Salomé, filha de Leszek, Príncipe da Cracóvia, nasceu em 1211. Leszek I era Duque de Cracóvia, e, portanto, grão-duque da Polônia, e sua esposa era Grzynistawa de Luck. Salomé era a irmã mais velha de Boleslau V, o Casto.
Aos 3 anos de idade foi confiada ao Bispo da Cracóvia, o Beato Vicêncio Kadlubek, para que ele a conduzisse à corte do soberano húngaro, André II, pois um acordo com aquele rei tornara-a prometida como esposa de seu filho, Kálmán (nome latinizado para Colomano), de seis anos. Acordos matrimoniais deste gênero eram comuns naquela época e a menina desde pequena passou a viver na corte do futuro sogro. Como sua mãe tinha conexões ancestrais com as terras da Galícia, e tanto seu pai quanto o rei André queriam dominar aquela área, esse plano parecia atender às necessidades de ambas as partes.
No outono de 1215 teve lugar a coroação que, com a autorização do Papa Inocêncio III, foi celebrada pelo Bispo de Strigonia. Eles reinaram em Halicz por cerca de três anos, quando a cidade foi invadida pelo príncipe da Rutênia, Mistislaw, que os aprisionou.
Naqueles tempos (Salomé tinha somente 9 anos e Colomano 12) eles fizeram, de comum acordo, voto de castidade. Quando André, filho do Rei da Hungria, veio a ser Rei de Halicz, eles retornaram à corte húngara.
O piedoso casal competia entre si em suas práticas de piedade e penitência. Com o consentimento de seu marido, Salomé recebeu o hábito da Ordem Terceira de São Francisco das mãos de seu confessor, um frade franciscano. Seguindo seu exemplo, muitas das damas da corte renunciaram à pompa e vaidade mundanas, e o palácio assumiu a aparência de um convento.
Em 1226, Colomano foi nomeado Duque da Eslováquia por seu pai e assumiu a responsabilidade pelo governo da Estônia, Croácia e Dalmácia.
Em 1227, aos 16 anos, Salomé chegou à maioridade, sempre se mantendo ligada ao voto de castidade e, apesar de sua beleza, evitava a companhia de homens, vestia-se modestamente, não tomava parte nas festas e diversões da corte e dedicava o tempo livre à oração.
Em 1241, Colomano morreu em uma batalha contra os Tártaros. Durante aquele período Salomé protegia os conventos dos franciscanos e dos dominicanos.
Um ano após a morte de seu marido, voltou para a Polônia onde, em 1245, junto com seu irmão Boleslau, fundou a igreja e o convento dos franciscanos em Zawichost, o hospital e o mosteiro das Clarissas pobres em Sandomierz, onde ela mesma vestiu o hábito religioso.
Diante da ameaça dos Tártaros, em março de 1259 uma parte das Clarissas se transladou para Skala, onde Salomé fundou um novo mosteiro e o dotou com os utensílios e ornamentos litúrgicos.
Vinte e oito anos viveu a Beata Salomé no silêncio do mosteiro, e foi modelo de penitência, de abnegação, de humildade, de inocência e de caridade. Por muitos anos foi abadessa boa, afável, serviçal, amante do ideal da seráfica pobreza. Era muito respeitada por suas irmãs por causa de sua virtude.
Clarissas c. sec. XI |
Quando tinha 57 anos, a Beata Salomé de Cracóvia foi acometida por uma doença um dia durante a Santa Missa, e ela previu que sua morte ocorreria em breve. No dia 17 de novembro de 1268 foi agraciada com uma aparição da Santíssima Virgem e de seu Filho; reuniu suas Irmãs e as exortou à mútua caridade, à paz, à pureza de coração, à obediência sem limites e ao desprendimento das coisas do mundo. Pouco depois as Irmãs viram uma pequena estrela que, saindo da bem-aventurada mãe, se dirigia ao Céu. Salomé da Cracóvia havia entregado sua bela alma a Deus na idade de 57 anos.
Quando seu corpo foi exumado sete meses após o enterro, foi encontrado incorrupto e exalando um odor doce. Ela foi então sepultada na Igreja Franciscana de Cracóvia ao lado de seu marido, o rei Colomano. Muitos milagres ocorreram em testemunho de sua santidade. Seus despojos foram transladados mais tarde para a igreja dos Franciscanos de Cracóvia, onde se encontram até hoje. Ela também é retratada em um vitral à esquerda do altar-mor.
Seu culto foi aprovado por Clemente X em 17 de maio de 1672.
Fontes: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.
Saloméia da Polônia – Wikipédia, a enciclopédia livre
O Livro Franciscano dos Santos, ed. por Marion Habig, OFM
Beata Salomé de Cracóvia
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