quarta-feira, 5 de maio de 2021

Beata Catarina Cittadini, Fundadora – 5 de maio


      «Se o grão de trigo [...] não morre ...» (Jo 12, 24). Esta palavra do Evangelho pode ser aplicada ao pé da letra a Catarina Cittadini, fundadora das Irmãs Ursulinas de São Jerônimo de Somasca, falecida no dia 5 de maio de 1857, antes de o Instituto receber a aprovação canônica.
     Com efeito, no dia 14 de dezembro do mesmo ano, o Bispo de Bérgamo, Dom Speranza, aprovava o Instituto e, no dia seguinte, as sete primeiras companheiras da Fundadora emitiam os votos religiosos.
     Deste modo originou-se no tempo, e para o serviço da Igreja, a Congregação das Irmãs Ursulinas de São Jerônimo de Somasca, fundada pelas irmãs Catarina e Judite Cittadini.

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     Catarina Cittadini nasceu em Bérgamo no dia 28 de setembro de 1801, seus pais foram Giovanni Bautista e Margherita Lanzan; foi batizada em 30 de setembro na igreja paroquial de São Alexandre em Columna. Em 1808, ficou órfã de mãe e abandonada por seu pai; Catarina e sua irmã Judite, nascida em 1803, são acolhidas em um orfanato do Conventino de Bérgamo.
     Sob a direção do prior, Padre Giuseppe Brena, desenvolveu uma fé sólida, uma profunda confiança em Nosso Senhor, uma caridade ativa, uma terna devoção a Virgem Maria, um grande sentido de responsabilidade e de laboriosidade.
     Depois de ter conseguido o diploma de professora elementar, em 1823, deixou o Conventino para transferir-se com sua irmã para a casa de seus primos sacerdotes Giovanni e Antonio Cittadini, que moravam em Calolzio, paróquia da Diocese de Bérgamo.
     Ali as irmãs permanecem cerca de dois anos, encontrando em seus primos sacerdotes uma direção espiritual em um ambiente pastoral muito ativo. Catarina exerceu a função de professora provisória e, em 1824, como professora estável, na escola comunal feminina de Somasca. Com sua irmã Judite amadurece o desejo de entrar em uma Congregação religiosa.
     Por esta razão, se aconselhou com o Padre Giuseppe Brena, seu diretor espiritual no Conventino de Bérgamo, o qual indicou que a vontade de Deus consistia em ficar em Somasca: elas mesmas seriam as pedras fundamentais de uma nova família religiosa naquela pequena região, já protegida pela santidade de São Jerônimo Emiliano.
     Em 1826, com sua irmã Judite, se transferiu definitivamente para Somasca, morando em uma casa alugada. Em outubro do mesmo ano compra um imóvel que será sede de um colégio de meninas e mais tarde do instituto religioso das irmãs Ursulinas.
     Em Somasca, Catarina encontra uma direção espiritual idônea nos Clérigos Regulares Somascos, fundados por São Jerônimo Emiliano, que ela admira e segue o exemplo de caridade e pobreza. 
     A sua sede de almas não se limitou à educação e ao ensino na Escola Comunal: ajudada pela irmã, abre em Somasca uma escola gratuita para meninas pobres, um colégio e de um orfanato. Assim, 1832, nasce a escola privada "Cittadini" e, em 1836, o Colégio de Meninas, cuja direção é confiada a Judite.
     Algumas de suas ex-alunas se colocaram a disposição dela a sua riqueza espiritual, a sua energia física, a sua ânsia de apostolado, para dedicar-se a educação das meninas pobres e para ensinar o catecismo. Esse núcleo de jovens mestras comporá o novo Instituto das Ursulinas de Somasca.
     Em 1840, aos 37 anos, morre a amada irmã, Judite, seu maior apoio na obra de apostolado. A dor da perna é atroz, mas, sustentada por uma fé inabalável, Catarina aceita a vontade de Deus e se entrega a Ele com um abandono ainda maior. Em 1841, com as mortes do Padre Giuseppe Brena e de seu primo Padre Antonio Cittadini, perde outros valiosos apoios.
     Em 1842, Catarina padeceu de um grave mal-estar do qual é curada prodigiosamente por interseção da Virgem de Caravaggio e de São Jerônimo Emiliano.
     Em 1844, para dar estabilidade a sua obra, pelo menos civilmente, estipulou com três companheiras um "Instrumento de Sociedade e de Estado e também de doação recíproca ou Vitalícia", o qual apresenta já muitas características de um Instituto religioso.
     Em 1850, obteve do Papa Pio IX o Decreto de Ereção do Oratório privado, onde conservam a Sagrada Eucaristia.
     Nos anos 1854-55, Madre Cittadini escreveu as Constituições do novo Instituto e as submeteu a apreciação do Bispo de Bérgamo, Mons. Luigi Speranza, que só foram aprovadas sete meses após sua morte, que ocorreu no dia 5 de maio de 1857.
      Catarina se revelou uma educadora sábia e esclarecida, uma alma profundamente humilde e simples. Colocou numa clave feminina a instituição que se baseava no exemplo de São Carlos Borromeu e de São Jerônimo Emiliano.
     A obra de Catarina, grande devota de São Jerônimo, tornou-se de direito pontifício em 1917, difundindo-se para além da Diocese de Bérgamo; frutificou de modo especial em favor dos jovens e dos doentes. São numerosas as obras no norte da Itália, como também em Roma, Sardenha e no sul da Itália.
     A atividade missionária da Congregação hoje se estende à América Latina (Bolívia, Brasil), Índia, Filipinas. É preciso salientar também a atividade pastoral a serviço dos filhos dos emigrantes italianos na Suíça. França e Bélgica.
     O processo que levou à sua beatificação foi aberto em 12 de janeiro de 1979. Catarina Cittadini foi beatificada em 29 de abril de 2001 por João Paulo II.

Fontes: www.vatican.va; www.santiebeati.it

Postado neste blog em 5 de maio de 2011

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