Joana Delanouë nasceu em Saumur,
cidade às margens do Rio Loire, no dia 18 de junho de 1668, a última de uma
família de doze filhos. Seus pais possuiam uma loja de armarinho perto do
santuário de Nossa Senhora de Ardilliers. Ela perdeu o pai aos seis anos e
apesar de sua pouca idade ajudava a mãe a tocar a loja para sustentar toda a
família.
Aos 26 anos, Joana herdou o
estabelecimento familiar e veio a mostrar-se nele comerciante habilidosa e
ávida de ganhos. As suas qualidades
são notáveis: inteligente, ativa, infatigável.
Num
dia de inverno de 1693,
notavelmente áspero, vem ter com ela uma boa mulher que por devoção a Nossa Senhora passara a vida em
peregrinações, e diz: “Joana, dá-te à
caridade; em São Florêncio esperam-nos seis crianças pobres num curral”.
Joana recolheu-as em sua casa. Era o ponto de partida da sua vocação.
Apesar de suas responsabilidades
acrescidas, ela passou a cuidar de alguns pobres; ela cuidava deles todos os
dias, além de seus clientes.
Durante cinco anos levou a
sério os seus negócios, e se dedicou às obras de caridade cada vez mais
numerosas. Passaram a chamá-la “mãe dos
pobres”.
Aos trinta anos deu o passo
decisivo: passou a loja a uma sobrinha e transformou a casa em asilo a que
chama “a Providência”. Este
asilo desaba, mas ela em breve cria três novos. Recolheu assim mais de cem
crianças: órfãos, meninas abandonadas, velhos, indigentes.
Em 1703 uma companheira passou a ajudá-la e em seguida outras duas,
uma das quais é a sua sobrinha. São os princípios da Congregação de Santa Ana da Providência, cujas Constituições receberam
a aprovação da Igreja em 1709.
A Irmã Joana da Cruz, assim passou a chamar-se, quer que as suas
irmãs vivam numa casa semelhante à dos pobres, que se alimentem como eles e
como eles sejam tratadas em caso de doença.
A tenacidade de Irmã Joana, assistida
por belos devotamentos, resultou na fundação do primeiro hospital de Saumur em
1715; ele tinha sido pedido pelo Rei Luís XIV em 1672!...
Seu amor transbordou rapidamente além dos limites da sua cidade de Saumur e
de sua diocese. Ela já tem quarenta auxiliares, todas às suas ordens, e que
haviam decidido seguir o seu exemplo de oração, dedicação e mortificação.
Provações não lhe faltaram:
conforme mencionado, o desabamento da casa transformada em asilo; a falta de
dinheiro, as críticas de pessoas qualificadas que acham exagerada sua
austeridade e classificam de desordenada sua caridade. Quanto aos pobres, ela
mostra-se para com eles cheia de atenções. Pobre com os pobres, não hesita em
pôr-se a mendigar.
Quando de seu falecimento, em 17 de agosto de 1736, aos 68 anos, Joana
Delanouë deixou uma dúzia de comunidades, asilos e escolas. "A Santa morreu!",
dizem em Saumur.
Todos admiravam o seu zelo, a sua ação nas
muitas visitas feitas ou recebidas, mas apenas seus amigos mais próximos
conheciam sua mortificação, sua vida de oração e união com Deus. Uma palavra
sua resume-lhe a vida: “Quero viver e
morrer com os meus queridos irmãos, os pobres”.
As Irmãs de Joana Delanouë, como são chamadas agora, atualmente são cerca
de 400 religiosas na França, Madagáscar e Sumatra, onde elas foram fundadas em
1979.
Em 5 de novembro de 1947 Pio XII colocou Joana
Delanoue entre os Bem-Aventurados. Em 31 de outubro de 1982 o Papa João Paulo II acrescentou Santa Joana Delanouë, a “Mãe dos Pobres” no calendário dos Santos
da França.
Igreja de Na. Sra. des Ardelliers, Saumur |
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