São Bonifácio, o apóstolo da Alemanha, manteve uma correspondência
constante com a comunidade de Wimborne, Dorset, e obteve da abadessa, Santa
Tetta, em 748-49, que uma colônia monástica fosse enviada para a Alemanha.
Entre essas freiras, uma das mais ilustres em santidade e aprendizagem foi
Tecla, parente de Santa Lioba, que ela acompanhou desde Wimborne e sob cujo
governo ela viveu por algum tempo em Tauberbischofsheim, até São Bonifácio
nomeá-la abadessa da recém-fundada Abadia de Ochsenfurt.
Mais tarde, com a morte de Santa Adelaide (ou Haldelonga), fundadora e
primeira abadessa de Kitzingen, ela foi indicada para dirigir aquela abadia,
mantendo o governo de Ochsenfurt.
Tanto o Martirológio Romano, como o beneditino inglês, comemora seu dia
em 15 de outubro, outros em 27 ou 28 de setembro. O nome de Tecla não aparece
na lista das abadessas de Kitzingen, mas pensa-se geralmente que é designada
como Heilga, ou "santa".
Entre as cartas de São Bonifácio uma é dirigida a Lioba, Tecla e
Cinehilde, como as superioras de comunidades religiosas distintas. Seu tom
revela o quão longe as freiras tinham ido como inteligentes companheiras de
trabalho para o seu apostolado.
São Bonifácio parece ter tido um tríplice propósito ao convocar essas
freiras anglo-saxãs como suas auxiliares: 1º propagar a plena observância da
Regra beneditina para introduzi-la em mosteiros fundados; 2º para restaurar a
sua observância em outros; 3º finalmente, trazer a sua influência suave para
influenciar as ferozes mulheres alemãs, tanto pelo exemplo como pela educação
transmitida aos seus filhos.
A capela em ruínas de Santa Tecla, em uma ilhota no Severn, pode ter
sido dedicada a ela por Walstod, um bispo saxão. Alguns tentaram provar que
Santa Tecla fora uma das freiras de Barking a quem Santa Adelaide dedicou seu
"Tratado sobre a virgindade”, mas como este tratado foi escrito antes de
705, e como Santa Lioba foi para a Alemanha por volta de 748-49, é evidente que
sua discípula, que sobreviveu a ela, não era essa monja de Barking.
Ochsenfurt declinou gradualmente, provavelmente devido à sua proximidade
com Kitzingen. Não há registro de qualquer outra abadessa depois de Santa
Tecla. Durante a Idade Média as relíquias de Santa Tecla eram veneradas em
Kitzingen, mas foram dispersas durante a guerra dos camponeses alemães.
Kitzingen foi utilizada para fins seculares pelos margraves de
Brandenburg, a quem tinha sido hipotecada em 1440-1629, quando foi resgatada
por Philip Adolphus, bispo de Würzburg, e restaurada por John Godfrey de
Guttenberg como uma escola para as Ursulinas.
Em 1803 o Instituto das Ursulinas foi secularizado e hoje a igreja da
abadia está nas mãos dos protestantes e serve como sua igreja paroquial.
Os túmulos de Santa Tecla e Santa Adelaide nesta igreja foram profanados
na Guerra Camponesa de 1525: um fanático de Kitzingen usou as cabeças para
jogar boliche. Quando a igreja foi reconstruída (1695), os veneráveis corpos
foram cobertos de lixo. O mosteiro contém uma escola católica e uma escola
protestante para meninas, uma escola protestante para meninos, apartamentos
para alguns professores e o tribunal distrital. A torre da abadessa é
propriedade privada.
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