Santa Sabina é venerada juntamente com suas duas irmãs, Elfrida e Edith.
O ano de 851 parece marcar o desenvolvimento da cidade de Caestre (norte
da França), progresso que coincide com uma legenda: A Legenda das 3 Virgens.
Três jovens piedosas, filhas do Rei Kenulf, que reinava em Wessex
(Inglaterra), tinham feito voto de fazer uma peregrinação aos túmulos dos
Apóstolos São Pedro e São Paulo.
Para realizar tal projeto, elas deixaram o seu reino e atravessaram a
Mancha; aproximaram-se do porto de Mardyck e em seguida tomaram a via romana,
já então chamada Steenstraete (a estrada de pedra) que ia para Arras, passando
por Cassel e a ponte de Estaires.
A história conta que, tendo chegado a um bosque, em um lugar onde
atualmente está localizada a cidade de Caestre, elas foram selvagemente
assassinadas por malfeitores.
Naquele mesmo momento, não longe dali, um cavaleiro cego, o Senhor de
Strazeele, viu a Virgem Santíssima numa aparição. Ela o aconselhou a se dirigir
ao local do crime e de esfregar seus olhos com o sangue das mártires a fim de
recobrar a visão.
O cavaleiro seguiu o conselho da Virgem, recuperou a visão e em
agradecimento mandou construir uma capela no local da morte das virgens. Este
local tornou-se um lugar venerável e desde o século IX uma peregrinação anual
era organizada em honra de Nossa Senhora das Graças.
Em 1560, o mausoléu das 3 virgens mártires foi destruído pelos
huguenotes; a capela, ela mesma, sofreu o assalto dos homens e do tempo e foi
reconstruída uma primeira vez sobre os alicerces do edifício antigo, restaurado
depois em 1851.
Atualmente é possível visitar a capela e
contemplar os seis quadros que contam a história das três virgens.
A Capela das Três Virgens e as formas de devoção popular atravessaram os
séculos e são a memória da aldeia de Caestre e de seus habitantes.
Tente um instante imaginar a vida em Caestre na época de Carlos Magno no
tempo da construção da capela. A comunidade devia ser então muito modesta e o
pequeno cemitério que a cercava, e que desapareceu somente no século XVIII,
devia poder acolher os mortos da aldeia.
Imaginemos também Caestre como um local de peregrinação muito
frequentado após onze milagres terem sido constatados.
Pensemos no medo dos aldeões quando no século XVI destruíram o mausoléu
das 3 virgens e o patrimônio da capela, ou ainda um século mais tarde os
habitantes de Caestre tiveram que fugir dos inimigos franceses que saquearam
várias vezes a capela e a aldeia.
Pouco mais de um século mais tarde, com a Revolução Francesa, os
ornamentos e a prataria foram confiscados e, alguns anos depois, a capela foi
pilhada pelos revolucionários. Em 1794, ela foi interditada e utilizada como
hospital militar e estrebaria.
Em 1790, o pároco de Caestre, Witsoet, escreveu uma peça de teatro: "De
Drie Maegden", As Três Virgens, para a câmara de retórica local. Mas,
pouco tempo depois, no livro de contas da paróquia escrito em um excelente
neerlandês, ele descreveu suas angústias e sua batalha contra aqueles que em
nome da liberdade, igualdade e fraternidade queriam roubar seus bens e o
ameaçavam de morte. Ele foi aprisionado algum tempo depois e morreu nas prisões
revolucionárias.
Depois daqueles tempos tumultuados a capela foi restabelecida ao culto.
E o ommegang (festividade folclórica) recobrou seu esplendor de outrora no
século XIX. Mas os habitantes de Caestre tiveram que aceitar novamente que um
bispo muito zeloso banisse do ommegang vários personagens, a justo título, como
sendo muito pagãos.
Fontes:
Pela Canção Nova assisti a missa de Cinzas com o Papa Francisco na Capela de Santa Sabina
ResponderExcluirFui pesquisar porque não conhecia nem a Santa nem a Capela
Fiquei impressionada com a História das 3 virgens
Vou pedir a intercessão de Santa Sabina e das sua irmas para uma causa difícil e propagar a devoção