Natural de Poggio a Caiano (Itália), veio à luz do dia a 2 de novembro
de 1863. Na devida altura, seus pais matricularam-na numa escola particular,
que ela frequentou com grande proveito durante três anos. A menina ia assim
crescendo em idade, ciência e piedade, que se alimentava diariamente com a Santa
Missa e a Comunhão, apesar da igreja ficar longe de casa.
Esta vida de genuína piedade cristã
levou-a ao amor do próximo. Visitava os doentes e preparava os agonizantes para
o desenlace final. A morte e a doença também bateram à porta da sua casa. Em
1884 perdeu repentinamente o pai. Sete anos depois, morreu-lhe a mãe. Seu irmão
Gustavo foi vítima de prolongada doença que ela acompanhou com fraternal
desvelo e caridade sobrenatural.
Enriquecida com tão sólidas virtudes, era
natural que sentisse vocação para a vida consagrada. E assim, em 1893, aos
trinta anos, bateu às portas dum mosteiro de beneditinas, mas decorrido um mês
regressou a casa, convencida de que não tinha vocação para a vida de clausura.
O seu coração inclinava-a para o apostolado direto com as almas. Por esta razão
entregou-se ao trabalho de ensinar e educar as crianças da sua terra.
Com uma companheira, a 19 de setembro de
1894, abriu uma escola onde se ensinava o catecismo e as letras. Dois anos
depois, juntaram-se-lhe mais duas jovens dispostas a levar o mesmo teor de
vida. Desta forma, a obra, que nascera na pobreza e simplicidade, começou a
crescer.
Em 1901 a Serva de Deus redigiu umas
Regras ou Constituições, que foram aprovadas pelo Bispo de Pistoia, e inscreveu
a nascente família das Irmãs Mínimas do Sagrado Coração na Terceira
Ordem Franciscana.
A 15 de dezembro de 1902 vestiu o hábito
com cinco companheiras tomando o nome de Irmã Maria Margarida do Sagrado
Coração, em homenagem a Santa Margarida Maria Alacoque, mensageira do Coração
de Jesus. A 17 de outubro de 1905 fez a profissão perpétua.
Estavam, portanto, lançados os alicerces
de uma nova família religiosa que iria desenvolver-se prontamente. Em 19 anos a
Beata fundou pessoalmente 12 casas dispersas por toda a Itália. Em 1910 já se
estendia por várias dioceses. Em outubro de 1915 realizou-se o primeiro
Capítulo Geral e a Irmã Maria Margarida foi eleita Superiora Geral vitalícia.
Dotada de bondade, humildade, caridade e
amor materno, governou o Instituto com sabedoria e prudência. Dizia às suas
Filhas: «A glória é para Deus, a utilidade para o próximo e o trabalho para
nós». Recomendava-lhes com frequência que rezassem muito pela santificação do
clero.
Preocupou-se mais com a solidez do Instituto
do que com o seu crescimento, cuja finalidade é a educação da juventude, a
assistência aos doentes nos hospitais e em casa, o cuidado dos anciãos em
pensionatos e casas de repouso. As suas religiosas cooperam ainda nos trabalhos
apostólicos das paróquias e nas obras sociais das missões. A Congregação foi
aprovada pela Santa Sé em 1926. Em 1977, o Instituto contava 60 casas e 606
professas em Itália, Egito e Israel.
A Serva de Deus teve de passar pelo
cadinho das provações, mas nunca perdeu a paz interior. Faleceu a 8 de agosto
de 1921, com 58 anos incompletos. Desde 20 de abril de 1960 repousa na capela
do Instituto.
Na homilia da beatificação, a 23 de abril
de 1989, o Santo Padre elogiou a Bem-aventurada com estas palavras:
«O poder da mensagem da caridade foi
compreendido por Maria Margarida Caiani mediante a contemplação de Cristo e do
seu Coração trespassado. À luz do amor divino, que se revelou no Divino
Salvador, Margarida aprendeu a servir os irmãos entre a gente humilde da sua
terra da Toscana, e quis ocupar-se dos mais necessitados, dos últimos: as
crianças marginalizadas, os meninos do campo, os anciãos e os soldados vítimas
da guerra, internados nos hospitais militares...».
Fonte:
Pe. José Leite, Santos de cada dia, Editorial A. O. - Braga.
Vista de Poggio a Caiano, Toscana, Itália |
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