“Maria
é a rainha do Céu e da terra, por graça, como Cristo é Rei por natureza e por
conquista”. Assim afirma São Luís Maria Grignion de Montfort, no Tratado da
Verdadeira Devoção, número 38. A Igreja celebra a festa
desse Reinado de Maria, a semelhança e em perfeita coincidência com o reino de
Jesus Cristo, que não é temporal nem terreno, mas eterno e universal.
Hoje a Igreja celebra a memória litúrgica
de Nossa Senhora Rainha, celebração instituída aos 11de outubro de 1954 pelo
Papa Pio XII por meio da carta encíclica Ad
Cæli Reginam.
O objeto da instituição dessa liturgia era
enaltecer a devoção filial da Igreja à Maternidade Divina de Maria e a sua
Realeza decorrente desta, num contexto em que, conforme sinaliza o documento,
havia 4 anos (1950), fora definido o dogma da sua Assunção Gloriosa e, havia
100 anos incompletos (1854), fora definido o dogma da sua Imaculada Conceição.
Sem contar que a data de promulgação da encíclica é aquela mesma da definição
do dogma da Maternidade Divina de Maria, proclamado pelo Concílio de Éfeso em
431.
O Antigo Testamento celebra que a Rainha
não é a esposa do Rei, mas sim sua mãe (em hebraico, ‘Gebi Rah’). Betsabá era
considerada a Rainha por ser mãe de Salomão, que era Rei (cf. I Reis 2,13-21).
"Filhas de reis estão entre suas
damas de honra: à tua direita está a RAINHA em ouro de Ofir...mesmo os povos
mais ricos IMPLORARÃO TEUS FAVORES. Farei TEU NOME SER LEMBRADO EM TODAS AS
GERAÇÕES: portanto os povos TE LOUVARÃO para todo o sempre".
A
personificação desta Rainha como Maria é evidente já que em Lucas 1,48 Maria é
a dita proclamada e lembrada entre todas as gerações.
Mas nenhuma das passagens citadas supera a
mulher do livro do Apocalipse:
"Um sinal grandioso apareceu no céu,
uma mulher vestida de sol, com a lua sob os pés, e com uma coroa de doze
estrelas na cabeça... Ela deu à luz um menino, que há de governar as nações com
um cetro de ferro... " (Ap. 12,1-5)
Neste capítulo, fica claro: estão falando
da Mãe daquele que há de governar todas as nações com um cetro de ferro (Ap
12,5), Jesus. Portanto, estavam falando de Maria, muito embora também possa ser
dada à Igreja este título. Quem usa uma coroa é uma Rainha, portanto, João vê
Maria nos Céus com uma coroa, mostrando ser soberana.
Os protestantes não aceitam tal doutrina,
e relembram que deusas pagãs eram chamadas de 'Rainha do Céu' no livro de
Jeremias 7,18. Contudo, a Bíblia também chama Nabucodonosor, rei pagão da
Babilônia, e Artaxerxes, rei pagão da Pérsia, com o título de “Rei dos Reis'
(cf. Dn 2,37; Ez 26,7; Esd 7,12); o que não impede que o título seja dado
também a Cristo na Bíblia em Apocalipse 17,14; 19,16, e a Deus Pai em I Timóteo
6,15.
Oração a Nossa Senhora Rainha
Deus todo-poderoso, que nos destes como
Mãe e como Rainha a Mãe do Vosso Unigênito, dai-nos que protegidos pela sua
intercessão, alcancemos a glória de seus filhos no reino dos céus. Rainha
digníssima do mundo, Maria, Virgem perpétua, intercedei por nós, por nossa
fidelidade inteira a Vós e a Santa Igreja, Vós que gerastes Cristo Senhor, nosso
Salvador. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
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