Como não
tinha a coroa do Rosário, aprendeu a rezar a Ave-Maria contando as folhas de um
raminho de oliveira. Estava habituada a andar descalça mesmo sobre os cardos
espinhosos, pois a tinham ensinado que dos pequenos ferimentos se podia
aprender o significado do sofrimento. Tinha como protetora especial a santa
virgem e mártir que tinha seu nome. Seus pais morreram quando a menina tinha
somente sete anos, sem deixar-lhe nada de herança. Contam-se coisas muito
tristes sobre os maus tratos que ela sofria na casa de um tio paterno, aos
cuidados de quem tinha ficado. Era praticamente uma escrava, pois até mesmo os
criados a sobrecarregavam de trabalhos. Catarina tudo suportou com paciência invencível
e mansidão.
Como a igreja ficava
distante, ela só a podia frequentá-la aos domingos e por isso construía
pequenos altares aos pés das oliveiras e assim, na solidão dos campos, enquanto
apascentava os animais, as suas orações eram intensas.
Quando tinha
uns quinze anos, as aparições de Santo Antônio e de sua patrona Santa Catarina
despertaram nela a vocação religiosa. A jovem confiou seus desejos a um santo
ermitão, o Pe. Antônio Castañeda (1507-1583), do Colégio de Miramar. Era um ótimo
sacerdote, que viveu por quarenta anos no Eremitério da Ssma. Trindade de
Mayorca. Para
provar sua vocação, o ermitão lhe disse que continuasse encomendando o assunto
a Deus, e que ele o faria também até obter a resposta do céu. Catarina obedeceu,
porém teve que esperar muito tempo; a espera se tornou maior quando o tio,
receoso de se privar de seus serviços, passou a maltratá-la mais do que antes.
O Pe. Antônio,
entretanto, não a esquecera, apesar de ser difícil encontrar em um convento um
lugar para uma jovem sem dote. Inicialmente, o Pe. Antônio conseguiu que Catarina
fosse trabalhar em casa de uma família de Palma, onde sua vida espiritual
não encontraria nenhuma oposição. A filha da casa a ensinou a ler e a escrever;
mas em questões de vida espiritual se converteu em discípula de Catarina, pois esta
havia avançado muito no caminho da perfeição.
Vários
conventos abriram suas portas para Catarina e a jovem decidiu ingressar no
mosteiro de Santa Maria Madalena de Palma, das Cônegas Regulares de Santo Agostinho,
que a acolheram em 1553 como religiosa do coro. Tinha então vinte anos. Desde o
primeiro momento, ganhou o respeito de todos por sua santidade, humildade e seu
desejo de ser útil aos demais.
Professou
os votos religiosos em 24 de agosto de 1555. Durante algum tempo Catarina não
se distinguia em nada das outras fervorosas noviças, porém logo foi objeto de uma
série de fenômenos extraordinários que são relatados em sua vida.
Todos os
anos, algumas semanas antes da festa de Santa Catarina de Alexandria, ela entrava
em um profundo êxtase. Imediatamente depois de comungar, lhe sobrevinha uma
espécie de êxtase que durava boa parte do dia, e às vezes vários dias e até
semanas. Outras vezes, era um estado em
que desaparecia todo sinal de vida. A santa também tinha o dom de profecia.
A santa sofreu
provas tremendas e assaltos do demônio. O demônio lhe sugeria maus pensamentos,
alarmantes alucinações e ataques materiais. Em tais ocasiões, as Irmãs ouviam
gritos e ruídos horríveis e observavam os efeitos dos ataques na santa, porém
não viam o demônio e tinham que se contentar em aliviar os sofrimentos de
Catarina. A santa procurou sempre que isto não a impedisse de cumprir os seus
deveres.
A fama
dos fenômenos ultrapassaram os muros do mosteiro. Começaram a visitá-la,
inclusive o Bispo de Mayorca, Mons. João Batista Campeggio, que muitas vezes
pedia seus conselhos. Diante da popularidade que começava a circundá-la, Irmã
Catarina apesar de não querer se apresentar aos visitantes, o fazia por
obediência.
Tinha
grande devoção pela Paixão de Cristo e não podia meditá-la sem derramar
lágrimas onde estivesse: na cela, no coro, no refeitório. Grande amor também
tinha pela Eucaristia e sempre que podia ia visitar o Tabernáculo.
A fama de
sua santidade se difundiu por toda ilha e também na Espanha, porque Irmã
Catarina tinha o dom dos milagres. Além de rezar pelos pecadores e pelos
defuntos, seus pensamentos eram pela Igreja, então passando pela cisão protestante
e a Cristandade enfrentava o perigo da invasão turca.
Sua
morte, que ela mesma havia predito, ocorreu quando tinha somente 41 anos de
idade. Foi beatificada em 1792 e canonizada em 1930. O corpo de Santa Rina, como é chamada
popularmente, repousa na capela do Mosteiro de Palma de Mayorca.
OBRIGADO MEU DEUS POR ESSAS SANTAS VOCAÇÕES QUE NOS LEVA A TÉ A VOSSA PRESENÇA!
ResponderExcluir