quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Santa Lídia de Tiatira – 3 de agosto


Martirológio romano: Santa Lídia era uma mulher pagã convertida ao judaísmo. Procedia da Ásia helênica e vivia do comércio de púrpuras na porta do Mar Egeu, na cidade de Filipos. Foi a primeira convertida nessa cidade. Se fez cristã no ano 55 junto com toda sua família quando São Paulo evangelizava nessa região. (Atos 16,11-15)

     Poderíamos pensar que o Cristianismo começou na Europa devido à conversão e posterior vocação de uma mãe de família. Foi batizada por nada mais e nada menos que São Paulo, o Apóstolo do Senhor
     Santa Lídia (do grego “a que procede da Lídia”, região e antigo reino da Ásia Menor, às margens do Mar Egeu) viveu no primeiro século; não se tem certeza se Lídia fosse o seu nome, ou apenas indicasse sua origem.
     A tradição considera que ela nasceu em Tiatira, na antiga Grécia asiática e morou em Filipos, porto do Mar Egeu, na hoje república da Macedônia. Era uma dama dedicada ao comércio de púrpura (fino tecido nesta tonalidade, utilizado na confecção de roupas de nobres e sacerdotes). Era uma “prosélita”, quer dizer, uma pagã convertida ao judaísmo. Os negócios terrenos não a haviam impedido de se dedicar ao espírito.
     Pelo ano 55, fez-se cristã ao ouvir a pregação de São Paulo, quando ele evangelizava essa região, e tanto ela como sua família se converteram à fé em Cristo, sendo batizados pelo Apóstolo dos Gentios. Lídia é um personagem que ocupa um breve espaço nos Atos dos Apóstolos, mas que se tornou protagonista num momento da evangelização.
     O porto de Filipos foi a primeira etapa do Apóstolo em terra europeia; ele ali fora com Timóteo, Lucas e Sila. São Paulo deveria ir à sinagoga para anunciar o Evangelho, antes de tudo aos hebreus, como sempre. Mas estes eram poucos na cidade já muito romanizada e não havia uma sinagoga: no sábado, dirigiram-se à margem de um rio para pregar e rezar. São Paulo também vai ao rio, mas só encontra mulheres. Ele prega para elas, conforme São Lucas:
      Embarcamos em Tróade e fomos diretamente a Samotrácia; no dia seguinte, fomos a Neápolis e, de lá, a Filipos, cidade de primeira categoria deste distrito da Macedônia, e colônia. Estivemos aí durante alguns dias. No dia de sábado saímos às portas, em direção à margem do rio, onde era costume haver oração. Depois de nos sentarmos, começamos a falar às mulheres que lá se encontravam reunidas. Uma das mulheres, chamada Lídia, negociante de púrpura da cidade de Tiatira e temente a Deus, pôs-se a escutar. O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia. Depois de ser batizada, bem como os de sua casa, fez este pedido: ‘Se me considerais fiel ao Senhor, vinde ficar a minha casa’. E obrigou-nos a isso”. (Atos 16, 11-15)   
     No dia seguinte, São Paulo e Sila acabam na prisão, mas foram libertados milagrosamente e recebem as desculpas das autoridades, porque São Paulo é cidadão romano. Depois de libertados, foram imediatamente à casa de Lídia para ver e animar os fiéis. Era seu centro de reunião.
     Lídia e sua família serviram ao Senhor com seu dom de hospitalidade e seus bens materiais, dando as boas-vindas à muitos cristãos. Sem dúvida, a generosa hospitalidade e a liderança de Lídia na fundação desta pequena comunidade cristã da Igreja primitiva contribuíram para que São Paulo lhe tivesse afeto.
     Antes de partirem, os dois voltam à casa de Lídia. “E ali encontraram os amigos, os exortaram e depois partiram”. Poucas e iluminadas palavras: à pregação de São Paulo houve conversões e se formou uma comunidade cristã. E antes de ir embora, o Apóstolo a reúne e admoesta. Ali mesmo, na casa da lúcida e enérgica Lídia, tomou vida a primeira Igreja fundada na Europa por São Paulo.
     Foi Barônio (+ 1607) que em 1586, com a sua própria autoridade, introduziu Santa Lídia no Martirológio Romano, cuja revisão lhe estava entregue.

Fontes diversas

São Paulo batiza Santa Lídia

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