A palavra Carmelo (em hebraico, "carmo" significa vinha; e "elo" significa senhor; portanto, "Vinha do Senhor") nos leva para esta famosa montanha da Palestina, onde o Profeta Elias e seu sucessor Elizeu fizeram história com Deus e com Nossa Senhora, que foi prefigurada por uma nuvenzinha branca que, num período de grande seca, prenunciava a chuva redentora que cairia sobre a terra ressequida (cf I Rs 18,20-45).
Por uma intuição sobrenatural, o Profeta
Elias soube que aquela simples nuvem, com forma de uma pegada humana,
simbolizava aquela mulher bendita, predita depois pelo Profeta Isaías (“Eis
que uma virgem conceberá e dará à luz um filho”), que seria a Mãe do
Redentor. Do seu seio virginal sairia Aquele que, lavando com seu sangue
a terra ressequida pelo pecado, abriria aos homens a vida da graça.
Estes profetas foram "participantes" da
obra Carmelita, que só vingou devido à intervenção de Maria, pois a parte dos
monges do Carmelo que sobreviveram (século XII) da perseguição dos muçulmanos,
fugiram para a Europa e radicaram-se em vários países entre eles a Inglaterra.
Dos seguidores de Elias e seus continuadores, de acordo com a tradição, nasceu
a Ordem do Carmo, da qual Maria Santíssima é a Mãe e o esplendor,
segundo as palavras também de Isaías “A glória do Líbano lhe será dada, o
esplendor do Carmelo e de Saron” (Is 35, 2).
São Luís IX, rei da França, subiu ao Monte
Carmelo. Encontrou-se com aqueles eremitas e ficou encantado quando lhe contam
que sua origem remonta ao Profeta Elias, levando uma vida austera de oração e
penitência, cultivando ardente devoção à Nossa Senhora. Trinta anos, antes de
São Luís IX subir ao Monte Carmelo, dois cruzados ingleses levaram para a
Inglaterra alguns monges.
São Simão Stock
Na Inglaterra vivia um homem penitente,
como o Profeta Elias, austero como João Batista. Chamava-se Simão. Mas, diante
de sua vida solitária na convexidade de uma árvore no seio da floresta,
deram-lhe o apelido de Stock.
Simão nasceu no ano de 1165 no castelo de Harford, no
condado de Kent, Inglaterra, em atenção às preces de seus piedosos pais, que
uniam a mais alta nobreza à virtude. Alguns escritores julgam mesmo que tinham
parentesco com a família real.
Sua mãe consagrou-o à Santíssima Virgem
desde antes de nascer. Em reconhecimento a Ela pelo feliz parto, e para pedir
sua especial proteção para o filhinho, a jovem mãe, antes de o amamentar,
oferecia-o à Virgem, rezando de joelhos uma Ave-Maria. Bela atitude de uma
senhora altamente nobre!
O menino aprendeu a ler com pouquíssima
idade. A exemplo de seus pais, começou a rezar o Pequeno Ofício da Santíssima
Virgem, e logo também o Saltério. Esse verdadeiro pequeno gênio, aos sete anos
de idade iniciou o estudo das Belas Artes no Colégio de Oxford, com tanto
sucesso, que surpreendeu os professores. Foi também nessa época admitido à Mesa
Eucarística, e consagrou sua virgindade à Santíssima Virgem.
Perseguido pela inveja do irmão mais
velho, e atendendo a uma voz interior que lhe inspirava o desejo de abandonar o
mundo, deixou o lar paterno aos 12 anos, encontrando refúgio numa floresta onde
viveu inteiramente isolado durante 20 anos, em oração e penitência.
Nossa Senhora revelou-lhe então seu desejo
de que ele se juntasse a certos monges que viriam do Monte Carmelo, na
Palestina, à Inglaterra, “sobretudo porque aqueles religiosos estavam
consagrados de um modo especial à Mãe de Deus”. Simão saiu de sua solidão e,
obedecendo também a uma ordem do Céu, estudou teologia, recebendo as sagradas
ordens. Dedicou-se à pregação, até que finalmente chegaram dois frades carmelitas
no ano de 1213. Ele pôde então receber o hábito da Ordem, em Aylesford.
Em 1215, tendo chegado aos ouvidos de São
Brocardo, Geral latino do Carmo, a fama das virtudes de Simão, quis tê-lo como
coadjutor na direção da Ordem; em 1226, nomeou-o Vigário-Geral de todas as
províncias europeias.
São Simão teve que enfrentar uma verdadeira
tormenta contra os carmelitas na Europa, suscitada pelo demônio através de
homens ditos zelosos pelas leis da Igreja, os quais queriam a todo custo
suprimir a Ordem sob vários pretextos. Mas o Sumo Pontífice, mediante uma bula,
declarou legítima e conforme aos decretos de Latrão a existência legal da Ordem
dos Carmelitas, e a autorizou a continuar suas fundações na Europa.
São Simão participou do Capítulo Geral da
Ordem na Terra Santa, em 1237. Em um novo Capítulo, em 1245, foi eleito 6° Prior-Geral
dos Carmelitas.
A Aparição da Mãe de Deus a São Simão
Stock.
Após a algum tempo de calmaria, as
perseguições reiniciaram com mais intensidade. Na falta de auxílio humano, São
Simão recorria à Virgem Santíssima com toda a tristeza de seu coração,
pedindo-Lhe que fosse solícita à sua Ordem, tão provada, e que desse um sinal
de sua aliança com ela.
Na manhã do dia 16 de julho de 1251, suplicava com maior empenho à Mãe
do Carmelo sua proteção, recitando a bela oração por ele composta: "Flor
do Carmelo, Vinha florífera, Esplendor do céu, Virgem fecunda, singular. Ó Mãe
benigna, sem conhecer varão, aos Carmelitas dá privilégio, Estrela do
Mar!"
Terminada esta prece, levanta os olhos
marejados de lágrimas, vê a cela encher-se, subitamente, de luz. Rodeada de
anjos, em grande cortejo, apareceu-lhe a Virgem Santíssima, revestida de
esplendor, trazendo nas mãos o Escapulário dizendo a São Simão Stock, com
inexprimível ternura maternal:
“Recebe, diletíssimo filho, este
Escapulário de tua Ordem como sinal distintivo e a marca do privilégio que eu
obtive para ti e para todos os filhos do Carmelo; é um sinal de salvação, uma
salvaguarda nos perigos, aliança de paz e de uma proteção sempiterna. Quem
morrer revestido com ele será preservado do fogo eterno’’.
Essa graça especialíssima foi
imediatamente difundida nos lugares onde os carmelitas estavam estabelecidos, e
autenticada por muitos milagres que, ocorrendo por toda parte, fizeram calar os
adversários dos Irmãos da Santíssima Virgem do Monte Carmelo.
São Simão Stock atingiu extrema idade e
altíssima santidade, operando inúmeros milagres, tendo também obtido o dom das
línguas; foi chamado a pátria celeste por Deus em 16 de maio de 1265.
Nossa Senhora voltou ao céu e o
Escapulário permaneceu como sinal de Maria. Na última aparição de Lourdes e de
Fátima, Nossa Senhora traz o Escapulário.
São passados mais de 750 anos, desde o dia
16 de julho de 1251. Todos os que trouxeram o Escapulário, com verdadeira
piedade, com sincero desejo de perfeição cristã, com sinais de conversão,
sempre foram protegidos na alma e no corpo contra tantos perigos que ameaçam a
vida espiritual e corporal. É só ler os anais carmelitanos para provar a
proteção e a assistência de Maria Santíssima.
O Escapulário é a devoção de papas e reis, de pobres e plebeus, de
homens cultos e analfabetos. É a devoção de todos. Foi a devoção de São Luís
IX, de Luís XIII, Luís XIV da França, Carlos VII, Filipe I e Filipe III da
Espanha, Leopoldo I da Alemanha, Dom João I, de Portugal.
John Mathias Haffert, autor do livro
"Maria na sua Promessa do Escapulário", entrevistou a Irmã Carmelita
Lúcia, a vidente de Fátima ainda viva e perguntou, por que na última aparição
Nossa Senhora segurava o escapulário na mão?
Irmã Lúcia respondeu simplesmente: "É
que Nossa Senhora quer que todos usem o Escapulário".
As promessas específicas de Nossa
Senhora do Carmo
Primeira: Quem morrer com o Escapulário não
padecerá o fogo do inferno.
# Em primeiro lugar, ao fazer a sua promessa, Maria não quer
dizer que uma pessoa que morra em pecado mortal se salvará. A morte em pecado
mortal e a condenação são uma e a mesma coisa. A promessa de Maria traduz-se,
sem dúvida, por estas outras palavras: “Quem
morrer revestido do Escapulário, não morrerá em pecado mortal”.
Para tornar isto claro, a Igreja insere,
muitas vezes, a palavra “piamente” na promessa: “aquele que morrer piamente
não padecerá do fogo do inferno”.
Segunda: Nossa Senhora livrará do
Purgatório quem portar seu Escapulário, no primeiro sábado após sua morte.
# Embora às vezes se interprete este privilégio ao pé da
letra, isto é, que a pessoa será livre do Purgatório no primeiro sábado após
sua morte, “tudo que a Igreja, tem para
explicar estas palavras, tem dito oficialmente em várias ocasiões, é que
aqueles que cumprem as condições do Privilégio
Sabatino serão, por intercessão de Nossa Senhora, libertos do Purgatório
pouco tempo depois da morte, e especialmente no sábado”. De qualquer modo,
se formos fiéis em observar as palavras da Virgem Santíssima, Ela será muito
mais fiel em observar as suas.
O que significa
O escapulário do Carmo é um sinal externo
de devoção mariana, que consiste na consagração à Santíssima Virgem Maria pela
inscrição na Ordem Carmelita, na esperança de sua proteção maternal.
O distintivo externo desta inscrição ou
consagração é o pequeno escapulário marrom.
Quem veste o escapulário deve procurar ter
sempre presente a Santíssima Virgem e tratar de copiar suas virtudes, sua vida
e atuar como Ela, Maria, atuou, segundo suas palavras: Eis aqui a
serva do Senhor, faça-se em mim segundo tua palavra.
O escapulário do Carmo é um memorial de
todas as virtudes de Maria.
Fonte
(excertos)
www.obradoespiritosanto.com;http://www.derradeirasgracas.com/4.%20Apari%C3%A7%C3%B5es%20de%20N%20Senhora/Nossa%20Senhora%20do%20Carmo.htm
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