terça-feira, 7 de agosto de 2012

Beata Maria Margarida do Sagrado Coração, Fundadora - Festa 8 de agosto

     Natural de Poggio a Caiano (Itália), veio à luz do dia a 2 de novembro de 1863. Na devida altura, seus pais matricularam-na numa escola particular, que ela frequentou com grande proveito durante três anos. A menina ia assim crescendo em idade, ciência e piedade, que se alimentava diariamente com a Santa Missa e a Comunhão, apesar da igreja ficar longe de casa.
     Esta vida de genuína piedade cristã levou-a ao amor do próximo. Visitava os doentes e preparava os agonizantes para o desenlace final. A morte e a doença também bateram à porta da sua casa. Em 1884 perdeu repentinamente o pai. Sete anos depois, morreu-lhe a mãe. Seu irmão Gustavo foi vítima de prolongada doença que ela acompa­nhou com fraternal desvelo e caridade sobrenatural.
     Enriquecida com tão sólidas virtudes, era natural que sentisse vocação para a vida consagrada. E assim, em 1893, aos trinta anos, bateu às portas dum mosteiro de beneditinas, mas decorrido um mês regressou a casa, convencida de que não tinha vocação para a vida de clausura. O seu coração inclinava-a para o apostolado direto com as almas. Por esta razão entregou-se ao trabalho de ensinar e educar as crianças da sua terra.
     Com uma companheira, a 19 de setembro de 1894, abriu uma escola onde se ensinava o catecismo e as letras. Dois anos depois, juntaram-se-lhe mais duas jovens dispostas a levar o mesmo teor de vida. Desta forma, a obra, que nascera na pobreza e simplicidade, começou a crescer.
     Em 1901 a Serva de Deus redigiu umas Regras ou Constituições, que foram aprovadas pelo Bispo de Pistoia, e inscreveu a nascente família das Irmãs Mínimas do Sagrado Coração na Terceira Ordem Franciscana.
     A 15 de dezembro de 1902 vestiu o hábito com cinco companheiras tomando o nome de Irmã Maria Margarida do Sagrado Coração, em homenagem a Santa Margarida Maria Alacoque, mensageira do Coração de Jesus. A 17 de outubro de 1905 fez a profissão perpétua.
     Estavam, portanto, lançados os alicerces de uma nova família religiosa que iria desenvolver-se prontamente. Em 19 anos a Beata fundou pessoalmente 12 casas dispersas por toda a Itália. Em 1910 já se estendia por várias dioceses. Em outubro de 1915 realizou-se o primeiro Capítulo Geral e a Irmã Maria Margarida foi eleita Superiora Geral vitalícia.
     Dotada de bondade, humildade, caridade e amor materno, governou o Instituto com sabedoria e prudência. Dizia às suas Filhas: «A glória é para Deus, a utilidade para o próximo e o trabalho para nós». Recomendava-lhes com frequência que rezassem muito pela santificação do clero.
     Preocupou-se mais com a solidez do Instituto do que com o seu crescimento, cuja finalidade é a educação da juventude, a assistência aos doentes nos hospitais e em casa, o cuidado dos anciãos em pensionatos e casas de repouso. As suas religiosas cooperam ainda nos trabalhos apostólicos das paróquias e nas obras sociais das missões. A Congregação foi aprovada pela Santa Sé em 1926. Em 1977, o Instituto contava 60 casas e 606 professas em Itália, Egito e Israel.
     A Serva de Deus teve de passar pelo cadinho das provações, mas nunca perdeu a paz interior. Faleceu a 8 de agosto de 1921, com 58 anos incompletos. Desde 20 de abril de 1960 repousa na capela do Instituto.
     Na homilia da beatificação, a 23 de abril de 1989, o Santo Padre elogiou a Bem-aventurada com estas palavras:
     «O poder da mensagem da caridade foi compreendido por Maria Margarida Caiani mediante a contemplação de Cristo e do seu Coração trespassado. À luz do amor divino, que se revelou no Divino Salvador, Margarida aprendeu a servir os irmãos entre a gente humilde da sua terra da Toscana, e quis ocupar-se dos mais necessitados, dos últimos: as crianças marginalizadas, os meninos do campo, os anciãos e os soldados vítimas da guerra, internados nos hospitais militares...». 

Fonte: Pe. José Leite, Santos de cada dia, Editorial A. O. - Braga.
Vista de Poggio a Caiano, Toscana, Itália

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