A
grande Madalena dos últimos tempos, Santa Margarida de Cortona, atribuía a sua
conversão maravilhosa à proteção de S. José. Cada dia lhe prestava uma
homenagem. Jesus lhe disse numa aparição: “Filha,
se desejas fazer-me algo agradável, rogo-te não deixeis passar um dia sem
render algum tributo de louvor e de bênção ao meu Pai adotivo São José, porque
me é caríssimo”. Abrasada em zelo, a santa nunca deixou de invocar ao santo
Patriarca até a morte.
Santa Joana de Chantal, a mais fiel
discípula e herdeira das virtudes do Santo Doutor, São Francisco de Sales,
herdou-lhe também a devoção ao santo Patriarca. Trazia sempre consigo uma
pequena imagem do santo. Aconselhava às Superioras da Visitação que todas as
suas filhas trouxessem consigo uma estampa de Jesus, Maria e José.
Testemunho de Santa Teresa de Ávila
(†1582), doutora da Igreja, devotíssima de São José. No “Livro da Vida”, sua
autobiografia, ela escreveu:
Assim, tomei por advogado e senhor o
glorioso São José, encomendando-me muito a ele. Vi com clareza que esse pai e
senhor meu me salvou, fazendo mais do que eu podia pedir, tanto dessa
necessidade como de outras maiores, referentes à honra e à perda da alma. Não
me lembro até hoje de ter-lhe suplicado algo que ele não tenha feito.
Espantam-me muito os muitos favores que Deus me concedeu através desse
bem-aventurado Santo, e os perigos, tanto do corpo como da alma, de que me
livrou. Se a outros santos o Senhor parece ter concedido a graça de socorrer
numa dada necessidade, a esse Santo glorioso, a minha experiência mostra que
Deus permite socorrer em todas, querendo dar a entender, que São José, por
ter-Lhe sido submisso na terra, na qualidade de pai adotivo, tem no céu todos
os seus pedidos atendidos.
Por experiência, o mesmo viram outras
pessoas a quem eu aconselhava encomendar-se a ele. A todos quisera persuadir
que fossem devotos desse glorioso santo, pela experiência que tenho de quantos
bens alcança de Deus... De alguns anos para cá, no dia de sua festa, sempre lhe
peço algum favor especial. Nunca deixei de ser atendida”.
No Livro da Vida, sua autobiografia,
encontram-se diversas passagens em que a santa fala de seu amor por São José e
das muitas ocasiões em que a ele recorreu, jamais deixando de ser atendida. Num
episódio relatado no capítulo trinta e três, escreve: “Numa ocasião, estando numa necessidade que não sabia resolver, nem
tendo com que pagar os operários, apareceu-me São José, meu verdadeiro pai e
senhor, e deu-me a entender que recursos não me faltariam e que eu devia
contratá-los. Eu o fiz, sem dispor de um centavo, e o Senhor, por caminhos que
espantavam aos que o viam, me forneceu os recursos” (p. 227).
[Teresa de Jesus.
Obras Completas. Texto estabelecido por Fr. Tomas Alvarez, O.C.D. Direção Pe.
Gabriel C. Galache, SJ. Tradução de Adail Ubirajara Sobral e outros. – São
Paulo: Edições Carmelitanas: Edições Loyola, 1995, Livro da Vida, p. 49.]
São
José, Santa Teresinha e Santa Zélia Guerin
A devoção ao Santo Esposo de Maria
Santíssima era tradicional na família de Santa Teresa do Menino Jesus. Na
“História de uma alma”, Santa Teresinha escreveu: “Desde a mais tenra idade que em minha alma se confundiam o amor de São
José com o da Santíssima Virgem”.
Em suas poesias, ao falar da Santa Família
de Nazaré, recorda a humildade, o amor e dedicação de São José! Santa Zélia
Guerin, a piedosa mãe, devotíssima do Santo Patriarca, a Ele confiava todos os
negócios e sofrimentos.
Deu aos filhos, os dois meninos que teve,
o nome de São José: José Luís e José João Batista. Ambos morreram em tenra
idade. A esperança de um filho missionário se desvaneceu. Todavia continuaram
os esposos a rezar, e Nosso Senhor lhes deu mais que um simples missionário: a
Padroeira de todos os missionários!
Aos 2 de Janeiro de 1873 nasceu em
Alençon, Teresinha. Pouco depois do batismo, a menina definha e parece seguir o
caminho dos irmãozinhos já partidos para o céu. O médico aconselha a procurar
uma boa e sadia ama de leite, como última tentativa. Esta, ao chegar, encontra
a criança em estado lastimável e abana a cabeça: Pobrezinha! É tarde demais! Já
não há mais recurso...
A pequena, lívida, com sinais de agonia. Zélia
subiu ao segundo andar e retirou-se ao quarto. Não lhe sobravam forças para
assistir a agonia de mais uma filha, e em tão pouco tempo! Todavia, ao
contemplar a imagem de São José, seu protetor de todas as horas, caiu de
joelhos e exclamou, cheia de confiança: “Meu
querido São José, eu não me dou por vencida! Sois o padroeiro das causas
desesperadas, valei-me!”
Desce. Alegria, inesperada: a criança toma
o peito da ama. A felicidade foi momentânea, entretanto. São José queria
experimentar a confiança da sua devota. Teresinha, após este sinal de vida, cai
desfalecida novamente. Nem um sopro de vida. Zélia, banhada em lágrimas,
suspirou resignada: “Seja feita a vossa
vontade, meu Deus! Meu São José, eu vos agradeço a morte suave que permitistes
ao meu anjinho!”
De súbito, com geral estupefação,
Teresinha abre os olhos, reanima-se e sorri para a mãe. A agonizante de poucos
minutos estava salva! São José fez o milagre. Naquele mesmo dia a pequenina se
amamentava e a levaram à casa da ama a poucos quilômetros de Alençon.
São José salvara a vida da maior santa dos
últimos tempos, no expressivo e profético dizer de São Pio X.
Fonte:
“Glória e poder de São José” – Mons. Ascânio Brandão – Editora Ave Maria Ltda.
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