Fundadora
do Instituto Franciscano das Irmãs Mínimas do Sagrado Coração, em Poggio,
Itália.
Maria
Ana Rosa, natural de Poggio a Caiano (Itália), veio à luz do dia a 2 de
novembro de 1863. Seus pais eram Tiago Caiani (serralheiro e encanador na Vila
Medicea) e Luísa Fortini. Ela era a terceira de cinco irmãos. Mariana (como era
chamada na família) foi batizada na Igreja de Santa Maria da Assunção em
Bonistallo.
Na devida altura, seus pais
matricularam-na numa escola particular, que ela frequentou com grande proveito
durante três anos. A menina ia assim crescendo em idade, ciência e piedade, que
se alimentava diariamente com a Santa Missa e a Comunhão, apesar da igreja
ficar longe de casa.
Esta
vida de genuína piedade cristã levou-a ao amor do próximo. Visitava os doentes
e preparava os agonizantes para o desenlace final. Seu irmão mais novo, Gustavo, ficou doente por
sete anos devido a uma fratura no quadril; ela cuidou dele até sua morte, aos
11 anos. A partir desse importante evento em sua vida, Mariana começou a cuidar
e ajudar as pessoas. Anos depois, outra tragédia chegou à família: seu pai
morreu de repente, e ela teve que ajudar seu irmão Oseias em uma tabacaria.
Seis anos depois, sua mãe morreu.
Enriquecida
com tão sólidas virtudes, era natural que sentisse vocação para a vida
consagrada. E assim, em 1893, aos trinta anos, com uma amiga bateu às portas do
Mosteiro das Beneditinas de Pistoya, mas decorrido um mês regressou a casa,
convencida de que não tinha vocação para a vida de clausura. O seu coração
inclinava-a para o apostolado direto com as almas. Por conselho da Madre Teresa
da Cruz, voltou para sua terra.
Em 19 de setembro de 1894, com sua amiga
Maria Fiaschi, abriu uma escola para ensinar crianças, além da doutrina
católica, os primeiros elementos do saber. Dois anos depois, duas jovens
dispostas a levar o mesmo teor de vida vieram se associar a ela. Desta forma, a
obra, que nascera na pobreza e simplicidade, começou a crescer.
Em
1901 a Beata redigiu umas Regras ou Constituições, que foram aprovadas pelo
Bispo de Pistoia, e inscreveu a nascente família das Irmãs Mínimas do
Sagrado Coração na Terceira Ordem Franciscana.
A
15 de dezembro de 1902 vestiu o hábito com cinco companheiras tomando o nome de
Irmã Maria Margarida do Sagrado Coração, em homenagem a Santa Margarida Maria
Alacoque, mensageira do Coração de Jesus. A 17 de outubro de 1905 fez a
profissão perpétua.
Estavam,
portanto, lançados os alicerces de uma nova família religiosa que iria
desenvolver-se prontamente. Em 19 anos a Beata fundou pessoalmente 12 casas
dispersas por toda a Itália. Em 1910 já se estendia por várias dioceses. Em
outubro de 1915 realizou-se o primeiro Capítulo Geral e a Irmã Maria Margarida
foi eleita Superiora Geral vitalícia.
Dotada
de bondade, humildade, caridade e amor materno, governou o Instituto com
sabedoria e prudência. Dizia às suas Filhas: “A glória é para Deus, a utilidade
para o próximo e o trabalho para nós”. Recomendava-lhes com frequência que
rezassem muito pela santificação do clero.
Preocupou-se
mais com a solidez do Instituto do que com o seu crescimento, cuja finalidade é
a educação da juventude, a assistência aos doentes nos hospitais e em casa, o
cuidado dos anciãos em pensionatos e casas de repouso. As suas religiosas
cooperam ainda nos trabalhos apostólicos das paróquias e nas obras sociais das
missões. A Congregação foi aprovada pela Santa Sé em 1926. Em 1977, o Instituto
contava 60 casas e 606 professas em Itália, Egito e Israel.
Poucos meses antes da fundadora morrer, a Congregação
foi adicionada à Ordem Franciscana. A Beata teve de passar pelo cadinho das
provações, mas nunca perdeu a paz interior. Faleceu a 8 de agosto de 1921, com
58 anos incompletos. no Mosteiro dos Capuchinhos de Montughi. O Instituto já
tinha mais de duzentos religiosas em 21 casas. Desde 20 de abril de 1960
repousa na capela do Instituto.
Madre Maria Margarida Caiani foi
beatificada em 23 de abril de 1989. Na homilia da beatificação, o Santo Padre
elogiou a Bem-aventurada com estas palavras:
“O
poder da mensagem da caridade foi compreendido por Maria Margarida Caiani
mediante a contemplação de Cristo e do seu Coração trespassado. À luz do amor
divino, que se revelou no Divino Salvador, Margarida aprendeu a servir os
irmãos entre a gente humilde da sua terra da Toscana, e quis ocupar-se dos mais
necessitados, dos últimos: as crianças marginalizadas, os meninos do campo, os
anciãos e os soldados vítimas da guerra, internados nos hospitais militares. E
para as suas filhas espirituais, as Irmãs Mínimas do Sagrado Coração, ela
ensinou a servir os outros com a intenção de reparar as ofensas feitas ao amor
de Cristo e de sempre inspirar-se neste amor no exercício da sua caridade”. ...
Vista de Poggio a Caiano, Toscana |
Fontes:
Pe.
José Leite, Santos de cada dia, Editorial A. O. - Braga.
Postado
neste blog em 7 de agosto de 2012
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