domingo, 26 de janeiro de 2020

Venerável Madre Patrocínio, Grande mística concepcionista – 27 de janeiro

   Madre Patrocínio, grande mística da Ordem da Imaculada Conceição, foi fundadora de inúmeros Mosteiros Concepcionistas.
     Durante a sua vida, a Madre Patrocínio experimentou inúmeras perseguições, foi julgada, processada e condenada, foi desterrada de sua Amada Espanha. Em todas as tribulações, destacou-se por suas virtudes, especialmente sua paciência.
     Grande contemplativa da Paixão de Cristo, foi a ela configurada, recebendo os Estigmas de Nosso Senhor. Devotíssima da Mãe de Deus, que lhe agraciou com inúmeras aparições, especialmente a Grande Aparição de Nossa Senhora do Olvido, Triunfo e Misericórdias. 
     “Minhas amadíssimas filhas, olhai a Virgem, nossa Mãe e Prelada, nosso consolo, nosso amor, nossa Puríssima Mãe, como filhas de seu primeiro Mistério e por isso combatidas. Ânimo, pois, filhas queridíssimas, subamos ao Calvário e ali, seremos protegidas por nosso fidelíssimo Esposo e sua Mãe Virgem”.
     Madre Maria das Dores e Patrocínio, cujo nome civil era Maria de los Dolores Josefa Anastasia Quiroga y Capopardo, nasceu no dia 27 de abril de 1811 em São Clemente (Cuenca), na Espanha. Era filha de Diego Quiroga y Valcárcel, e de Dolores Capodardo del Castillo, ambos de ilustre linhagem.
     Enamorada por Nosso Senhor e pela Santíssima Virgem, ingressou aos dezoito anos, em Madri, na Ordem da Imaculada Conceição fundada por Santa Beatriz da Silva, no convento madrilenho de Caballero de Gracia, em 20 de janeiro de 1830 com o nome religioso de Patrocínio de Maria, normalmente chamada de Soror Patrocínio. Quando este convento foi fechado, as religiosas passaram a ocupar o convento de Jesus Nazareno, onde Irmã Patrocínio foi nomeada mestra de noviças (1845). Eleita abadessa em 7 de fevereiro de 1849, desempenhou o cargo durante 42 anos, até a morte, em diversas comunidades.
     A partir de 1856, inicia em Torrelaguna sua obra de reformadora e fundadora de novos conventos; quando faleceu, mais de 19 eram os conventos reformados ou fundados; característica da obra de Madre Patrocínio foi não apenas a restauração da vida e observância primitivas, mas também a abertura de escolas para meninas pobres em cada convento.
     Madre Patrocínio foi uma mulher extraordinária, não só por sua beleza física e por sua inteligência, mas sobretudo por sua vida de santidade. Testemunhas oculares de diversas categorias depõem em favor de suas revelações, de seus êxtases, de seus milagres e especialmente de seus cinco estigmas extraordinários que fizeram com que ela passasse para a história como “a monja das chagas”.
     Entretanto, o que fez de Madre Patrocínio um dos personagens mais célebres e discutidos de todo o século XIX foi o fato de ver-se envolvida na vida política do tempo. Certamente ela manteve relações estreitas e confidenciais com Isabel II e seu esposo D. Francisco, cujo casamento havia anteriormente predito e favorecido, e com todos os membros da família real; ela com o Padre Claret (Santo Antonio Maria Claret) e a Madre Micaela do Santíssimo Sacramento (ela também canonizada) foram as pessoas mais chegadas às régias interioridades.
     Mas Madre Patrocínio realmente se aproveitava da situação para fazer e desfazer ministérios, apoias pretensões dinásticas, distribuir postos políticos etc.? Acreditamos que nem exerceu nem quis exercer semelhante predomínio político; se algum interesse teve em suas amizades reais, e isto fez, foi em favor de suas fundações e reformas e alguma vez, em assuntos mais gerais da Igreja, como, por exemplo, quando recomendou Frei Cirilo Alameda y Brea para o cargo que ocupou, ou quando insistia com a rainha sobre a conveniência de pedir ao papa que nomeasse ao menos três cardeais espanhóis, num momento em que não havia nenhum, e anos mais tarde a Espanha já contava efetivamente com cinco,
     Entretanto a “monja das chagas” não pode livrar-se das críticas malignas de maçons, liberais, progressistas e todos os que em dado momento se sentiam frustrados em suas ambições políticas. Madre Patrocínio era culpada, segundo eles, e por isto era caluniada, perseguida, desterrada: Talavera (1837), Badajoz (1849) por Narváez, por acreditar que ela estava envolvida na queda de seu Ministério Relâmpago; para Roma, porém não chega (1852), por Bravo Murillo por supor ser ela responsável pelo atentado de Merino contra sua amiga a Rainha Isabel; para Baeza e Benavente (1855) por considera-la favorável à causa carlista; e, finalmente, para a França (1868) escapando da revolução de setembro. Com razão ela foi definida “campeã de desterrados”.
Em trajes civis durante um desterro
     Madre Patrocínio recebeu de Deus muitas graças extraordinárias, mas destacamos sua vida como exemplo de paciência. Durante toda sua vida foi duramente provada, inclusive pela rejeição e perseguição de sua própria mãe terrena.
     Chamada a grande união com Deus, foi configurada com a Paixão de Cristo. Durante mais de sessenta anos trouxe os estigmas da Paixão de Nosso Senhor, nas mãos, nos pés, e no lado; assim como na cabeça, com os sinais da coroa de espinhos.
     Durante uma Aparição, recebeu a imagem milagrosa da Santíssima Virgem do Olvido, Triunfo e Misericórdias. Ela foi seu consolo durante toda sua vida, e durante tantas perseguições.
     Morreu, cheia de méritos, aos oitenta anos de idade, e sessenta e dois de vida religiosa, em 27 de janeiro de 1891, em Guadalajara, na Espanha. Seus restos mortais descansam, em um magnífico sepulcro, na Igreja do Convento das Concepcionistas da mesma cidade. Seu processo de beatificação está andamento (19-7-1907) e seus escritos foram (18-6-1930).
Relato da Aparição à Madre Patrocínio
     No dia 13 de agosto de 1831, das cinco às seis da tarde, estando a comunidade do convento de Caballero de Gracia (em Madri, na Espanha) em oração, apareceu a  Santíssima Virgem à Irmã Maria das Dores e Patrocínio, religiosa deste convento, em um trono de nuvens resplandecentes, cercada por querubins e inumeráveis anjos que louvavam e bendiziam a celestial Rainha com dulcíssimos cantos. Em meio a aparição se destacava, brilhantíssimo o Príncipe da Milícia Celeste, São Miguel Arcanjo, com uma lindíssima imagem da Senhora divina nas mãos, chamada Nossa Senhora do Olvido, Triunfo e Misericórdias.
     O Arcanjo ao lhe apresentar imagem à Serva de Deus, a dulcíssima Mãe lhe disse que “aquela divina Imagem seria enriquecida com muitas graças e privilégios para seus verdadeiros devotos: que cuidasse de seu culto”.
     Na noite do dia seguinte, depois das Matinas voltou a se repetir a aparição. A Serva de Deus clamava ao céu, pedindo remédio para os infinitos males que tanto a Santa Igreja como a Espanha sofriam, e falando com o Senhor, dizia: “Esposo meu, para quando são tuas misericórdias? – Pede, esposa minha, respondeu-lhe Jesus, o quanto pedis, serei liberal em conceder-lhe”.
     – “E, morrendo de dor, disse a Madre Patrocínio, minhas angústias cresciam sobremaneira, e disse-me meu doce Esposo: “Minha pomba, meu amor não pode ver-te aflita; aqui tens Minha Mãe que sempre será tua guia, consolo e amparo”.
     Manifestando-se de novo a benditíssima Virgem com esta preciosíssima, poderosíssima e invicta imagem como soberana e divina Rainha: “Filha minha, porque se contrista teu coração, se todas as misericórdias e tesouros de Meu Filho vou colocar em tuas mãos, por meio desta soberana Imagem?...
     – “Senhora e Rainha minha, não vês a Espanha, não vês os males que nos afligem?
     – “Minha filha, vejo-os; mas não pode ser meu amor mais benéfico com os mortais. Eles se olvidam [esquecem] de Mim e retiram as Misericórdias; e por isto, a esta Imagem lhe darás o título misterioso do Olvido para lhes dar a entender que me olvidaram; mas Eu, que sou vossa terna e amorosa Mãe, quero colocar diante da vista de todos os mortais esta Imagem minha porque jamais minhas misericórdias se apartam deles. À tua solicitude e cuidado deixo o culto e veneração desta Sagrada Imagem minha, com os títulos de Olvido, Triunfo e Misericórdias. Ela será a consoladora do mundo, a alma que lançada aos seus pés me pedir qualquer coisa, o meu amor jamais lhe negará; tu, minha filha, alcançarás a Vitória sobre o poder de satanás e tua comunidade a perfeição em me servir”.
A Imagem Sagrada
     Todo o ocorrido foi contado aos Prelados e ao Sumo Pontífice Gregório XVI e Sua Santidade concedeu graças especiais aos que, em certos dias do ano visitassem o altar da Sagrada Imagem, como consta do documento autêntico que se guarda no arquivo do convento de Guadalajara.
Promessas da SSma. Virgem à Madre Patrocínio
     1ª. Em tuas mãos, vou colocar esta Sagrada Imagem e com ela todas as misericórdias de Meu Santíssimo Filho.
     2ª. Vinculou o Senhor a esta poderosa Imagem o alívio, consolo e remédio de todos.
     3ª. Esta imagem será consolo do mundo e a alegria da Igreja Católica.
     4ª. Todo aflito encontrará em mim, por meio de Minha Imagem, o consolo.
     5ª. A alma que lançada aos seus pés me pedir alguma coisa, jamais se lhe negará meu amor.
     6ª. Tu, minha filha, alcançarás a vitória sobre o poder de satanás e tua Comunidade, a perfeição em me servir.
     7ª. Não somente os Conventos, senão qualquer povoação que expuser e venerar a Virgem do Olvido, Triunfo e Misericórdias se verá livre das calamidades com que seriam provados outros locais; porque ela será como um para-raios da divina justiça, Arca de Noé e seguro refúgio para livrar seus devotos das águas do dilúvio”.
     8ª. “Não pode ser meu amor mais benéfico com os mortais. Eles se olvidam de Mim e retiram as Misericórdias; e por isto, a esta Imagem lhe darás o título misterioso do Olvido para lhes dar a entender que me olvidaram; mas Eu, que sou vossa terna e amorosa Mãe, quero colocar diante da vista de todos os mortais esta Imagem minha porque jamais minhas misericórdias se apartam deles”.
     9ª. Por seu meio (= por meio de tal Imagem, em que a Virgem tem o Menino Jesus em seus braços), meu Filho e eu receberemos culto.
     (do livro “Sor Patrocínio, la Monja de las llagas”, com aprovação eclesiástica)
     Mediante uma Bula, a Santa Sé aprovou dito culto e título. É venerada atualmente na Igreja del Carmen, das Concepcionistas Franciscanas de Guadalajara (Espanha).

ORAÇÃO à Santíssima Virgem do Olvido, Triunfo e Misericórdias
     Ó Virgem Sacratíssima, que queres ser venerada com o título de Olvido, Triunfo e Misericórdias, com promessas inefáveis àqueles que te invocam, alcançai-nos de teu Filho e Senhor, que jamais nos olvidemos de Ti, nem d´Ele, que triunfemos constantemente do dragão infernal e que gozemos das divinas Misericórdias na prosperidade e na adversidade, na vida e na morte, no tempo e na eternidade. Amém. 
Imagem do Menino Jesus com túnica bordada por Madre Patrocínio 

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