quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Beata Brígida de Jesus Morello, Fundadora - 3 de setembro



Fundadora da Congregação das Irmãs Ursulinas de Maria Imaculada

      “O Senhor é misericordioso e compassivo, tardo na ira e grande no Seu amor”. Estas palavras, da Liturgia no Salmo responsorial, sustentaram e orientaram a heroica fidelidade da Beata Brígida de Jesus Morello ao Evangelho. As vicissitudes da sua diversificada existência - primeiro como jovem rica de virtudes humanas e espirituais, sucessivamente como esposa fiel e sábia, depois como viúva católica e, por fim, como pessoa consagrada e guia das suas Irmãs - refletem com particular nitidez o confiante abandono da Beata à misericórdia de Deus, que é “tardo na ira e grande no Seu amor”.
     Brígida Morello foi uma mulher de seu tempo, o século XVII: uma mulher de grande fé que soube ver nos acontecimentos históricos, e sobretudo nos que se relacionavam a ela, como viver a santa vontade de Deus.
     “Deus é nosso Pai e nunca nos abandonará”. Esta segurança de ser amada como filha, gratuita e incondicionalmente, motivou-a a entregar seu carinho ao próximo.
     Brígida nasceu em 17 de junho de 1610 em São Miguel de Pagana (Gênova), na Costa de Levante, sexta de onze filhos; cresceu em um lar intensamente católico. Aos 23 anos, em 14 de outubro de 1633, se casou com Mateus Zancano, de Cremona, e se estabeleceu com seu marido em Salsomaggiore (Parma), onde foi reconhecida por suas virtudes.
     Aos 27 anos, em 11 de novembro de 1637, ficou viúva, quando fez o voto de castidade, desejando tornar-se religiosa, porém não obteve sucesso ao desejar entrar entre as capuchinhas da localidade devido ao fato de ser viúva.
     Em 1640 se transferiu para Piacenza, onde os jesuítas se tornaram seus diretores espirituais, guiando-a sempre e a mantendo na via da perfeição, especialmente por parte do Padre Antônio Morando, seu confessor e primeiro biógrafo.
     Margarida de Médici, duquesa de Parma e Piacenza, queria dotar Piacenza de um Instituto de Ursulinas para a educação da juventude feminina, similar ao que existia em Parma. Para isto, em setembro de 1646, Brígida Morello acolheu algumas jovens mulheres em sua casa, sob a denominação de Santa Úrsula, dando assim início, em 17 de fevereiro de 1649, Quarta-feira de Cinzas, com cinco companheiras, a uma nova família de Ursulinas, sob a direção dos jesuítas.
     Entretanto, Brígida não foi a primeira superiora, pois somente em 1665 ela foi eleita como tal, sendo confirmada em 1670 e em 1675. Suas precárias condições de saúde não a impediram governar por extensos períodos, inclusive da cama, sua Congregação de Ursulinas de Maria Imaculada.
     Durante os longos anos de doença e de sofrimentos físicos e interiores, a Beata dirigia com frequência o olhar para o Crucifixo que levava sempre consigo. A oração da Beata Brígida dirigia-se com frequência para a terra dos Balcãs, invocando ao Senhor a conversão de todos e a paz para “o universo mundo”.
     Brígida faleceu no dia 3 de setembro de 1679, em Piacenza, e foi enterrada na igreja local de São Pedro; hoje não existem rastros de seu túmulo, mas há um certo número de cartas, alguns escritos autobiográficos e edificantes, documentos dos quais se pode tirar uma visão exata das experiências espirituais da fundadora.
     Nos seus escritos transparece um convite constante à confiança em Deus. Ela gostava de repetir: “Confiança, confiança, coração grande! Deus é nosso Pai e nunca nos abandonará!”
     Singularmente atual esta mensagem que a nova Beata nos propõe. Esta nossa irmã na fé, elevada às honras dos altares, recorda-nos com vigor que amar a Deus é o segredo de todo o verdadeiro e eficaz empenho em favor do próximo.
     Somente nos anos 1927-28 se celebrou em Piacenza o processo ordinário para sua beatificação. O decreto sobre a heroicidade de suas virtudes se obteve em 29 de abril de 1980. Em 15 de março de 1998 o papa João Paulo II a beatificou.]


Etimologia: Brígida, do médio-irlandês Brighid; irlandês antigo Brigit; alemão Brigitte, Birgitta, provavelmente variação de Berta. Céltico antigo Briganti: “a elevação, a grande, a sublime”. Outros traduzem “força, forte; guia”.

Postado neste blog em 3 de setembro de 2014

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