De 1º a 2 de
agosto: saiba como obter a Indulgência da Porciúncula!
Os fiéis que visitarem qualquer igreja
franciscana, em qualquer lugar do mundo, desde o meio-dia de 1º de agosto até a
meia-noite de 2 de agosto poderão obter a assim chamada Indulgência Plenária da
Porciúncula.
Mas atenção: não basta, obviamente, fazer
a visita. É também necessário cumprir as condições habituais para se ganhar
qualquer indulgência plenária: confissão
sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Santo Padre.
A Porciúncula
Trata-se da pequena igreja que São
Francisco de Assis dedicou a Santa Maria dos Anjos. Ela hoje fica dentro da
grande Basílica de Assis, construída entre os séculos XVI e XVII.
A igrejinha foi a segunda morada de São
Francisco e dos seus primeiros frades. No Domingo de Ramos de 1211, foi lá que
São Francisco recebeu a profissão de Santa Clara, dando assim origem à família
religiosa das Clarissas, de inspiração franciscana. A Porciúncula foi ainda o
local em que, na tarde de 3 de outubro de 1226, São Francisco partiu deste
mundo para a Céu.
A indulgência
Uma noite, do ano do Senhor de 1216, São Francisco
estava compenetrado na oração e na contemplação na igrejinha da Porciúncula,
perto de Assis, quando, repentinamente, a igrejinha ficou repleta de uma
vivíssima luz e ele viu sobre o altar Nosso Senhor Jesus Cristo e à sua direita
a sua Mãe Santíssima, circundados de uma multidão de anjos. São Francisco, em silêncio e com a face por
terra, adorou a seu Senhor.
Perguntaram-lhe, então, o que ele desejava
para a salvação das almas. A resposta de São Francisco foi imediata: “Santíssimo Pai, mesmo que eu seja um mísero
pecador, te peço que a todos quantos arrependidos e confessados, virão visitar
esta igreja, lhes conceda amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de
todas as culpas”.
O Senhor lhe disse: “Ó Irmão Francisco, aquilo que pedes é grande, de coisas maiores és
digno e coisas maiores tereis: acolho portanto o teu pedido, mas com a condição
de que tu peças esta indulgência, da parte minha, ao meu Vigário na terra
(Papa)”.
São Francisco partiu para Perusia junto de
outro frade para ver o Papa Honório III, que naqueles dias encontrava-se
naquela cidade e com candura lhe narrou a visão que teve. O Papa o escutou com
atenção e, depois de alguns esclarecimentos, deu a sua aprovação e disse: “Por quanto anos queres esta indulgência?”
Francisco, respondeu-lhe: “Pai santo, não
peço por anos, mas por almas”.
E feliz, se dirigiu à porta, mas o
Pontífice o convocou: “Como, não queres
nenhum documento?” E São Francisco respondeu-lhe: “Santo Pai, de Deus, Ele cuidará de manifestar a obra sua; eu não tenho
necessidade de algum documento. Esta carta deve ser a Santíssima Virgem Maria,
Cristo o Escrivão e os Anjos as testemunhas”.
Poucos dias mais tarde, junto aos Bispos
da Úmbria, ao povo reunido na Porciúncula, Francisco anunciou a indulgência
plenária e disse entre lágrimas: “Irmãos meus, quero mandar-vos todos ao
paraíso!”
Foi um enorme presente obtido por São
Francisco para as almas que ele tanto amava. Antigamente, a obtenção de
indulgências era muito difícil para os fiéis, que precisavam partir em
peregrinação a lugares distantes como a Terra Santa. Com a Indulgência da
Porciúncula, porém, o assim chamado “Perdão de Assis” pode agora ser concedido
em todas as igrejas franciscanas do mundo, cumpridas as condições habituais de
qualquer indulgência.
Em 1966, por ocasião do 750º aniversário
da concessão da Indulgência da Porciúncula, o Papa Paulo VI publicou a carta
apostólica Sacrosancta Portiunculae Ecclesia, na qual indica, em referência às
peregrinações dos fiéis:
“Queira
Deus que a peregrinação transmitida durante séculos à igreja da Porciúncula,
que Nosso mesmo predecessor João XXIII empreendeu com ânimo piedoso, não
termine, mas, antes, cresça continuamente a multidão de fiéis que ali acorrem
ao encontro com Cristo rico em misericórdia e com sua Mãe, que sempre intercede
perante Ele”.
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