Nasceu em 1230, no castelo de Kamien, na Silésia, de uma importante
família polonesa; seu avô havia fundado o mosteiro premonstratense de
Zwierzyniec, perto de Cracóvia, onde a tia de Bronislava, Gertrudes, tinha
entrado, tornando-se posteriormente a priora de Imbramowice.
Bronislava também era prima do dominicano São Jacinto e relacionada com
São Jacek e o Beato Czeslaw. Ela cresceu numa atmosfera profundamente
influenciada pelas Cruzadas e o amor a Cruz norteou sua vida. Bronislava entrou
no convento das religiosas Norbertinas em Zwierzyniec com a idade de dezesseis
anos, onde ela foi logo depois eleita prioresa.
Sua vida espiritual era orientada pela
devoção à Paixão de Nosso Senhor e de Sua Santa Cruz. Para poder meditar com maior
fruto os mistérios da Paixão de Jesus, Bronislava se retirava em uma colina de
Sikornik, não distante do mosteiro, que agora se chama Colina de Santa
Bronislava, e onde em 1702 foi erigida uma capelinha em sua honra.
Quando a peste chegou à Polônia, ela dedicou-se a ajudar os doentes e a confortar
os moribundos. Durante a crise política que tomou conta da Polônia, o convento
de Zwierzyniec teve de ser abandonado em várias ocasiões, pois ele se situava
fora da muralha de Cracóvia e, portanto, era vulnerável a ataques. Nessas
ocasiões as religiosas eram obrigadas a procurar abrigo das hordas de
saqueadores em outras casas religiosas ou nas profundezas das florestas.
O pior ataque ocorreu em 1241, com a invasão dos tártaros. Bronislava
com algumas de suas Irmãs estavam rezando, com os braços estendidos na forma de
uma cruz, quando receberam a notícia de que os tártaros selvagens estavam
avançando rapidamente para Cracóvia.
O convento estava em perigo iminente de destruição. Bronislava pegou um
crucifixo, apertou-o contra seu coração e disse às suas Irmãs: "Não temam
nada, a cruz nos salvará!" Ela então levou as Irmãs para as passagens
subterrâneas do convento onde permaneceram escondidas dos invasores. O convento,
no entanto, não foi poupado e ficou em chamas, prendendo as Irmãs no
subterrâneo. Conta-se que quando Bronislava bateu três vezes com o seu
crucifixo na parede de pedra da prisão escura, uma passagem para a liberdade se
abriu para as Irmãs.
Após a destruição do convento, muitas das Irmãs refugiaram-se nos
mosteiros que haviam sido poupados. Bronislava permaneceu nas ruínas do antigo
convento com um punhado de Irmãs; construíram pequenas cabanas para dormir e
passavam os dias cuidando dos pobres, dos doentes e das inúmeras vítimas da
invasão tártara.
Na biografia de São Jacinto, escrita em 1352 pelo Padre Stanislao,
dominicano de Cracóvia, se narra que no dia da morte do Santo (15 de agosto de
1257) Bronislava teve uma visão na qual ele lhe aparecia conduzido ao céu pela
Mãe de Deus e pelos anjos.
Depois de haver vivido quarenta anos entre os trabalhos monásticos e as
práticas religiosas, cumpridos com ardente zelo, Bronislava morreu em 1259. Seus
restos foram colocados na igreja do mosteiro, onde permaneceram esquecidos por
muito tempo; em 1612 foram traslados e colocados no altar de Santa Ana, chamado
mais tarde de São Jacinto.
Os milagres alcançados e as graças obtidas por sua intercessão desencadearam
nos fieis uma grande veneração por Bronislava, cujo culto começou a difundir-se
no século XVII e dura até hoje, especialmente na região da Cracóvia e na Alta
Silésia, onde sua intercessão é invocada contra as epidemias.
A pedido da Congregação dos Norbertinos, Gregório
XVI concedeu, com o decreto de 31 de agosto de 1839, que Bronislava fosse publicamente
venerada na diocese da Cracóvia. Pío IX, com o decreto de 7 de dezembro de
1859, estendeu o seu culto à diocese de Wroclaw (Breslavia), e Leão XIII a toda
a Ordem dos Norbertinos.
Os esforços dos bispos poloneses junto ao
Papa Pio XII, em 1947, para conseguir a canonização de Bronislava ficaram suspensos
por 40 anos de regime comunista. Muitas centenas de devotos continuam a rezar
por sua canonização.
Suas relíquias foram colocadas em um
relicário precioso que é levado solenemente em procissão todos os anos no
aniversário de sua morte. Ela é considerada padroeira de uma morte feliz e de
prevenção de doença.
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