terça-feira, 20 de março de 2018

Santa Eithne, virgem irlandesa – 20 de março

São Patrício e seus pequenos discípulos

     Eithne e sua irmã Fidelma são duas santas irlandeses de Leinster, relativamente obscuras, que devem ter florescido no século V/VI. Elas são comemoradas juntas nos martirológios irlandeses.
     John Colgan, estudioso do século XVII, acreditava que uma vida escrita sobre elas tenha sido testemunhada por Cathal Óg Mac Maghnusa (d. 1498), que ele considerou o autor de adições ao Félire Óengusso. Embora nada do tipo tenha saído à luz, elas aparecem nas Vidas de dois santos mais conhecidos do século VI e VII, Áedan e Moling, ambos bispos de Ferns.
     Desde as suas primeiras aparições nos dois primeiros martirológios irlandeses, o Martirológio de Tallaght e o de Félire Óengusso (início do século VIII), as irmãs são chamadas de filhas de Baite ou Baithe. Elas aparecem sob essa descrição no Félire Óengusso, enquanto um comentarista tardio do texto, muitas vezes identificado como Cathal Óg Mac Maghnusa, as nomeia Eithne e Fidelma.
     Como Colgan já observou, as genealogias dos santos da Irlanda descrevem-nas como filhas de Cairbre, rei de Leinster, filho de Cormac, filho de Ailill, filho de Dunlong (etc.). A vida de São Áedan de Ferns, por outro lado, as torna filhas do filho de Cairbre e sucessor Áed. Com base no relato da morte de Cairbre em 546 nos Anais dos Quatro Mestres, Colgan conclui que sua descendência vai até meados do século 6 ou mais tarde.
     Colgan propõe que o nome Baite deve referir-se ao seu avô Cairbre, filho de Cormac, ou representar o nome irlandês baide denotando afeição divina ou caridade, em vez de qualquer nome ou epíteto pessoal. Esta designação ele explica como se referindo ao ato milagroso de piedade pelo qual elas eram lembradas principalmente, a saber, a sua devoção à Cristo como uma criancinha. O comentário nos Félire afirma que elas tinham visões nas quais elas "costumavam cultuar Cristo [...] e Cristo costumava vir na forma de um bebê", de modo que ele era amorosamente embalado e as osculava.
      A igreja ou o eremitério das duas irmãs é identificado pelo comentarista do Félire como Tech ingen mbóiti (House of the Baite's daughters - Casa das Irmãs Caridosas – em tradução aproximada) perto de Swords, ou seja, na baronia de Nethercross (Co. Dublin), que o martirológio de Cashel localiza em Fingal, na planície de Brega. De acordo com as genealogias, Eithne e Fidelma eram veneradas em Killnais, o antigo nome de uma região na mesma localidade.
     Em uma das legendas contidas nos Atos de São Moling, Bispo de Ferns, é dito que Eithne e sua irmã foram visitadas por este venerável santo.
     Santa Eithne teria sido enterrada na Catedral da São Patrício em Armagh.

Outra versão
     A história de Santa Eithne provavelmente seja pura legenda (o que é desmentido por inúmeros textos antigos). Nascida como princesa, Eithne conheceu São Patrício e seus discípulos em sua missão para converter a Irlanda (o que é bastante plausível, visto a atuação daquele grande apóstolo da Irlanda). Ela e sua irmã pediram a São Patrício para batizá-las. Ele concordou, e elas pediram para ver o rosto de Deus. São Patrício explicou que não era tão fácil. Mas depois de receber a Primeira Comunhão, as meninas morreram. As irmãs foram enterradas no local onde elas caíram e os discípulos de São Patrício construíram uma igreja em seu último lugar de repouso.

Etimologia: Eithne, irlandês = Amande, francês (Amêndoa). O nome Eithne não é facilmente pronunciável, há quatro variantes: ETnah, ENyah, ENah e ETHnah. A forma anglicizada de Eithne é Edna. Edna, por sua vez, em hebreu significa prazer. Este nome aparece na Bíblia, no livro apócrifo de Tobias.

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