Santa
Catarina, uma das maiores Santas da Idade Moderna, nasceu em Florença, de
família ilustríssima. Os Ricci são uma família antiga, que ainda subsiste em
condições prósperas na Toscana. Pedro de Ricci, o pai de nossa santa, era
casado com Catarina Bonza, uma senhora de bom nascimento. A santa nasceu em
1522, e no batismo recebeu o nome de Alexandrina, mas tomou o nome de Catarina
na profissão religiosa.
(*) Algo parecido com o que Santo Agostinho relata sobre São João do Egito aconteceu entre São Filipe Neri e Santa Catarina de Ricci. Por terem algum tempo se entretido em uma troca de cartas, para satisfazer o desejo mútuo de se verem, enquanto ele estava detido em Roma ela apareceu a ele em uma visão, e eles conversaram um tempo considerável, cada um sem dúvida em êxtase. São Filipe Neri, embora muito circunspecto em dar crédito ou em publicar visões, declarou que enquanto viva Catarina de Ricci tinha aparecido a ele em visão, como seu discípulo Galloni nos assegura em sua vida. (1) E os continuadores dos Bollandistas nos informam que isso foi confirmado pelos juramentos de cinco testemunhas. (2)
Note 1. Gallon. apud Contin. Bolland. Acta Sanctorum, Maii, t. 6. p. 503.
col. 2. n. 146.
Note 2. Gallon. apud Contin. Bolland. Acta Sanctorum, Maii, t. 6. p. 504. col. 2.
Note 3. In Bullar. Cherubini, t. 4. p. 8.
Fontes:
www.santiebeati.it/
cfr. The Lives of the Saints, by Rev. Alban Butler, 1866. Volume II: February, p. 406-408.
Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus: SANTA CATARINA DE RICCI, Virgem Dominicana e grande Mística do Séc. XVI. (santosebeatoscatolicos.com)
Tendo perdido a mãe na infância, ela foi
formada para a virtude por uma madrinha muito piedosa, e sempre que ela estava
ausente, era encontrada de joelhos em alguma parte secreta da casa.
Quando ela tinha entre seis e sete anos,
seu pai a colocou no convento de Monticelli, perto dos portões de Florença,
onde sua tia, Luísa de Ricci, era freira. Este lugar era para ela um paraíso:
distante do barulho e do tumulto do mundo, ela servia a Deus sem impedimento ou
distração.
Depois de alguns anos, seu pai a levou
para casa. Ela continuou seus exercícios habituais no mundo tanto quanto foi possível,
mas as interrupções e dissipação, inseparáveis de sua posição, causavam-lhe
tanto mal-estar. Com o consentimento de seu pai, que ela obteve com grande
dificuldade, no ano de 1535, décimo quarto de sua idade, ela recebeu o véu
religioso no convento dos dominicanos em Prat, na Toscana, do qual seu tio, Frei
Timóteo de Ricci, era superior.
Tendo se separado definitivamente do
mundo, Catarina não só sentiu a alma invadida da mais pura alegria, como
tratou, desde o primeiro instante, de adquirir as virtudes de religiosa
perfeita. A bula da canonização confirma que sua vida no noviciado foi de uma
santidade angélica. Admirável era sua humildade, que a fazia não recuar diante
dos trabalhos mais humildes de casa, ficando-lhe o espírito sempre unido a
Deus.
Tendo apenas 25 anos de idade, foi eleita
superiora, cargo que ocupou até a morte, contribuindo assim para maior
satisfação das Irmãs, para as quais era uma verdadeira mãe. Governava pelo bom
exemplo na prática de todas as virtudes, conseguindo assim que na comunidade
reinasse sempre ótimo espírito, e as religiosas se esforçavam a seguir o
exemplo da superiora.
A reputação de sua extraordinária
santidade e prudência atraiu muitas visitas de grande número de bispos,
príncipes e cardeais - entre outros, de Cervini, Alexandre de Medicis e
Aldobrandini, que todos os três foram posteriormente elevados à cátedra de São
Pedro, sob os nomes de Marcelo II, Clemente VIII e Leão XI.
Catarina tomara para exemplo o modelo
Jesus Crucificado, a quem dedicava o mais terno amor. A Sagrada Paixão e Morte
de Jesus estava-lhe sempre diante dos olhos, e os lábios pronunciavam
constantemente jaculatórias e saudações ao bem amado na Cruz, cuja meditação
era, por assim dizer, o pão de cada dia da Santa. O maior desejo consistia-lhe
em poder participar dos sofrimentos de Jesus Cristo e sentir no corpo o que Ele
sentiu nas três horas de agonia.
Sempre que nas quintas-feiras de tarde
começava a meditação da Sagrada Paixão e Morte de Jesus, entrava em êxtase,
permanecendo neste estado até o dia seguinte. Era nestas ocasiões que sua alma
via a Sagrada Paixão e Morte de Jesus em todos os pormenores, tomando parte
mais ou menos ativa no grande sofrimento do divino Mestre. Além destes
sofrimentos místicos, Deus mandou-lhe outros em forma de doenças graves e
dolorosas. Em vez de lhe diminuírem a fé, aumentavam-na, e na santa Comunhão
encontrava a graça e força divinas, para levar a cruz com merecimento.
As Irmãs observaram muitas vezes que
Catarina, tendo recebido a santa Comunhão, parecia rodeada de luz celestial, e
o corpo elevava-se acima do leito. Inimiga do próprio corpo, castigava-o com
duras mortificações, quanto às Irmãs dedicava as maiores atenções, vendo-as
sofrer qualquer coisa. Durante 48 anos não se alimentava senão de pão e água
concedendo ao corpo um repouso noturno de três horas apenas. Tanto mais é para
admirar este espírito de penitência, sabendo-se que a santa nunca cometera um
pecado mortal.
Grandes e extraordinárias foram também as
graças de que Deus cumulou sua serva. Catarina possuía o dom da profecia, do
conhecimento de coisas ocultas, da cura de doenças e da multiplicação de mantimentos
em favor dos pobres.
Maria Santíssima dignou-se de aparecer à
serva de Deus e reclinou nos seus braços o Menino Jesus, que a consolava com
dulcíssimos colóquios, e lhe imprimiu os sinais das chagas nas mãos, nos pés e
no lado. Célebre é a visão de Jesus Cristo Crucificado, o qual desprendeu a mão
da Cruz e a abraçou ternamente.
Em outra visão lhe ofereceu um anel, em
sinal de sua união mística. (O Papa Bento XIV menciona na bula de canonização
todos estes fatos extraordinários. O sábio e esclarecido Papa não o teria
feito, se, após sério estudo, não tivesse certeza da autenticidade dos mesmos).
Catarina, porém, permaneceu humilde, procurando ocultar perante os homens todas
as provas de predileção divina.
Tendo tido notícia de que uma das Irmãs
havia tomado nota do que de extraordinário e louvável lhe ocorrera na vida, deu
ordem para que tudo fosse entregue às chamas. Contudo não lhe era possível
impedir que a fama de sua santidade se divulgasse dia por dia. De toda a parte
vinham pessoas, entre as quais algumas de alta colocação social e política,
ouvir seus conselhos e pedir-lhe intercessão junto a Deus. Sendo-lhe
insuportável isto, pediu a Deus que restringisse os benefícios ou, que pelo
menos não os manifestasse aos homens. Também este pedido teve
acolhimento.
Deus permitiu que a fama se transformasse
em desprezo, e que Catarina por muitos fosse taxada de impostora e hipócrita.
Esta provação Catarina a suportou com maior indiferença e uma paciência
admirável. Conhecedores da vida religiosa dizem que a santidade de Catarina
mais se manifestou e brilhou nos dias tristíssimos da difamação e calúnia, do
que na época das profecias e grandes milagres. São Felipe Neri, contemporâneo
de Catarina, tinha em grande consideração a serva de Deus, com a qual mantinha
viva correspondência. Ele mesmo diz que, por uma graça excepcional de Deus,
teve a visão da Santa, com a qual se deteve demoradamente. (*)
Pelo fim da vida, Catarina foi acometida
de doenças gravíssimas e dolorosas. Se a Sagrada Paixão e Morte de Jesus lhe
era sempre a meditação predileta, muito mais quando a alma se preparava para as
núpcias eternas. Com muita devoção recebeu os últimos Sacramentos, segurando
sempre nas mãos a imagem do Crucifixo. Na hora da morte abriu os braços em
cruz, e nesta posição entregou o espírito a Deus. As Irmãs que se achavam
presentes, ouviram distintamente uma música de harmonias celestiais e Santa
Madalena de Pazzi, que se achava em Florença, viu numa visão a alma de Catarina
fazer a entrada triunfal no céu, acompanhada de grande multidão de Anjos.
Ela passou desta vida mortal à
bem-aventurança eterna e à posse do objeto de todos os seus desejos, na festa
da Purificação de Nossa Senhora, no dia 2 de fevereiro de 1589, aos 67 anos de
idade. A cerimônia de sua beatificação foi realizada por Clemente XII em 1732,
e a de sua canonização por Bento XIV em 1746.
Sua festa é adiada para o dia 13 de
fevereiro.
(*) Algo parecido com o que Santo Agostinho relata sobre São João do Egito aconteceu entre São Filipe Neri e Santa Catarina de Ricci. Por terem algum tempo se entretido em uma troca de cartas, para satisfazer o desejo mútuo de se verem, enquanto ele estava detido em Roma ela apareceu a ele em uma visão, e eles conversaram um tempo considerável, cada um sem dúvida em êxtase. São Filipe Neri, embora muito circunspecto em dar crédito ou em publicar visões, declarou que enquanto viva Catarina de Ricci tinha aparecido a ele em visão, como seu discípulo Galloni nos assegura em sua vida. (1) E os continuadores dos Bollandistas nos informam que isso foi confirmado pelos juramentos de cinco testemunhas. (2)
Bacci, em sua vida de São Filipe, menciona
a mesma coisa, e o Papa Gregório XV, em sua bula pela canonização de São Filipe
Neri, afirma que enquanto este santo viveu em Roma, conversou um tempo
considerável com Catarina de Ricci, uma freira, que então estava em Prat, na
Toscana. (3)
Note 2. Gallon. apud Contin. Bolland. Acta Sanctorum, Maii, t. 6. p. 504. col. 2.
www.santiebeati.it/
cfr. The Lives of the Saints, by Rev. Alban Butler, 1866. Volume II: February, p. 406-408.
Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus: SANTA CATARINA DE RICCI, Virgem Dominicana e grande Mística do Séc. XVI. (santosebeatoscatolicos.com)
Prezada Sra. fiquei muito triste com o ocorrido com seu irmão. Meus sentimentos. Estou rezando muito por ele.
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