«Se o grão de trigo [...] não morre ...»
(Jo 12, 24). Esta palavra do Evangelho pode ser aplicada ao pé da letra a
Catarina Cittadini, fundadora das Irmãs Ursulinas de São Jerônimo de Somasca,
falecida no dia 5 de maio de 1857, antes de o Instituto receber a aprovação
canônica.
Com efeito, no dia 14 de dezembro do mesmo
ano, o Bispo de Bérgamo, Dom Speranza, aprovava o Instituto e, no dia seguinte,
as sete primeiras companheiras da Fundadora emitiam os votos religiosos.
Deste modo originou-se no tempo, e para o
serviço da Igreja, a Congregação das Irmãs Ursulinas de São Jerônimo de
Somasca, fundada pelas irmãs Catarina e Judite Cittadini.
Catarina Cittadini nasceu em
Bérgamo no dia 28 de setembro de 1801, seus pais foram Giovanni Bautista e
Margherita Lanzan; foi batizada em 30 de setembro na igreja paroquial de São
Alexandre em Columna. Em
1808, ficou órfã de mãe e abandonada por seu pai; Catarina e sua irmã Judite,
nascida em 1803, são acolhidas em um orfanato do Conventino de Bérgamo.
Sob a direção do prior, Padre Giuseppe
Brena, desenvolveu uma fé sólida, uma profunda confiança em Nosso Senhor , uma
caridade ativa, uma terna devoção a Virgem Maria, um grande sentido de
responsabilidade e de laboriosidade.
Depois de ter conseguido o diploma de
professora elementar, em 1823, deixou o Conventino para transferir-se com sua irmã
para a casa de seus primos sacerdotes Giovanni e Antonio Cittadini, que moravam
em Calolzio, paróquia da Diocese de Bérgamo.
Ali as irmãs permanecem cerca de dois anos,
encontrando em seus primos sacerdotes uma direção espiritual em um ambiente
pastoral muito ativo. Catarina exerceu a função de professora provisória e, em
1824, como professora estável, na escola comunal feminina de Somasca. Com sua
irmã Judite amadurece o desejo de entrar em uma Congregação
religiosa.
Por esta razão, se aconselhou com o Padre
Giuseppe Brena, seu diretor espiritual no Conventino de Bérgamo, o qual indicou
que a vontade de Deus consistia em ficar em Somasca: elas mesmas seriam as pedras
fundamentais de uma nova família religiosa naquela pequena região, já protegida
pela santidade de São Jerônimo Emiliano.
Em 1826, com sua irmã Judite, se transferiu
definitivamente para Somasca, morando em uma casa alugada. Em outubro do mesmo
ano compra um imóvel que será sede de um colégio de meninas e mais tarde do
instituto religioso das irmãs Ursulinas.
Em Somasca, Catarina encontra uma direção
espiritual idônea nos Clérigos Regulares Somascos, fundados por São Jerônimo
Emiliano, que ela admira e segue o exemplo de caridade e pobreza.
A sua sede de almas não se limitou à
educação e ao ensino na Escola Comunal: ajudada pela irmã, abre em Somasca uma
escola gratuita para meninas pobres, um colégio e de um orfanato. Assim, 1832,
nasce a escola privada "Cittadini" e, em 1836, o Colégio de
Meninas, cuja direção é confiada a Judite.
Algumas de suas ex-alunas se colocaram a
disposição dela a sua riqueza espiritual, a sua energia física, a sua ânsia de
apostolado, para dedicar-se a educação das meninas pobres e para ensinar o
catecismo. Esse núcleo de jovens mestras comporá o novo Instituto das Ursulinas
de Somasca.
Em 1840, aos 37 anos, morre a amada irmã,
Judite, seu maior apoio na obra de apostolado. A dor da perna é atroz, mas, sustentada
por uma fé inabalável, Catarina aceita a vontade de Deus e se entrega a Ele com
um abandono ainda maior. Em 1841, com as mortes do Padre Giuseppe Brena e de seu
primo Padre Antonio Cittadini, perde outros valiosos apoios.
Em 1842, Catarina padeceu de um grave
mal-estar do qual é curada prodigiosamente por interseção da Virgem de Caravaggio
e de São Jerônimo Emiliano.
Em 1844, para dar estabilidade a sua obra,
pelo menos civilmente, estipulou com três companheiras um "Instrumento de
Sociedade e de Estado e também de doação recíproca ou Vitalícia", o
qual apresenta já muitas características de um Instituto religioso.
Em 1850, obteve do Papa Pio IX o Decreto
de Ereção do Oratório privado, onde conservam a Sagrada Eucaristia.
Nos anos 1854-55, Madre Cittadini escreveu
as Constituições do novo Instituto e as submeteu a apreciação do Bispo de
Bérgamo, Mons. Luigi Speranza, que só foram aprovadas sete meses após sua
morte, que ocorreu no dia 5 de maio de 1857.
Catarina
se revelou uma educadora sábia e esclarecida, uma alma profundamente humilde e
simples. Colocou numa clave feminina a instituição que se baseava no exemplo de
São Carlos Borromeu e de São Jerônimo Emiliano.
A obra de Catarina, grande devota de São
Jerônimo, tornou-se de direito pontifício em 1917, difundindo-se para além da
Diocese de Bérgamo; frutificou de modo especial em favor dos jovens e dos
doentes. São numerosas as obras no norte da Itália, como também em Roma,
Sardenha e no sul da Itália.
A atividade missionária da Congregação
hoje se estende à América Latina (Bolívia, Brasil), Índia, Filipinas. É preciso
salientar também a atividade pastoral a serviço dos filhos dos emigrantes
italianos na Suíça. França e Bélgica.
O processo que levou à sua beatificação
foi aberto em 12 de janeiro de 1979. Catarina Cittadini foi beatificada em 29
de abril de 2001 por João Paulo II.
Fontes: www.vatican.va;
www.santiebeati.it
Postado neste blog em 5 de maio de 2011
Linda história de humildade e amor a Deus e ao próximo.
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