Santa
Filomena de Roma é uma santa cuja vida ainda é misteriosa. Seus restos foram
encontrados em 25 de maio de 1802 nas catacumbas de Priscila, em Roma, mas a
ausência da inscrição mártir causou dúvida sobre a possibilidade de morte por
martírio. Por esta razão, ela foi removida do calendário pela Sagrada
Congregação dos Ritos na Reforma Litúrgica na década de 1960, apesar da
disseminação do culto e da devoção pessoal de vários papas e santos.
Segundo uma narração, Filomena foi
princesa da Ilha de Corfu, tinha 13 anos quando foi a Roma com seus pais para
conhecer o imperador romano Diocleciano.
Seus pais, não conseguiam ter filhos, mas
por sugestão de um médico cristão, deixaram de fazer sacrifícios aos deuses
pagãos e receberam o batismo, acabando por receber a graça de uma filha a quem
chamaram de Lumena por ter nascido à luz da fé. Na pia batismal, chamaram-lhe
Filomena, que significa “filho/a da luz”. Criada nos costumes cristãos,
Filomena fez votos de virgindade no início da adolescência.
O poderoso imperador romano Diocleciano
declarou guerra ao pai de Filomena, que como não tinha possibilidade de o
enfrentar, foi a Roma pedir clemência.
Ao receber a família de Filomena, o
imperador ficou prostrado pela beleza da jovem, prometendo não só a paz, como
também vantagens políticas e econômicas ao pai de Filomena se concedesse a sua
filha em casamento. O pai de Filomena aceitou alegremente a proposta, mas a
filha, já prometida a Jesus, protestou com todas as suas forças. Nem os seus
pais a conseguiram convencer a mudar de ideias.
Perante a recusa da jovem, o imperador
tentou convencê-la acenando com os privilégios de ser imperatriz de Roma, mas
sem sucesso. Furioso, Diocleciano mandou prender a jovem até que ela mudasse de
ideias. Filomena terá recebido uma visita de Nossa Senhora na prisão, que
prometeu levá-la ao céu em três dias.
A jovem permaneceu sempre inflexível, o
que levou o imperador, cheio de ódio, a ordenar os piores martírios contra
Filomena. Tentaram pegar fogo à jovem, lançar flechas sobre o seu corpo, e
jogaram seu corpo ao rio, atado a uma âncora. Com a proteção divina, a jovem
saiu incólume de todos os martírios.
Perante os milagres, muitos se converteram
ao Cristianismo. Por fim, o imperador ordenou que decapitassem Filomena,
acabando o seu corpo por ceder e subir aos céus no dia 11 de agosto.
Dentro do túmulo foi encontrado um jarro
oval contendo o sangue da santa. O nicho estava fechado por três telhas de
terracota, com a inscrição Lumena pax te cum fi pintada nelas. A pessoa que
posicionou e cimentou os azulejos cometeu uma falha na ordem de sequência que
corretamente deveria ter sido: Pax tecum Filumena, ou “A paz esteja contigo,
Filomena”. Os azulejos datam de um período entre o final do terceiro século e o
início do século IV depois de Cristo.
Informações sobre Santa Filomena constam
de uma revelação particular que teve em 3 de agosto de 1833, a Serva de Deus, a
Irmã Maria Luísa de Jesus (1799-1875), sua fervorosa devota. A Congregação da
Sagrada Inquisição Romana e Universal aprovou a revelação em 21 de dezembro de
1833. O Pe. Francesco De Lucia de Mugnano, com a ajuda do Bispo de Potenza, Dom
Cesare, obteve o cadáver da mártir que foi colocado em uma capela lateral da
igreja Nossa Senhora das Graças onde até hoje está localizado.
Famosos devotos da santa foram: Leão XII,
Gregório XVI, Pio IX, Leão XIII, São Pio X, o Cura d'Ars, a Serva de Deus
Pauline Jaricot, a serva de Deus Maria Cristina de Sabóia, o Beato Bartolo
Longo e o Santo Pe. Pio de Pietrelcina.
Santos devotos de Santa Filomena |
Fontes:
www.santiebeati.it/
https://www.calendarr.com/portugal/dia-de-santa-filomena/
História da vida e do martírio de
Santa Filomena
(Segundo
as revelações à Serva de Deus Madre Maria Luísa de Jesus)
Eu sou a filha de um príncipe que
governava um pequeno Estado da Grécia. Minha Mãe era também da realeza. Eles
não tinham meninos. Eram idólatras e continuamente ofereciam orações e
sacrifícios à seus deuses falsos.
Um doutor de Roma chamado Públio vivia no
palácio ao serviço de meu pai. Este doutor havia professado o cristianismo.
Vendo a aflição de meus pais e por um impulso do Espírito Santo lhes falou
acerca de nossa fé e lhes prometeu orar por eles, se consentissem em
batizarem-se.
A graça que acompanhava suas palavras
iluminou o entendimento de meus pais e triunfou sobre sua vontade. Fizeram-se
cristãos e obtiveram seu esperado desejo de ter filhos.
Ao momento de nascer me puseram o nome de
Lumena, em alusão à luz da fé, da qual era fruto. No dia de meu batismo me
chamaram Filomena, filha da luz (filia luminis) porque nesse dia havia nascido
à fé. Meus pais me tinham grande carinho e sempre me tinham com eles.
Foi por isso que me levaram a Roma, em uma
viagem que meu pai foi obrigado a fazer devido a uma guerra injusta. Eu tinha
treze anos. Quando chegamos a capital, nos dirigimos ao palácio do imperador e
fomos admitidos para uma audiência.
Tão pronto Diocleciano me viu, fixou os
olhos em mim. O imperador ouviu toda a explicação do príncipe, meu pai. Quando
este acabou e não querendo ser já mais molestado lhe disse: “Eu porei a tua
disposição toda a força de meu império. Eu só desejo uma coisa em troca, que é
a mão de tua filha”.
Meu pai, deslumbrado com uma honra que não
esperava, atende imediatamente a proposta do imperador e quando regressamos a
nossa casa, meu pai e minha mãe fizeram todo o possível para induzir-me a que
cedesse aos desejos do imperador e os seus. Eu chorava e lhes dizia: “vocês desejam
que pelo amor de um homem eu rompa a promessa que fiz a Jesus Cristo? Minha
virgindade pertence a ele e eu já não posso dispor dela”.
‘Mas sois muito jovem para esse tipo de
compromisso’ - me diziam - e juntavam as mais terríveis ameaças para fazer-me
aceitar casar com o imperador. A graça de Deus me fez invencível. Meu pai não
podendo fazer o imperador ceder e para desfazer-se da promessa que havia feito,
foi obrigado por Diocleciano a levar-me a sua presença.
Antes, tive que suportar novos ataques da
parte de meus pais até o ponto, que de joelhos ante mim, imploravam com
lágrimas em seus olhos, que tivesse piedade deles e de minha pátria. Minha
resposta foi: “Não, não, Deus e o voto de virgindade que lhe fiz, vem primeiro
que vocês e minha pátria. Meu reino é o Céu”.
Minhas palavras os fez desesperar e me
levaram ante a presença do imperador, o qual fez todo o possível para ganhar-me
com suas atrativas promessas e com suas ameaças, as quais foram inúteis. Ele
ficou furioso e, influenciado pelo demônio, me mandou a um dos cárceres do
palácio onde fui encadeada.
Pensando que a vergonha e a dor iam me
debilitar o valor que meu Divino Esposo me havia inspirado. Me vinha ver todos
os dias e soltava minhas cadeias para que pudesse comer a pequena porção de pão
e água que recebia como alimento, e depois renovava seus ataques, que se não
houvesse sido pela graça de Deus não teria resistido. Eu não cessava de
encomendar-me a Jesus e sua Santíssima Mãe.
Meu cativeiro durou trinta e sete dias, e
no meio de uma luz celestial, vi a Maria com seu Divino Filho em seus braços, a
qual me disse: "Filha, três dias mais de prisão e depois de quarenta dias,
se acabará este estado de dor".
As felizes notícias fizeram meu coração
bater de alegria, mas como a Rainha dos Anjos havia dito, deixaria a prisão,
para sustentar um combate mais terrível que os que já havia tido.
Passei da alegria a uma terrível angústia,
que pensava me mataria. “Filha, tem valentia”, disse a Rainha dos Céus e me
recordou meu nome, o qual havia recebido em meu Batismo dizendo-me: "Vós
sois LUMENA, e Vosso Esposo é chamado Luz. Não tenhais medo. Eu ajudarei no
momento do combate, a graça virá para dar-vos força. O anjo Gabriel virá a
socorrer, eu lhe recomendarei especialmente a ele, vosso cuidado". As
palavras da Rainha das Virgens me deram ânimo. A visão desapareceu deixando a
prisão cheia de um perfume celestial.
O que me havia anunciado, logo se
realizou. Diocleciano perdendo todas as suas esperanças de fazer-me cumprir a
promessa de meu pai, tomou a decisão de torturar-me publicamente e o primeiro
tormento era ser flagelada. Ordenou que me tirassem meus vestidos, que fosse
atada a uma coluna em presença de muitos homens da corte, fez com que me
flagelassem com tal violência, que meu corpo se banhou em sangue, e luzia como
uma só ferida aberta.
O tirano pensando que eu ia desmaiar e
morrer, me fez arrastar a prisão para que morresse. Dois Anjos brilhantes como
a luz, me apareceram na obscuridade e derramaram um bálsamo em minhas feridas,
restaurando em mim a força, que não tinha antes de minha tortura.
Quando o imperador foi informado da
mudança que em mim havia ocorrido, me fez levar ante sua presença e trato de
fazer-me ver que minha cura se devia a Júpiter o qual desejava que eu fosse a
imperatriz de Roma.
O Espírito Divino, ao qual lhe devia a
constância em perseverar na pureza, me encheu de luz e conhecimento, e a todas
as provas que dava da solidez de nossa fé, nem o imperador nem sua corte podiam
achar resposta.
Então, o imperador frenético, ordenou que
me afogassem, com um âncora atada ao pescoço nas águas do Rio Tibre. A ordem
foi executada imediatamente, mas Deus permitiu que não acontecesse. No momento
no qual ia ser precipitada ao rio, dois Anjos vieram em meu socorro, cortando a
corda que estava atada a âncora, a qual foi parar ao fundo do rio, e me
transportaram gentilmente a vista da multidão, nas margens do rio.
O milagre fez que muitos espectadores se
convertessem ao cristianismo. O imperador, alegando que o milagre se devia a
magia, me fez arrastar pelas ruas de Roma e ordenou que me fosse disparada uma
chuva de flechas.
O sangue brotou de todas as partes de meu
corpo e ordenou que fosse levada de novo a meu cárcere. O céu me honrou com um
novo favor. Entrei em um doce sono e quando despertei estava totalmente curada.
O tirano cheio de raiva disse: “Que seja
traspassada com flechas afiadas”. Outra vez os arqueiros dobraram seus arcos,
colheram todas as suas forças, mas as flechas se negaram a sair. O imperador
estava presente e ficou furioso e pensando que a ação do fogo podia romper o
encanto, ordenou que se pusesse a esquentar no forno e que fossem dirigidas ao
meu coração.
Foi obedecido, mas as flechas, depois de
ter percorrido parte da distância, tomaram a direção contrária e regressaram a
ferir a aqueles que a haviam atirado. Seis dos arqueiros morreram. Alguns deles
renunciaram ao paganismo e o povo começou a dar testemunho público do poder de
Deus que me havia protegido.
Isto enfureceu ao tirano. Este determinou
apressar minha morte, ordenando que minha cabeça fosse cortada com um machado.
Então, minha alma voou até meu Divino Esposo, o qual me deu a coroa da
virgindade a palma do martírio.
Fonte:
http://www.santosebeatoscatolicos.com/2014/08/santa-filomena-de-roma-virgem-e-martir.html
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