sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Beata Maria Margarida Caiani (do Sagrado Coração), Fundadora – 8 de agosto


Fundadora do Instituto Franciscano das Irmãs Mínimas do Sagrado Coração, em Poggio, Itália.

     Maria Ana Rosa, natural de Poggio a Caiano (Itália), veio à luz do dia a 2 de novembro de 1863. Seus pais eram Tiago Caiani (serralheiro e encanador na Vila Medicea) e Luísa Fortini. Ela era a terceira de cinco irmãos. Mariana (como era chamada na família) foi batizada na Igreja de Santa Maria da Assunção em Bonistallo.
     Na devida altura, seus pais matricularam-na numa escola particular, que ela frequentou com grande proveito durante três anos. A menina ia assim crescendo em idade, ciência e piedade, que se alimentava diariamente com a Santa Missa e a Comunhão, apesar da igreja ficar longe de casa.
     Esta vida de genuína piedade cristã levou-a ao amor do próximo. Visitava os doentes e preparava os agonizantes para o desenlace final.  Seu irmão mais novo, Gustavo, ficou doente por sete anos devido a uma fratura no quadril; ela cuidou dele até sua morte, aos 11 anos. A partir desse importante evento em sua vida, Mariana começou a cuidar e ajudar as pessoas. Anos depois, outra tragédia chegou à família: seu pai morreu de repente, e ela teve que ajudar seu irmão Oseias em uma tabacaria. Seis anos depois, sua mãe morreu.
     Enriquecida com tão sólidas virtudes, era natural que sentisse vocação para a vida consagrada. E assim, em 1893, aos trinta anos, com uma amiga bateu às portas do Mosteiro das Beneditinas de Pistoya, mas decorrido um mês regressou a casa, convencida de que não tinha vocação para a vida de clausura. O seu coração inclinava-a para o apostolado direto com as almas. Por conselho da Madre Teresa da Cruz, voltou para sua terra.
     Em 19 de setembro de 1894, com sua amiga Maria Fiaschi, abriu uma escola para ensinar crianças, além da doutrina católica, os primeiros elementos do saber. Dois anos depois, duas jovens dispostas a levar o mesmo teor de vida vieram se associar a ela. Desta forma, a obra, que nascera na pobreza e simplicidade, começou a crescer.
     Em 1901 a Beata redigiu umas Regras ou Constituições, que foram aprovadas pelo Bispo de Pistoia, e inscreveu a nascente família das Irmãs Mínimas do Sagrado Coração na Terceira Ordem Franciscana.
     A 15 de dezembro de 1902 vestiu o hábito com cinco companheiras tomando o nome de Irmã Maria Margarida do Sagrado Coração, em homenagem a Santa Margarida Maria Alacoque, mensageira do Coração de Jesus. A 17 de outubro de 1905 fez a profissão perpétua.
     Estavam, portanto, lançados os alicerces de uma nova família religiosa que iria desenvolver-se prontamente. Em 19 anos a Beata fundou pessoalmente 12 casas dispersas por toda a Itália. Em 1910 já se estendia por várias dioceses. Em outubro de 1915 realizou-se o primeiro Capítulo Geral e a Irmã Maria Margarida foi eleita Superiora Geral vitalícia.
     Dotada de bondade, humildade, caridade e amor materno, governou o Instituto com sabedoria e prudência. Dizia às suas Filhas: “A glória é para Deus, a utilidade para o próximo e o trabalho para nós”. Recomendava-lhes com frequência que rezassem muito pela santificação do clero.
     Preocupou-se mais com a solidez do Instituto do que com o seu crescimento, cuja finalidade é a educação da juventude, a assistência aos doentes nos hospitais e em casa, o cuidado dos anciãos em pensionatos e casas de repouso. As suas religiosas cooperam ainda nos trabalhos apostólicos das paróquias e nas obras sociais das missões. A Congregação foi aprovada pela Santa Sé em 1926. Em 1977, o Instituto contava 60 casas e 606 professas em Itália, Egito e Israel.
     Poucos meses antes da fundadora morrer, a Congregação foi adicionada à Ordem Franciscana. A Beata teve de passar pelo cadinho das provações, mas nunca perdeu a paz interior. Faleceu a 8 de agosto de 1921, com 58 anos incompletos. no Mosteiro dos Capuchinhos de Montughi. O Instituto já tinha mais de duzentos religiosas em 21 casas. Desde 20 de abril de 1960 repousa na capela do Instituto.
     Madre Maria Margarida Caiani foi beatificada em 23 de abril de 1989. Na homilia da beatificação, o Santo Padre elogiou a Bem-aventurada com estas palavras:
     “O poder da mensagem da caridade foi compreendido por Maria Margarida Caiani mediante a contemplação de Cristo e do seu Coração trespassado. À luz do amor divino, que se revelou no Divino Salvador, Margarida aprendeu a servir os irmãos entre a gente humilde da sua terra da Toscana, e quis ocupar-se dos mais necessitados, dos últimos: as crianças marginalizadas, os meninos do campo, os anciãos e os soldados vítimas da guerra, internados nos hospitais militares. E para as suas filhas espirituais, as Irmãs Mínimas do Sagrado Coração, ela ensinou a servir os outros com a intenção de reparar as ofensas feitas ao amor de Cristo e de sempre inspirar-se neste amor no exercício da sua caridade”. ... 
Vista de Poggio a Caiano, Toscana
Fontes:
Pe. José Leite, Santos de cada dia, Editorial A. O. - Braga.

Postado neste blog em 7 de agosto de 2012

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