Nascida
em 19 de junho de 1805 em Fivizzano, no território da atual diocese de
Pontremoli, Ana Maria teve como pais Mateus Adorni e Antonia Zanetti, cristãos
piedosos, que quatro dias após seu nascimento tiveram sua filha regenerada em
Cristo pelo Batismo, educando-a de acordo com os ensinamentos da fé.
Ansiosa para anunciar o nome de Cristo,
aos sete anos, ela saiu de casa com uma companheira, com a intenção de chegar
às Índias para salvar almas. Imediatamente de volta a casa, ela foi formada
especialmente por sua mãe para dirigir sua vida de acordo com o Evangelho. Aos
15 anos, sofreu com a morte de seu pai. Queria ser monja capuchinha, mas se
submeteu à vontade de sua mãe e casou-se em 18 de outubro de 1826 com Antônio
Domenico Botti, adido da Casa Ducal de Parma, a quem deu seis filhos, todos
mortos em uma idade precoce, com exceção de Leopoldo, que abraçou a vida
monástica na Ordem Beneditina.
"Basta amar muito", dizia a
futura beata sobre o matrimônio. "Todos os maridos seriam bons se as
mulheres fossem sempre detalhistas e prestativas", dizia.
"Ela acreditava que os filhos eram um
dom, verdadeiramente os formou para que fossem ao céu, no sentido da oração,
fé, do passar deste mundo para a casa do Pai", disse seu postulador.
Apenas três meses depois de casada,
enfrentou a morte de sua mãe.
Em 23 de março de 1844, ela ficou viúva do
esposo que havia cercado de amor verdadeiro. Viúva aos 39 anos, após quatro
meses de uma grande doença, durante a qual ela foi capaz de oferecer a ele
todos os cuidados, ficou sozinha com quatro filhos (dois deles morreram ainda
muito pequenos): Poldino, de 16, Alberto, de 7, Guido, de 4, e Celestina, de 3
meses.
Ela chorou com piedade, considerando a
morte do esposo como o caminho da vontade de Deus, através da qual ela conduziu
firmemente uma vida consagrada apenas a Deus. Após todos estes acontecimentos,
Ana Maria não perdia a esperança. Muitas pessoas de fé ficavam admiradas por
sua atitude e algumas a procuravam para pedir conselhos. Entre essas pessoas
estava São João Bosco, o bispo Domenico Maria Villa e o beato Andrea Ferrari,
arcebispo de Milão.
Ela não entrou em nenhum instituto religioso;
por conselho do confessor, ela embarcou em uma jornada de caridade para ajudar
especialmente os prisioneiros, para quem ela era mãe e irmã em Cristo.
Aproximou-se deles com humildade, levando-os, com esperança e oração, para as
coisas celestiais, de modo que a prisão parecia ter mudado em um convento.
Muitas senhoras, atraídas pelos exemplos de
Ana Maria, imitaram-na no seu trabalho de caridade, trabalhando na Associação aprovada
pelo Bispo em 1847 e aprovada pela Duquesa de Parma, chamada: "Pia União
das Damas Visitadoras das prisões sob a proteção dos Corações Sagrados de Jesus
e Maria".
Santamente também pediu que as mulheres fossem
dispensadas da prisão: Ana Maria conseguiu alugar uma casa para elas e para
meninas em perigo e órfãs. A obra foi inspirada no "Bom Pastor" -
como mais tarde foi chamado - e para ela, superando inúmeras dificuldades,
encontrou um local adequado em 18 de janeiro de 1856 no antigo convento das
freiras agostinianas, dedicado a São Cristóvão.
A fim de aprimorar o trabalho iniciado, ela
pensou em fundar uma família religiosa, cujos membros nutririam aquela chama de
caridade que o Espírito Santo havia iluminado em seu coração.
Em 1° de maio de 1857, junto a 8
companheiras, deu início à nova congregação, Escravas de Maria Imaculada de
Parma. Dois anos mais tarde, pronunciou com elas os votos de castidade,
obediência e pobreza, e com um novo voto religioso muito forte essas mulheres
se comprometeram a dedicar sua vida religiosa à recuperação das mulheres
necessitadas, à proteção de quem estivesse em perigo, ao cuidado maternal de
moradores de rua e órfãos. Não apenas iam visitá-los, mas também se
comprometiam a inseri-los na sociedade com um emprego. Elas os acolhiam para
garantir assim, seu futuro.
Dadas as regras sábias para o novo
Instituto, ela foi nomeada superiora das Irmãs. Ela as precedia com os exemplos
de todas as virtudes e, sobretudo, com uma intensa caridade, admirável para a
atividade e total autodoação nas coisas mais difíceis e humildes.
Em 25 de março de 1876, o Bispo de
Parma, Domenico Villa, desenvolveu canonicamente o Instituto do Bom Pastor na
congregação religiosa, sob o título de "Pia Casa das Pobre de Maria Imaculada"
e as Regras foram confirmadas em 28 de janeiro de 1893 por seu sucessor, Andrea
Miotti.
Madre Ana Maria morreu no dia 7 de
fevereiro do mesmo ano, apenas 9 dias depois deste fato. "Ela vestiu o
hábito religioso praticamente no leito de sua morte", comentou seu
postulador.
A todas as suas filhas e companheiras,
Madre Adorni deu um exemplo de dedicação ilimitada, mas conseguiu – como ela
declarou alegremente – nunca interromper a oração. Ela até tinha feito a
intenção de sempre agir "com a maior perfeição possível", e
manteve-a, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Por causa de sua
capacidade de orar sem interrupção (como se a oração fosse o próprio sopro de
sua ação) eles a chamavam de "Rosário vivo". Ela disse a todos:
"Se há uma pessoa feliz na vida, sou eu".
A fama de santidade de Ana Maria começou a
espalhar rapidamente. Foram registrados 57 milagres que foram feitos graças à
sua intercessão. Além disso, muitos falavam de milagres que a futura beata
havia feito em vida: "O Senhor agiu em sua vida. Teve uma fé muito bela,
porque ela confiava em seus confessores, nas mediações humanas, buscava
entender o que o Senhor queria em cada instante; e esta fé a levou a muito alto.
Creio que os milagres que fez foram devidos a esta fé", conclui o Pe.
Guigliermo, postulador.
Finalmente, no ano de 1940, pela
disposição do bispo, o processo de informação sobre sua vida e obra foi
instruído na Cúria de Parma; os atos foram transmitidos a Roma para serem
discutidos de acordo com as regras da lei.
Em 15 de dezembro de 1977, reportado ao
Pontífice Supremo Papa Paulo VI, Sua Santidade, considerando a resposta da Sagrada
Congregação para as Causas dos Santos, ordenou a elaboração do Decreto sobre as
virtudes heroicas da Servo de Deus, que foi declarada Venerável.
Ela foi beatificada na Catedral de Parma
em 2010.
Fonte: www.santiebeati.it/
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