Segundo consta do hagiológio português e
na história d Braga, Portugal, Quitéria foi uma das nove filhas nascidas de
parto único de Cálsia Lúcia, mulher de Lúcio Caio Otílio, governador de
Portugal e Galiza sob o Império Romano, no século II da nossa era. Quitéria
nasceu no ano de 120, em Bracara Augusta, na região do Minho, por ocasião em
que seu pai acompanhava o imperador romano Adriano em viagem pela Península
Ibérica.
Naquela época predominavam as
superstições, a ponto de represália do marido, homem de procedimento muito
rígido, levar Cálsia Lúcia a instruir a parteira de nome Cília que matasse as
nove crianças. Mas, movida pelos sentimentos cristãos de piedade e amor ao
próximo, Cília desobedeceu à patroa entregando as meninas ao arcebispo de
Braga, Santo Ovídio, que as batizou e encomendou o seu cuidado e educação a
diversas famílias cristãs, tudo a suas expensas.
Anos mais tarde, tomando conhecimento da
existência das suas filhas e estando comprometido com um cortesão de nome
Germano, Otílio desejou que a filha Quitéria com ele se casasse. Ante a recusa
da filha, Otílio condenou-a à morte, cuja execução foi perpetrada pelo próprio
Germano no dia 22 de maio do ano de 135. Quitéria estava com 15 anos de idade.
Conta-se que os soldados que a prenderam
ficaram cegos. Diz ainda a tradição que após ter a cabeça decepada, Quitéria a
tomou em suas mãos e caminhou até a cidade vizinha onde caiu e foi sepultada
De Quitéria diz-se que tinha a graça de
estar sempre perante a presença física do seu Anjo da Guarda, com quem
conversava frequentemente e que a aconselhava em cada momento da sua vida.
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A vida de Santa Quitéria se encontra
envolvida em aspectos lendários, ainda pouco estudados.
O martírio é referido pela primeira vez no
século XII, estando relatado nos Flos
Sanctorum de Alonso de Villegas e de Diogo do Rosário e inscrito no
Martirológio Romano (22 de maio).
Os primeiros milagres obtidos por sua
intercessão datam do século VIII, altura em que começou a ser venerada como
mártir. O culto de Santa Quitéria, promovido particularmente pelos jesuítas,
encontra-se bem alicerçado na devoção popular que a invoca como advogada contra
a raiva.
A arquidiocese de Braga celebra a sua
memória no dia 8 de junho. Felgueiras não só lhe erigiu um santuário no local
onde supostamente foi sepultada, como tem Santa Quitéria como padroeira.
A iconografia desta nobre donzela romana
faz alusão a certos episódios da sua vida e revela o instrumento material do
martírio, aspectos que nos propomos analisar bem como fazer referência ao culto
e às dificuldades causadas pelas diversas lendas sobre a sua vida.
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Segundo uma tradição espanhola, o corpo de
Santa Quitéria foi recolhido e sepultado pelos cristãos perto das ruínas de um
antigo mosteiro, São Pedro da Mata, da época visigótica, que fora mandado
edificar por São Eugênio, bispo de Toledo, no século V. O rei visigodo Wamba,
mandou reconstruir o mosteiro para render culto a Santa Quitéria.
Segundo esta versão espanhola da vida de
Santa Quitéria, as relíquias da santa foram transladadas para o sul da França
no ano de 711, quando da invasão dos árabes, por se temer que elas fossem
profanadas. As relíquias foram levadas para a cidade de Aire-sur-Adour, a 100 k
da fronteira espanhola. As relíquias foram colocadas em um sarcófago e ali
permaneceram até o século XI, sendo seu túmulo confiado aos monges beneditinos
da Abadia de Chaise-Dieu. Estes monges edificaram um mosteiro e uma bela igreja
no local onde existira a velha igreja dedicada a Santa Quitéria. Em sua cripta
românica há um belo sarcófago de mármore onde se guardava as relíquias da
santa.
Graças à iniciativa da parteira de Calsia Lucia (mãe de Quiteria) Cília, bem como a digníssima atitude do Arcebispo de Braga, Santo Ovídio que batizou as 9 meninas e as entregou às familias cristãs que as educou com a participação do Aecebispo. Quanto Lucio Caio Otílio que era governador de Portugal e Galiza, esse sim comprovou a dureza do seu coração em matar a filha Quitéria. Edívenes A Gonçalves/e2017a06goncalves@gmail.com
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