quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Nossa Senhora Rainha – 22 de agosto


    
     Maria é a rainha do Céu e da terra, por graça, como Cristo é Rei por natureza e por conquista”. Assim afirma São Luís Maria Grignion de Montfort, no Tratado da Verdadeira Devoção, número 38. A Igreja celebra a festa desse Reinado de Maria, a semelhança e em perfeita coincidência com o reino de Jesus Cristo, que não é temporal nem terreno, mas eterno e universal.
     Hoje a Igreja celebra a memória litúrgica de Nossa Senhora Rainha, celebração instituída aos 11de outubro de 1954 pelo Papa Pio XII por meio da carta encíclica Ad Cæli Reginam.
     O objeto da instituição dessa liturgia era enaltecer a devoção filial da Igreja à Maternidade Divina de Maria e a sua Realeza decorrente desta, num contexto em que, conforme sinaliza o documento, havia 4 anos (1950), fora definido o dogma da sua Assunção Gloriosa e, havia 100 anos incompletos (1854), fora definido o dogma da sua Imaculada Conceição. Sem contar que a data de promulgação da encíclica é aquela mesma da definição do dogma da Maternidade Divina de Maria, proclamado pelo Concílio de Éfeso em 431.
     O Antigo Testamento celebra que a Rainha não é a esposa do Rei, mas sim sua mãe (em hebraico, ‘Gebi Rah’). Betsabá era considerada a Rainha por ser mãe de Salomão, que era Rei (cf. I Reis 2,13-21).
     Também o Salmo 45,9 nos mostra a Rainha dos Céus:
     "Filhas de reis estão entre suas damas de honra: à tua direita está a RAINHA em ouro de Ofir...mesmo os povos mais ricos IMPLORARÃO TEUS FAVORES. Farei TEU NOME SER LEMBRADO EM TODAS AS GERAÇÕES: portanto os povos TE LOUVARÃO para todo o sempre".
     A personificação desta Rainha como Maria é evidente já que em Lucas 1,48 Maria é a dita proclamada e lembrada entre todas as gerações.
     Mas nenhuma das passagens citadas supera a mulher do livro do Apocalipse:
     "Um sinal grandioso apareceu no céu, uma mulher vestida de sol, com a lua sob os pés, e com uma coroa de doze estrelas na cabeça... Ela deu à luz um menino, que há de governar as nações com um cetro de ferro... " (Ap. 12,1-5) 
     Neste capítulo, fica claro: estão falando da Mãe daquele que há de governar todas as nações com um cetro de ferro (Ap 12,5), Jesus. Portanto, estavam falando de Maria, muito embora também possa ser dada à Igreja este título. Quem usa uma coroa é uma Rainha, portanto, João vê Maria nos Céus com uma coroa, mostrando ser soberana.
     Os protestantes não aceitam tal doutrina, e relembram que deusas pagãs eram chamadas de 'Rainha do Céu' no livro de Jeremias 7,18. Contudo, a Bíblia também chama Nabucodonosor, rei pagão da Babilônia, e Artaxerxes, rei pagão da Pérsia, com o título de “Rei dos Reis' (cf. Dn 2,37; Ez 26,7; Esd 7,12); o que não impede que o título seja dado também a Cristo na Bíblia em Apocalipse 17,14; 19,16, e a Deus Pai em I Timóteo 6,15.

Oração a Nossa Senhora Rainha

     Deus todo-poderoso, que nos destes como Mãe e como Rainha a Mãe do Vosso Unigênito, dai-nos que protegidos pela sua intercessão, alcancemos a glória de seus filhos no reino dos céus. Rainha digníssima do mundo, Maria, Virgem perpétua, intercedei por nós, por nossa fidelidade inteira a Vós e a Santa Igreja, Vós que gerastes Cristo Senhor, nosso Salvador. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

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