sábado, 11 de junho de 2016

Santa Cunera, Virgem e Mártir - 12 de junho

    
     Segundo uma legenda (não anterior ao século XIV), Cunera teria sido uma das companheiras de Santa Úrsula, que fora salva e protegida por um certo Radbout, rei da Frísia. Levada para a residência deste, em Rhenen, perto de Utrecht, foi estrangulada pela ciumenta mulher de Radbout com um xale, e sepultada no mesmo estábulo em que fora assassinada. Radbout descobriu o corpo de Cunera no estábulo e açoitou a esposa. Esta ficou louca e se suicidou, enquanto Radbout transformou o estábulo em uma capela ricamente adornada. O local ficaria mais tarde conhecido como “A colina de Cunera”.
     Trezentos anos depois de sua morte, os habitantes de Rhenen pediram ao Bispo São Vilibrordo (m. 739) que declarasse ser santa a jovem. Segundo a história, ao abrir o sarcófago encontraram o corpo de Cunera e o xale intactos. São Vilibrordo transferiu dali as relíquias de Cunera, então famosa pelos muitos prodígios ocorridos junto ao seu sepulcro, para a igreja de Rhenen. Em 694 o xale foi depositado na igreja Pieterskerk, em Rhenen.
     Segundo o parecer de Papebroch, o núcleo histórico da legenda pode ser este: Cunera devia ser uma escrava cristã de qualquer príncipe frísio convertido ao Catolicismo por São Vilibrordo, morta pela patroa por ciúmes e depois, devido aos prodígios ocorridos no seu sepulcro, honrada como santa com a aprovação do mesmo São Vilibrordo, ou de algum de seus sucessores que providenciaram a transferência do corpo para a igreja de Rhenen.
     Na verdade, uma igreja em honra de Cunera em Rhenen, e detentora de suas relíquias, é recordada na Vida de São Meinverco, bispo de Ratisbonne (m. 1036), redigida no século XIII. Segundo esta vida, era costume em Rhenen jurar sobre as relíquias da santa, indício da grande veneração popular por ela.
     Papebroch recorda que no seu tempo era uso frequente colocar o nome de Cunera nas meninas. Ele também recorda um breve elogio da santa encontrado nas cartas do Pe. Rosweyde: “Rhenis, ad pedem sublimis atque magnificae turris, stat ornatissima S. Cunerae ecclesia, ibi, ut fertur, martyrizatae: cuius ibi corpus requiescit, et sepulchrum visitatur ab hominibus, equis et bobus, gravi morbo laborantibus: curantur autem ibi praecipue saucium dolores” (*).
     Algumas relíquias da santa foram transferidas para Portugal em 1565, de onde foram levadas para Anversa. Outras passaram para o colégio dos Jesuítas de Emmerik, em 1602; outras ainda são lembradas como estando presentes na catedral de Utrecht, em Berlicum e em Heeswijk. Em Rhenen elas foram reconhecidas em duas ocasiões: em 1615 e 1638.
     A festa de Santa Cunera é celebrada em Rhenen e em Nibbixwoud no dia 12 de junho
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Fonte: www.santiebeato.it - Willibrord Lampen

(*) Rhenen, aos pés da magnífica e sublime torre da igreja ornamentada de Santa Cunera, diz-se martirizada, cujo corpo ali repousa, e seu túmulo é visitado por homens, cavalos e bois, aqueles que sofrem de uma doença grave: há especialmente o cuidado das feridas e da dor. (tradução livre).
Igreja de Santa Cunera em Rhenen 

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