Martirológio
Romano: Em Coriano, na Emilia, Itália, Beata Isabel Renzi, virgem, que
fundadora das Pias Mestras da Virgem Dolorosa, pôs todo seu empenho para que as
meninas pobres recebessem na escola uma formação humana e catequética († 1859).
Maria Isabel, a segunda filha de João
Batista Boni Renzi e de Vitória, nasceu no dia 19 de novembro de 1786 em
Saludecio, situado entre as verdes colinas de Rímini, Itália, com vistas para o
mar Adriático. A família se trasladou para Mondaino, província de Rímini, em
1791. As razões deste traslado se podem encontrar nas funções de administração de
seu pai e a conveniência para o melhor cumprimento da profissão de avaliador e
diretor de seus ativos e dos bens do mosteiro das Clarissas, desta localidade.
Aos nove anos mais ou menos, Isabel entrou
no mosteiro das Clarissas, como uma estudante, e pouco depois recebeu sua Primeira
Comunhão. Sua estadia como aluna, teve que deixar marcadas em seu espírito, e em
particular mediante o ensino e o exemplo das monjas que participam diretamente na
formação das jovens. Isabel começou a perceber a presença de Deus em sua vida,
adornada com uma "doçura natural" e pela poderosa experiencia de vida
cristã junto a seus pais.
João Carlos Renzi, o irmão de Isabel testemunhou:
“desde menina ela se forjou no silêncio e na oração; Isabel passou através das
comodidades da casa onde a vira nascer, como um raio de luz que se estendeu
sobre o ouro, não tocado pela beleza das coisas preciosas que o rodeavam, porém
as coisas preciosas a fizeram bela a si mesma com sua grande bondade e doçura”.
"Desde muito jovenzinha ela gostava de
se recolher, para passar seu tempo com seu Amado Jesus, se empenhava em crescer
na virtude, de modo, que se elegeu uma companheira com a qual competia para ver
quem amava mais a Jesus”.
Em 1807, aos 21 anos, desejosa de entregar-se
completamente a Deus e aos irmãos, pediu que lhe fosse permitido fazer uma
experiência no mosteiro agostiniano de Pietrarubbia, no condado de Carpegna,
província de Pesaro e Urbino.
O mosteiro gozava de grande fama pela
profunda espiritualidade das monjas agostinianas: era muito pobre, situado em um
lugar muito solitário, por isto, o Bispo de Montefeltro costumava dizer que se
necessitava uma especial vocação pela soledade total que reinava ali, e pelas doenças
causadas pelas fortes nevadas e o frio intenso.
Isabel imediatamente sentiu toda a força
de uma intensa vida de consagração ao Senhor, como se depreende da carta escrita
a seu pai, que expressa o forte desejo de entregar-se à glória de Deus, na casa
de Deus: "... Ó pai, me permita que eu espere aqui o prêmio das boas
obras, dos bons pensamentos, dos bons desejos, posto que Deus, o único que é bom,
também Ele leva em conta os bons desejos. Deus me faz tantas ofertas! Deseja, pois
que não cuide de Sua amizade, que me importe bem pouco de Suas promessas? Pai
veneradíssimo, lhe digo: tenho um grande desejo de fazer o bem, rezar muito pela
glória de Deus, e na verdade, para a maior glória de Deus... na casa de Deus”.
Em 1810, um decreto napoleônico que obrigava
as religiosas a regressar à suas casas, impediu que fizesse o noviciado. Teve
que voltar à vida em família; este momento foi muito doloroso para ela, porém a
forjaria para as provas que teria que enfrentar.
Abandonou seu primitivo fervor, porém
continuou perguntando o Senhor na oração: “Senhor, que projeto tens sobre mim?”.
Entretanto, novos acontecimentos tornaram mais difícil este tempo de espera
dolorosa: em 1813, sua única irmã, Doroteia, morreu na idade de vinte anos. Um
dia, quando cavalgava com uma criada, caiu do cavalo. A levantar-se interpretou
esta queda como o sinal de um chamado por parte do Senhor. Aconselhou-se com seu
diretor espiritual, Pe. Vital Corbucci, que lhe disse que sua missão era a de
educadora.
Em 29 de abril de 1824, a instâncias de seu
diretor espiritual, foi para Coriano, a um centro de formação que o Estado
Pontifício queria para eliminar a situação de ignorância e desordem moral frequentes.
Naquela época se falava muito da fundação das Filhas da Caridade de Santa Madalena
de Canossa; Isabel quis unir o centro de Coriano com aquela instituição. Ela se
esforçou para unir o "Conservatório" de Coriano com o trabalho das
Irmãs Canossianas.
Santa Magdalena de Canossa visitou a pequena
comunidade de Coriano, conheceu pessoalmente Isabel Renzi e disse sobre ela:
"Entre o Senhor e Isabel há como uma efusão de amor mútuo, o amor mútuo é o
presente perfeito para manter a certeza de que pôr um pé em Coriano seria
desgarrar a relação entre a criatura e o Criador, esse nó que desata no Céu".
Como as negociações para tal unificação se
prolongaram durante anos sem resultado, Santa Madalena aconselhou que Isabel assumisse
a liderança do Conservatório, e esta aceitou da mão de Deus a decisão do Bispo
de Rimini, Mons. Otavio Zollio, a nomeação de superiora da pequena comunidade.
Os sofrimentos, os imprevistos, não a detêm,
inclusive a fizeram mais forte e mais valente. Em 1828 Isabel escreveu algumas
regras da vida espiritual e da comunidade com a Regra do "Pobre do Crucifixo":
insistia na separação do mundo para experimentar o espírito da cruz, essencial
para "fazer a conversa mais carinhosa com o Esposo divino e sentir o amor
de sua voz na solidão e no recolhimento do espírito”.
Logo da Congregação |
Em 29 de agosto de 1839, na igreja paroquial
de Coriano, Isabel Renzi e suas dez companheiras entregaram suas vidas a Deus e
aos demais com a profissão dos conselhos evangélicos e receberam o hábito
religioso das Mestras da Dolorosa. A Mestras Pias da Bem-aventurada Virgem Maria
Dolorosa teve a aprovação do Bispo de Rímini, Mons. Francisco Gentilini, Congregação
que nascia para alcançar "uma vida religiosa feita de trabalho e de oração
na paz doméstica e na caridade fraterna".
Seu Instituto se propagou rapidamente. Depois
de Coriano, Madre Isabel fundou as comunidades de Sogliano al Rubicone,
Roncofreddo, Faenza, Cotignola, Savignano di Romagna, Mondaino.
Madre Isabel Renzi viveu sempre na oração,
na caridade e uma imensa confiança na Providência.
Aos 72 anos enfrentou uma dor de garganta
insuportável, que logo provou ser uma forma de tuberculose. Seu sofrimento foi
imenso, mas até o final manteve sua clareza e energia, o que permitiu a ela, ao
expirar, dizer o seu famoso "eu vejo, eu vejo, eu vejo!", que
lindamente complementava o significado do inicial "Eu trago Aquele
que me traz!" Era o dia 14 de agosto de 1859.
Desde então, o milagre se repete todos os
dias em milhares de locais onde os professores religiosos abrem os olhos das
crianças em todo o mundo, da Europa à América, da África à Ásia, sempre com o
objetivo de doar generosamente a verdade, em nome da Madre Isabel.
A Madre Isabel foi beatificada por João Paulo
II em 18 de junho de1989.
Panorama de Coriano |
Fontes:
Pe
José Leite, S.J., Santos de Cada Dia, Ed. A.O. – Braga; www.santiebeati/it
Postado
neste blog em 13 de agosto de 2012
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