Ana nasceu no dia 18 de fevereiro de 1882,
em Mindelstetten, entre Regensburg e Ingolstadt, no coração da Baviera
(Alemanha), numa família muito pobre; o seu pai era carpinteiro e morreu aos 40
anos, deixando a família na penúria.
Menina calada, reservada, ela aprendeu a
piedade e o amor de Deus com sua mãe, que a ensinou a ser boa cristã. Depois de
fazer a 1ª. Comunhão, ela se ofereceu ao Senhor, sendo o seu maior desejo
entrar em uma ordem de irmãs missionárias.
Ana recebeu a instrução elementar na
escola de Mindelstetten; aos 14 anos de idade teve que tornar-se criada em
Ratisbona, em casa de uma farmacêutica; depois, em Landshut, trabalha para um
jurista.
Com a morte do pai, retornou à
Mindelstetten para ajudar a mãe a cuidar da família e trabalhar nos arredores
como doméstica.
No dia 4 de fevereiro de 1901, enquanto
fazia trabalho doméstico em Stammham, Ana Schäffer escorregou e caiu quando
arranjava um cano e queimou as pernas em água a ferver. Levada para o hospital,
nos anos seguintes foi sujeita a mais de 30 dolorosas intervenções cirúrgicas.
Ficou imobilizada, sendo tratada pela mãe até ao final dos seus dias.
No início Ana, com apenas 21 anos, não
aceitava aquela situação insuportável, mesmo para ela tão piedosa. Se revolta
com este sofrimento sem esperança e o diz isto aos seus parentes, aos amigos e
ao seu pároco Pe. Karl Rieder. Aos poucos entretanto ela conquistou a
serenidade e ofereceu os seus sofrimentos a Nosso Senhor.
Assim, Ana não perdeu o otimismo e
tornou-se mais devota à fé católica apesar de um constante sofrimento. Muitas
vezes não dormia, mas continuava a expressar a sua adoração ao Sagrado Coração
de Jesus.
Ela aconselhava e encorajava as pessoas
que iam buscar junto a ela ajuda e apoio. Descobre que é necessária,
indispensável, aos sãos e aos doentes. Do seu leito, ajuda o próximo falando ou
escrevendo cartas. Promete rezar por todos os que lhe escreviam.
A partir de 1910 apareceram-lhe os
estigmas que tentava esconder e teve visões ocasionais que a deixavam em
êxtase.
Em 1925 contraiu cancro do cólon, e a sua
paralisia expandiu-se para a espinha, tornando-se difícil escrever e falar. Em
setembro de 1925, uma queda do leito lhe tolhe a voz. No dia 5 de outubro
recebeu o Viático e faleceu dizendo num sussurro: “Jesus, eu vivo em ti!” Sepultada inicialmente no cemitério local,
o corpo foi posteriormente transladado para a igreja paroquial de
Mindelstetten.
Considerava o seu sofrimento, a sua
correspondência e a sua capacidade de costurar roupas para os amigos as três
chaves pelas quais entraria no Paraíso. Ana falava desta maneira sobre as três
chaves que Deus lhe havia concedido: “A
maior é de ferro e muito pesada, são meus sofrimentos. A segunda é a agulha, e
a terceira, a pena. Com todas estas chaves quero trabalhar dia após dia para
poder abrir a porta do céu”.
Porém, tanto em suas cartas como em seus
trabalhos manuais, a razão de sua vida é o Coração de Jesus, símbolo do amor
divino. Ana representava as chamas do Coração de Jesus não como línguas de
fogo, mas como espigas de tribo. A Eucaristia, que ela recebia diariamente de
seu pároco, é sem dúvida seu ponto de referência. Por isso essa representação
do Coração de Jesus é característica desta Santa.
Ana Schäffer foi beatificada em 17 de março de 1999 por
João Paulo II e canonizada por Bento XVI em 21 de outubro de 2012. A sua festa
litúrgica é celebrada no dia 5 de outubro.
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