terça-feira, 28 de novembro de 2017

Nossa Senhora das Dores de Kibeho, África - 28 de novembro

As três videntes de Nossa Senhora: Afonsina, Maria Clara e Natalia.

     Nossa Senhora das Dores apareceu a três jovens, Afonsina Mumureke, Natália Mukamazimpaka e Maria Clara Mukangango entre 1981 e 1982, em Kibeho, Ruanda, centro da África. Foi a primeira aparição da Virgem Maria no continenteafricano reconhecida por autoridades da Igreja Católica.
     No final de 1981, Kibeho era apenas uma das pequenas aldeias pertencentes à diocese de Gikongoro. Nela havia um colégio fundado e dirigido por três Irmãs católicas, onde jovens ruandesas estudavam para serem secretárias ou professoras primárias. Como não se tratava de colégio para formação de religiosas, ali não se vivia um clima particular de devoção, pois sequer possuía uma capela. Podemos entender aí o fundamento das aparições de Maria Santíssima.
     No almoço do dia 28 de novembro deste ano, Afonsina, de dezesseis anos, estava servindo suas colegas no refeitório quando ouviu nitidamente uma voz que a chamava: “Minha filha, venha até aqui”. A voz procedia do corredor, no fundo da sala de refeições. Afonsina foi até lá e viu, pela primeira vez, a Senhora. Assustada, Afonsina, pediu à desconhecida que fosse embora. A Santíssima Virgem então se apresentou no dialeto ruandês: “Ndi Nyina Wa Jambo”, isto é, “Eu sou a Mãe do Verbo. O que você busca na religião?” Respondeu a estudante: “Eu amo a Deus e a sua Mãe, que nos deu seu Filho para nos salvar”. A Senhora respondeu: “É por isso que estou aqui. Vim para te consolar, porque ouvi as suas preces. Eu gostaria que suas amigas tivessem mais fé, pois elas não creem o suficiente”.
      A estudante contou todo o ocorrido às religiosas e às colegas, mas ninguém lhe deu crédito. Como as aparições continuaram, Afonsina acabou passando por histérica. Sofrendo com essa situação, numa das visões ela pediu à Mãe que aparecesse ao menos às suas amigas, Natália e Maria Clara.
     Assim no dia 12 de janeiro de 1982, a Virgem apareceu para Natália. Depois para a Maria Clara, esta com vinte e um anos e a mais descrente. Só então as mensagens foram aceitas. Elas pediam a verdadeira conversão dos cristãos, através de muita oração, penitência e jejum.
     Mas foi a descrição da última aparição, em 15 de agosto de 1982, que possibilitou verificar sua autenticidade, porque depois se confirmou como terrível realidade. Nesta, Nossa Senhora apareceu para as três videntes juntas e lhes mostrou cenas impressionantes que enchiam de dor seu Imaculado Coração. Era um verdadeiro mar de sangue, pessoas que se matavam entre si, cadáveres abandonados sem sepultura... As imagens eram a antecipação da guerra civil deflagrada entre abril e julho de 1994, quando Ruanda viveu seu próprio genocídio.
     Os povos tutsis e hutus, lutaram um contra o outro, causando a morte de oitocentas mil pessoas. Muitas foram decapitadas e atirados ao rio Kagera que se tingiu de sangue. Milhares de pessoas ficaram mutiladas.
     Maria Clara se casou em 22 agosto de 1987 e vivia em Kigali com o marido, mas não tiveram filhos. Em Byumba, durante o genocídio de 1994, Maria Clara foi assassinada junto a outras pessoas ao tentar defender seu marido.
     Afonsina entrou para a Ordem de Santa Clara em Abidjan, Costa do Marfim, onde mora atualmente. Natalia mora ainda em Kibeho e atende aos peregrinos com muita delicadeza e humildade.
     Depois de vários anos de estudos, por parte da comissão médica e teológica, no dia 29 de junho de 2001 as aparições foram reconhecidas oficialmente pela autoridade eclesiástica local. O anúncio foi feito durante a celebração de missa pelo arcebispo de Gikongoro, Monsenhor Augustín Misago, segundo documento divulgado pela Santa Sé. A Igreja ruandesa havia decidido, em 1998, a autorizar o culto à Virgem no “Santuário de Nossa Senhora das Dores”.
     No dia 31 de maio de 2003, às dez horas da manhã, estava o Prefeito da Congregação para a evangelização dos povos, enviado do Papa, formalizando a consagração do Santuário à Nossa Senhora das Dores de Kibeho, através da missa solene realizada com a presença de todos os Bispos ruandeses, quando diante de todos os fiéis se repetiu o fenômeno da dança do sol, como em Fátima, no dia 13 de outubro de 1917. Ele durou oito minutos e foi filmado e fotografado por repórteres profissionais e amadores.
     Informado e depois de ver todos os documentos, o Papa João Paulo II declarou: “Nossa
Senhora das Dores de Kibeho é a Fátima do coração da África”.

A Mensagem (algumas apenas, pois elas foram muitas)
     Nossa Senhora tinha incomparável beleza. Ela estava descalça, seu vestido era branco luminoso e tinha um véu azul na cabeça, as mãos estavam postas. Além de sinais no céu, no sol e curas milagrosas, as videntes ficavam em êxtase total. Enquanto as estudantes viam Nossa Senhora, as pessoas presentes tentavam balançá-las, chamá-las, mas não reagiam nem se incomodavam.
     Fortes flashes de luzes foram colocados nos olhos das videntes durante as aparições e suas pupilas não se moveram. Nenhum olho humano consegue olhar fixamente o céu ensolarado ou nublado durante muitos minutos. Várias aparições foram à tarde, enquanto as videntes olhavam para o céu no pátio durante mais de 1 hora de aparição, algo inexplicável diante de todos os presentes.
     Padres, religiosas, autoridades civis e milhares de romeiros testemunharam os milagres solares que aconteceram algumas vezes: o sol deslocava-se para os lados e também na vertical, listras vermelhas e brancas surgiam em sua superfície, ficava azulado e era possível fita-lo por longos minutos a olho nu. O céu por sobre o povoado ficava “pintado” por raios multicoloridos. Também à noite as estrelas se moviam rapidamente, como se dançassem, depois desapareciam e no lugar delas surgiam cruzes luminosas.
     Nossa Senhora deu muitas mensagens e mostrou muitas coisas como o Céu, Inferno, Purgatório, Paixão de Jesus, vida espiritual do mundo e futuro para as videntes.
     A mensagem de Santíssima Virgem em Kibeho tem como essência a penitência e a conversão, como preparação para a segunda vinda de seu filho Jesus Cristo. Como em outras aparições, em Kibeho Nossa Senhora pediu insistentemente que rezássemos o Rosário. No entanto, ela pediu também que rezemos o Terço das Sete Dores, meditando os seus sofrimentos, não somente na Quaresma, mas em todos os tempos litúrgicos da Igreja. Às pessoas que rezarem com fidelidade e devoção este Terço, a Virgem Maria prometeu milagres e graças especiais.

     Mensagem de 13/3/1982 a Natalia: “Meu desejo é que vocês orem sem cessar, com todo o seu coração, e que queiram chamar-me. Então, vocês realmente se tornarão meus filhos”.
     Mensagem de 27/3/1982 a Maria Clara: “Quem me procura, me encontra! Eu me revelo onde quero, quando quero e a quem quero. Eu não venho somente para a paróquia de Kibeho, ou para Ruanda, ou para toda a África, mas para o mundo inteiro”.
     Mensagem de 2/4/1982, a Maria Clara: “Arrependam-se, arrependam-se, arrependam-se! Quando falo isto, não peço apenas para você, mas para todos. Hoje as pessoas estão vazias e se preocupam com coisas sem sentido. Elas cometem faltas e não reconhecem que estão erradas. Rezem o Terço das Sete Dores para obterem a contrição de suas faltas”.
     Mensagem de 15/4/1982, Nossa Senhora disse chorando à Natalia: “O mundo vai mal. Se não fizerem nada para se arrepender e renunciar a seus pecados, ai de vocês! É exatamente isto que continua a me fazer mal, pois desejo salvá-los de um abismo, para que não caiam, mas vocês recusam. Por isso, redobrem o zelo pela oração em favor do mundo para que os pecados diminuam e sejam perdoados àqueles que desejarem. Como posso ficar contente quando vejo meus filhos brincarem a ponto de caírem num abismo e se perderem? Venho até vocês para lhes comunicar uma mensagem que os chama novamente àquilo que esqueceram, mas recusam a acolhê-la. Neste momento eu sofro muito, mas suporto tudo com paciência”.

          Mensagem de 25/6/1982: Nossa Senhora apareceu cheia de dor e lágrimas a Afonsina: “Se choro é porque as pessoas estão num estado tão crítico que eu não posso conter as lágrimas de compaixão por vocês. Eu abri a porta, mas as pessoas não têm vontade de entrar. Vi que o mundo estava quase moribundo, e quando venho em seu socorro, vocês recusam. Não se preocupe, minha filha! Eles desejarão sentir aquilo que te digo para dizer a eles quando for muito tarde e não terão nada para se salvar. E todos aqueles que não tratam de escutar a mensagem que eu transmito, o que ainda aguardam? O que aguardam? Não se dão conta que o tempo é breve?
     Mensagem de 1982: “Vim preparar o caminho do meu Filho para o bem de vocês, e não querem compreender. O tempo que resta é pouco, e vocês estão distraídos e ausentes. Vocês estão concentrados nas coisas mundanas que são passageiras. Vi muitos filhos se perderem e vim mostrar o caminho verdadeiro”.
     Mensagem de 19/8/1982: Nossa Senhora apareceu chorando e mostrou “um rio de sangue, pessoas que matavam umas às outras, cadáveres abandonados sem sepulturas, árvores em chamas, corpos sem cabeças”. E disse: “Virá um tempo em que desejarão rezar, se arrepender e obedecer sem a possibilidade de fazê-lo, a menos que comecem a fazê-lo agora neste momento, arrependendo-se e fazendo tudo aquilo que peço”. [...]
     Meus filhos, estou para lhes dizer adeus. Eu os amo, amo, amo muito! Mas ai de quem se mostra indiferente a este amor que agora lhes prometi e expressei. Vim por vocês! Porque vocês tinham necessidade disto. Adeus”.
Na. Sra. de Kibeho


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