Maria Catarina Irigoyen Echegaray nasceu em pleno século XIX, em 25 de
novembro de 1848, em Pamplona, no coração da Navarra; era a última de oito
irmãos e gêmea do sétimo. Em 26 de novembro, festa dos Esponsais da Virgem, foi
batizada na Igreja Catedral de Pamplona e em 26 de novembro de 1860 Maria Catarina
recebeu a Primeira Comunhão.
A sua família, aparentada com aquela de São Francisco Xavier, era
fervorosa e observante, e contribuiu de maneira decisiva na maturação da sua fé.
Ela foi educada no Instituto das Irmãs Dominicanas, distinguindo-se por
sua particular devoção filial a Nossa Senhora. Eleita presidente da Congregação
das Filhas de Maria, nos momentos livres visitava o hospital da cidade para
assistir aos anciãos e as pessoas abandonadas, enquanto com algumas
companheiras mantinha em sua casa uma oficina para a confecção de roupas para
os necessitados.
Na idade de 30 anos começou a colaborar com as religiosas Servas de
Maria, que estavam abrindo uma casa em Pamplona, cuja principal obra apostólica
era o tratamento gratuito dos doentes, um serviço diurno e noturno feito nos
domicílios, nas clínicas, nos hospitais, dispensários e ambulatórios (*)
Com o passar do tempo o relacionamento entre Maria Catarina e a
Congregação se intensifica e se consolida, enquanto nela se delineia os
contornos da chamada à vida religiosa naquele Instituto. Assim sendo, solicitou
à fundadora, Santa Maria Soledade Torres Acosta, ser admitida na Congregação.
Tendo entrado como Postulante em Pamplona em 31 de dezembro de 1881, foi
transferida para Madri para o noviciado. Emitiu sua Profissão Temporária em 14
de maio de 1883 e a Profissão Perpétua em 15 de julho de 1889. Permaneceria até
sua morte na capital da Espanha.
Se entrega com dedicação ao serviço domiciliar dos doentes, operando com
caridade, paciência, determinação. Naquele período uma pandemia de cólera,
influenza e varíola fazia vítimas nas casas, provocando o abandono dos doentes
por parte dos familiares pelo medo do contágio.
Desprezando o perigo, a religiosa os assiste incansavelmente. E a fama
de suas extraordinárias capacidades, alimentadas pelo inexaurível espírito de
caridade, se difunde rapidamente por toda Madri, a ponto de em algumas casas se
colocarem cartazes com a frase: “Se eu
adoecer, que eu seja tratado pela Irmã Maria Catarina”.
Após 23 anos de serviços junto aos enfermos, devido a uma grave forma de
surdez teve que renunciar à sua amada atividade; assumiu então o encargo de
recolher as ofertas que os benfeitores destinavam ao sustento da Congregação.
Seus sofrimentos entretanto não terminaram. Em 1913, foi diagnosticada
com uma tuberculose óssea que lhe causavam dores tremendas. A doença bloqueia o
físico, mas não o coração e o espírito: a sua vida se torna uma oração contínua
por todas as intenções que lhe são confiadas por tantos que a consideravam
“fonte de força e porta para chegar até Deus”.
Irmã Maria Catarina faleceu no dia 10 de outubro de 1910, na casa-mãe da
Congregação, no quarteirão madrileno de Chamberi, onde hoje repousam os seus
despojos.
O milagre aconteceu em La Paz, na Bolívia: graças à sua intercessão, um
cirurgião acometido de doença cerebral se recupera e deve retornar ao trabalho.
“Com tanta solicitude e gentileza”,
se lê entre os testemunhos do processo de glorificação, “acorria aos pedidos e as necessidades dos doentes, que muitos deles a
consideravam como uma mãe amorosa e muitas famílias a solicitavam como
enfermeira ideal”.
Irmã Maria Catarina foi beatificada em 29 de outubro de 2011.
(*) O Instituto conta hoje com 1.600
religiosas distribuídas em 115 comunidades, e está presente em 22 países da
Europa, América, África e Ásia.
Fonte: www.vaticaninsider.it
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