Imelda, que o tempo todo
tinha permanecido com a cabeça baixa e os olhos fechados, vagarosamente
levantou sua face radiante e abriu seus lábios. Tomando a Hóstia, o padre
capelão deu-lhe a Comunhão. Ela abaixou a cabeça uma vez mais e permaneceu
imóvel.
Após um longo tempo, a Madre Superiora se
aproximou dela. Tomando gentilmente Imelda pelos ombros, a boa monja tentou
fazê-la erguer-se, mas Imelda caiu em seus braços. Sua face tinha uma expressão
de inexprimível beleza.
Imelda tinha dito certa vez, "Eu não sei como se pode receber Nosso Senhor
e não morrer!" Agora, ela O tinha recebido e o seu primeiro encontro
com Jesus Eucarístico fora demais para seu pequeno coração ardente. Ela se fora
com Ele.
Em 1582, as dominicanas se transferiram
para o interior dos muros de Bolonha, obtendo da Cúria a transladação das
relíquias da Beata, que hoje se encontram na igreja de São Segismundo. Desde
então o seu nome foi inserido no catálogo dos Santos e Beatos da Igreja da
Bolonha.
Sob o pontificado de Bento XIV
(1740-1758), que a recordou em uma obra sobre canonizações dos Servos de Deus,
o culto da beata foi confirmado. Porém, a beatificação somente foi concretizada
com o Papa Leão XII em 20 de dezembro de 1826. A canonização foi retomada em
1921 prosseguindo até 1942, quando foi paralisada por dificuldades de caráter
histórico.
As relíquias de Imelda repousam num belo relicário na Igreja de São Segismundo, em Bolonha. Na imagem que a representa, sua bela
face é iluminada pelas luzes de um êxtase e parece dizer: "Meu Jesus, Ele é minha recompensa
imensamente grande!"
A pequena Imelda Lambertini é festejada no
dia 12 de maio. Em 1908, São Pio X declarou-a patrona das crianças que fazem
sua Primeira Comunhão. Naquele mesmo ano ele decretara que as crianças menores
de 12 anos podiam ser recebidas à Primeira Comunhão.
O culto à pequena Imelda se difundiu com a
crescente devoção eucarística no mundo todo. É a patrona venerada dos Pequenos
Devotos do Rosário e Benjamins da Ação Católica.
Na França, o mosteiro de Prouilles fundou
em sua honra uma Confraria, aprovada pelo Sumo Pontífice, e colocada sob a
direção da Ordem Dominicana.
Finalmente, o Servo de Deus Padre Joaquim
Pio Lorgna (1870-1928), dominicano, colocou sob sua proteção a Congregação que
fundou, as Irmãs Dominicanas da Beata Imelda, hoje presente na Itália, Brasil,
Albânia, Filipinas, Camarões, Bolívia.
Etimologia: Imelda = do
alemão antigo, Himilhilde: “guerreira (hilde) do céu (himil)” ou “guerreira
celeste”.
Imagem de cera que se encontra na Igreja de S. Sigismundo - embaixo, relicário contendo os ossos da Beata Imelda |
Igreja de São Sigismundo, Bolonha, Itália |
Por obséquio vós sabeis como adquirir a relíquia desta beata? Grato .... beata Imelda Rogai Por nós
ResponderExcluirLindo.
ResponderExcluirLindo d+
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