quarta-feira, 16 de junho de 2021

Beata Albertina Berkenbrock, Virgem e mártir da castidade - 15 de junho

     
     Albertina Berkenbrock nasceu a 11 de abril de 1919, em São Luís, paróquia São Sebastião de Vargem do Cedro, município de Imaruí, Estado de Santa Catarina, numa família de origem alemã, simples e profundamente cristã. Era filha do casal de agricultores, Henrique e Josefina Berkenbrock, e teve mais oito irmãos e irmãs. Foi batizada no dia 25 de maio de 1919, crismou-se a 9 de março de 1925 e fez a primeira comunhão no dia 16 de agosto de 1928.
     Quando chegou o tempo da catequese preparatória para os sacramentos da confissão e comunhão, Albertina chamou a atenção pela forma como se preparou: com muita diligência e grandeza de coração. A “primeira confissão” tornou-se porta aberta para se confessar frequentemente. A “primeira comunhão” foi uma experiência única, a tal ponto que ela própria afirmou: - “Foi o dia mais belo de minha vida!”
     Albertina cultivou uma devoção muito filial a Nossa Senhora, venerando-a com carinho, tanto em casa como na capela da comunidade. Participou, com intensidade, da oração do rosário junto com os familiares. Na simplicidade de coração, recomendou, seguidamente, a Maria - Mãe de Jesus e Mãe da Igreja - a sua alma e a sua salvação eterna.
     Ela deixou crescer dentro de si uma afinidade muito grande com o padroeiro da comunidade, São Luís. Uma coincidência providencial esta devoção ao Santo, que é modelo de pureza espiritual e corporal. Certamente, preparando-a também para um dia defender com sua vida este grande valor
     Há uma singular concordância entre os relatos dados nos vários processos canônicos por parte das testemunhas que a tinham conhecido e convivido com ela, ao descrevê-la como uma menina bondosa no mais amplo sentido do termo. A natural mansidão e bondade de Albertina conjugavam-se bem com uma vida cristã compreendida e vivida completamente. Da prática cristã derivava a sua inclinação à bondade, às práticas religiosas e às virtudes, na medida em que uma criança da sua idade podia entendê-las e vivê-las.
     Sabia ajudar os pais no trabalho dos campos e especialmente em casa. Sempre dócil, obediente, incansável, com espírito de sacrifício, paciente, até quando os irmãos a mortificavam ou lhe batiam ela sofria em silêncio, unindo-se aos sofrimentos de Jesus, que amava sinceramente.
     A frequência aos sacramentos e a profunda compenetração que mostrava ter na participação da mesa eucarística é um índice de maturidade espiritual que a menina tinha alcançado; distinguia-se pela piedade e recolhimento.
A família da Beata
     O cenário no qual foi consumado o delito é terrivelmente simples, quanto atroz e violenta foi a morte de Albertina. No dia 15 de junho de 1931, estava ela apascentando os animais de propriedade da família quando o pai lhe disse para ir procurar um bovino que se tinha distanciado. Ela obedeceu. Num campo vizinho encontrou Idanlício e perguntou-lhe se tinha visto o animal passar por ali.
     Idanlício Cipriano Martins, conhecido com o nome de Manuel Martins da Silva, era chamado pelo apelido de Maneco. Tinha 33 anos, vivia com a mulher próximo da casa de Albertina e trabalhava para um tio dela. Embora já tivesse matado uma pessoa, era considerado por todos um homem reto e um trabalhador honesto. Albertina muitas vezes levava-lhe comida e brincava com os seus filhos; portanto, era uma pessoa do seu conhecimento.
     Quando Albertina lhe perguntou se tinha visto o boi, Maneco responde que sim, acrescentando que o tinha visto ir para o bosque próximo dali e ofereceu-se para acompanhá-la e ajudar na busca. Mas, ao chegarem perto do bosque, fez-lhe proposta libidinosa, e a seguira com intenção de lhe fazer mal. Albertina não consentiu e Maneco então a pegou pelos cabelos, jogou-a ao chão e, visto que não conseguia obter o que queria porque ela reagia, pegou um canivete e cortou o seu pescoço. A jovem morreu imediatamente. Dos testemunhos dos companheiros de prisão de Maneco foi revelado que a menina não aceitou o convite dizendo que aquele ato era pecado. A intenção de Maneco era clara, a posição de Albertina também: não queria pecar.
     Durante o velório, Maneco controlava a situação fingindo velar a vítima e ficando por perto da casa e acusou João Cândido de ter cometido o crime. Porém, antes que descobrissem quem era o assassino, algumas pessoas notaram um fenômeno: todas as vezes que ele se aproximava do cadáver de Albertina a grande ferida do pescoço começava a sangrar.
     João Cândido ou João Candinho, o presumido assassino foi arrastado para junto do corpo da menina morta. Ele jura: - Nunca vi essa menina! Protesta sua inocência. Em vão. Dois dias depois chegou o prefeito de Imaruí. Acalmou a população e mandou soltar João Candinho. Foi à capela, tomou um crucifixo e, acompanhado por Candinho e outras pessoas, foi à casa do pai de Albertina, o colocou sobre o peito da menina morta. Mandou que João Candinho se ajoelhasse e, mãos sobre o crucifixo, jurasse que era inocente. Dizem que naquele momento o sangue da ferida parou de sangrar.
     
Enquanto isto Maneco fugia... Depois de muitas andanças foi preso em Aratingaúba a caminho de Imaruí. Preso, confessou o crime. Correu o processo, foi condenado. Na prisão comportou-se bem. Confessou ter matado Albertina porque ela recusara ceder às suas intenções libidinosas.
     No funeral de Albertina participou um elevado número de pessoas e todos diziam já que era uma "pequena mártir", pois dado o seu temperamento, a sua piedade e delicadeza, estavam convencidos de que tinha preferido a morte ao pecado. Albertina sacrificou a vida somente pela virtude.
     Por causa da fama de martírio de Albertina e de favores especiais obtidos por sua invocação, muitíssimas pessoas, individualmente ou em grupos, deram início a romarias ao lugar de sua morte e a seu túmulo no cemitério de São Luís. Pode-se afirmar que essa interminável peregrinação nunca foi interrompida, mesmo após 90 anos da sua morte.
     Em 1952, na mesma capela onde Albertina recebeu a primeira comunhão, o Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Florianópolis reuniu-se para dar início ao processo de sua beatificação e canonização; de fato, a essa arquidiocese pertencia então a paróquia de Vargem do Cedro. Posteriormente, com a divisão da arquidiocese e a criação da Diocese de Tubarão, é o primeiro bispo de Tubarão, Dom Anselmo Pietrulla, OFM, que leva adiante a causa. Obedecendo às determinações das leis da Igreja, em 1956 é feito um processo complementar. Infelizmente, por uma série de circunstâncias, de 1959 em diante o processo de Albertina ficou interrompido até o ano 2000.
     Em maio de 2000, o terceiro bispo de Tubarão, Dom Hilário Moser, SDB, retomou o processo. Nomeou postulador da causa de beatificação e canonização de Albertina, Fr. Paolo Lombardo, OFM, de Roma. O postulador veio a Tubarão em maio do mesmo ano, quando foi possível dar os primeiros passos concretos no sentido de retomar o processo.
     Atendidas as exigências das leis da Igreja nesses casos, finalmente no dia 12 de fevereiro de 2001, presente o postulador geral da causa de beatificação, procedeu-se à exumação dos restos mortais de Albertina.
     Nesse interim, o Tribunal Eclesiástico nomeado para o caso fez um terceiro processo complementar sobre a fama de martírio e santidade da Serva de Deus Albertina. Encerrado com pleno êxito, no dia 18 de fevereiro de 2001 pôde-se inumar seus restos mortais dentro da igreja de São Luís num elegante sarcófago de granito.
A beatificação de Albertina
     Com o decreto de beatificação assinado por Bento XVI, no dia 16 de dezembro de 2006, Albertina Berkenbrock foi beatificada em 20 de outubro de 2007 em Solene Missa em frente à Catedral Diocesana de Tubarão. Presidiu a Cerimônia o Cardeal Saraiva - prefeito para a causa dos Santos.
 
http://www.santosebeatoscatolicos.com/
Postado neste blog em 14 de junho de 2012

2 comentários:

  1. Quando meus irmãos e eu eramos crianças, nosso pai, que era muito católico, contava e lia histórias de Santos para nós. Desde então, sou fascinada pelas histórias de Santos da Igreja Católica. Obrigada Deus, obrigada Jesus, obrigada Senhora do Céu... Obrigada por terem inspirado meu pai, com o dom do amor aos Santos da Igreja.

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