sábado, 17 de março de 2018

São José: Santas suas devotas – 19 de março


    


    
     A grande Madalena dos últimos tempos, Santa Margarida de Cortona, atribuía a sua conversão maravilhosa à proteção de S. José. Cada dia lhe prestava uma homenagem. Jesus lhe disse numa aparição: “Filha, se desejas fazer-me algo agradável, rogo-te não deixeis passar um dia sem render algum tributo de louvor e de bênção ao meu Pai adotivo São José, porque me é caríssimo”. Abrasada em zelo, a santa nunca deixou de invocar ao santo Patriarca até a morte.

     Santa Joana de Chantal, a mais fiel discípula e herdeira das virtudes do Santo Doutor, São Francisco de Sales, herdou-lhe também a devoção ao santo Patriarca. Trazia sempre consigo uma pequena imagem do santo. Aconselhava às Superioras da Visitação que todas as suas filhas trouxessem consigo uma estampa de Jesus, Maria e José.


     Testemunho de Santa Teresa de Ávila (†1582), doutora da Igreja, devotíssima de São José. No “Livro da Vida”, sua autobiografia, ela escreveu:
     Assim, tomei por advogado e senhor o glorioso São José, encomendando-me muito a ele. Vi com clareza que esse pai e senhor meu me salvou, fazendo mais do que eu podia pedir, tanto dessa necessidade como de outras maiores, referentes à honra e à perda da alma. Não me lembro até hoje de ter-lhe suplicado algo que ele não tenha feito. Espantam-me muito os muitos favores que Deus me concedeu através desse bem-aventurado Santo, e os perigos, tanto do corpo como da alma, de que me livrou. Se a outros santos o Senhor parece ter concedido a graça de socorrer numa dada necessidade, a esse Santo glorioso, a minha experiência mostra que Deus permite socorrer em todas, querendo dar a entender, que São José, por ter-Lhe sido submisso na terra, na qualidade de pai adotivo, tem no céu todos os seus pedidos atendidos.
     Por experiência, o mesmo viram outras pessoas a quem eu aconselhava encomendar-se a ele. A todos quisera persuadir que fossem devotos desse glorioso santo, pela experiência que tenho de quantos bens alcança de Deus... De alguns anos para cá, no dia de sua festa, sempre lhe peço algum favor especial. Nunca deixei de ser atendida”.   
  No Livro da Vida, sua autobiografia, encontram-se diversas passagens em que a santa fala de seu amor por São José e das muitas ocasiões em que a ele recorreu, jamais deixando de ser atendida. Num episódio relatado no capítulo trinta e três, escreve: “Numa ocasião, estando numa necessidade que não sabia resolver, nem tendo com que pagar os operários, apareceu-me São José, meu verdadeiro pai e senhor, e deu-me a entender que recursos não me faltariam e que eu devia contratá-los. Eu o fiz, sem dispor de um centavo, e o Senhor, por caminhos que espantavam aos que o viam, me forneceu os recursos” (p. 227).

[Teresa de Jesus. Obras Completas. Texto estabelecido por Fr. Tomas Alvarez, O.C.D. Direção Pe. Gabriel C. Galache, SJ. Tradução de Adail Ubirajara Sobral e outros. – São Paulo: Edições Carmelitanas: Edições Loyola, 1995, Livro da Vida, p. 49.]

São José, Santa Teresinha e Santa Zélia Guerin
     A devoção ao Santo Esposo de Maria Santíssima era tradicional na família de Santa Teresa do Menino Jesus. Na “História de uma alma”, Santa Teresinha escreveu: “Desde a mais tenra idade que em minha alma se confundiam o amor de São José com o da Santíssima Virgem”.
     Em suas poesias, ao falar da Santa Família de Nazaré, recorda a humildade, o amor e dedicação de São José! Santa Zélia Guerin, a piedosa mãe, devotíssima do Santo Patriarca, a Ele confiava todos os negócios e sofrimentos.
     Deu aos filhos, os dois meninos que teve, o nome de São José: José Luís e José João Batista. Ambos morreram em tenra idade. A esperança de um filho missionário se desvaneceu. Todavia continuaram os esposos a rezar, e Nosso Senhor lhes deu mais que um simples missionário: a Padroeira de todos os missionários!
     Aos 2 de Janeiro de 1873 nasceu em Alençon, Teresinha. Pouco depois do batismo, a menina definha e parece seguir o caminho dos irmãozinhos já partidos para o céu. O médico aconselha a procurar uma boa e sadia ama de leite, como última tentativa. Esta, ao chegar, encontra a criança em estado lastimável e abana a cabeça: Pobrezinha! É tarde demais! Já não há mais recurso...
     A pequena, lívida, com sinais de agonia. Zélia subiu ao segundo andar e retirou-se ao quarto. Não lhe sobravam forças para assistir a agonia de mais uma filha, e em tão pouco tempo! Todavia, ao contemplar a imagem de São José, seu protetor de todas as horas, caiu de joelhos e exclamou, cheia de confiança: “Meu querido São José, eu não me dou por vencida! Sois o padroeiro das causas desesperadas, valei-me!
     Desce. Alegria, inesperada: a criança toma o peito da ama. A felicidade foi momentânea, entretanto. São José queria experimentar a confiança da sua devota. Teresinha, após este sinal de vida, cai desfalecida novamente. Nem um sopro de vida. Zélia, banhada em lágrimas, suspirou resignada: “Seja feita a vossa vontade, meu Deus! Meu São José, eu vos agradeço a morte suave que permitistes ao meu anjinho!
     De súbito, com geral estupefação, Teresinha abre os olhos, reanima-se e sorri para a mãe. A agonizante de poucos minutos estava salva! São José fez o milagre. Naquele mesmo dia a pequenina se amamentava e a levaram à casa da ama a poucos quilômetros de Alençon.
     São José salvara a vida da maior santa dos últimos tempos, no expressivo e profético dizer de São Pio X.

Fonte: “Glória e poder de São José” – Mons. Ascânio Brandão – Editora Ave Maria Ltda.


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