Um
imigrante português, Antônio Faria, fazendeiro de Sumampa, no território de
Córdoba do Tucumán, muito devoto de Nossa Senhora, estava construindo na região
uma pequena Capela. Esse pequeno santuário seria em honra a Imaculada Conceição,
e sua imagem foi encomendada junto a outro imigrante português, esse por sua
vez morador no Brasil. Como eram muitos amigos, foram enviadas duas imagens da
Santíssima Virgem, a solicitada (da Imaculada Conceição) e da Mãe de Deus (Nossa
Senhora com o Menino Jesus nos braços).
Na viagem para entregá-las, já no interior
da Argentina, a comitiva teve que parar para descansar nas terras da
propriedade de um terceiro imigrante português, o Sr. Rosendo, à pouca
distância do Rio Luján.
Era o mês de maio. Na manhã do dia
seguinte, quando quiseram continuar viagem os animais não se moviam. Os bois,
que até o dia anterior puxavam normalmente a carroça com os caixotes das
imagens, agora negavam-se a andar! Os condutores açoitavam os animas com
insistência, porém em vão, não se moviam dali.
Retirando-se as caixas os bois andavam sem
nenhum estímulo; ao colocarem apenas uma, eles já não se moviam, embora as
embalagens fossem mais volumosas do que pesadas, peso desprezível para uma
junta de bois. Substituíram a carga, retirando as imagens, e novamente os
animais se colocavam em marcha sem serem fustigados.
Como não havia jeito de prosseguir viagem,
pelo comportamento dos bois os responsáveis da caravana, já impressionados pelo
que estava acontecendo, decidiram deixar as imagens na casa sede daquela
fazenda.
A família emocionou-se ao ver a imagem e
colocaram-na em sua casa, a notícia correu toda a região, e até chegou em
Buenos Aires. O Sr. Rosendo, proprietário da fazenda, construiu uma pequena
capela; entre as gramíneas dos pampas, neste local a Virgem permaneceu intacta
de 1630 a 1674.
A história espalhou-se e começaram a vir
os devotos e curiosos para rezarem e conhecerem o local e as imagens. Os
milagres começaram a ocorrer. Depois de certo tempo, um sacerdote que estava
muito doente, movido pela fé foi buscar conforto no abençoado local e
milagrosamente ficou totalmente curado. Como gratidão passou a morar junto a
capela e atender os fiéis que cada vez chegavam em maior número.
O local se tornou povoado com os devotos
da Virgem. Assim, o espaço tornou-se uma vila que foi denominada Povo de Nossa
Senhora de Luján; em 1755 ela foi premiada com o título de vila. A devoção à
Virgem foi crescendo ano após ano, o mesmo com os milagres e, em 23 de outubro
de 1730, foi nomeada freguesia de Luján.
No ano de 1763 uma imponente Igreja foi
edificada. Já no final do século XIX, em 8 de maio de 1887, foi reconhecida,
autorizada e abençoada como Basílica, e realizada a coroação canônica da imagem.
Em 1930, Argentina e Uruguai passaram a ter em Nossa Senhora de Luján, a Sua Padroeira.
Luján, na Argentina, é atualmente um dos
Santuários mais visitados do mundo.
Em 1982, ao celebrar uma Missa no
Santuário do Luján, João Paulo II disse: “Diante desta imagem abençoada da
Virgem Maria, a mesma à qual meus predecessores Urbano VIII, Clemente XI, Leão
XIII, Pio XI e Pio XII mostraram sua devoção, vim também eu a venerá-la, em
comunhão de amor filial convosco, o Sucessor de Pedro na cátedra de Roma”.
Peregrinações
A cada 8 de dezembro, e a cada primeiro
sábado de outubro, milhares de peregrinos marcham a pé em direção à Basílica de
Luján em Buenos Aires. Ela começa a partir do santuário de São Caetano, no
bairro de Liniers.
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