Maria
Angélica viveu em odor de santidade. Nasceu em Papasidero, Itália, em 4 de
fevereiro de 1851, filha de Nicola Mastroti e Caetana Orofino, e foi batizada
com o nome Maria Angélica Concetta Filomena Mastroti. As poucas descrições que
temos disponíveis, retratam-na de baixa estatura, vestida de preto, com uma tez
morena e uma constituição frágil. Desde cedo aprendeu a ler e escrever.
Aos
seis anos, atingida por uma tuberculose, foi acometida de atrozes sofrimentos
que ela aceitou com serenidade como um "presente" de Deus, a quem
incansavelmente dedicava uma devoção profunda, apesar da sua tenra idade. Foi
sua mãe, durante as vigílias noturnas ao lado da cama da criança, que percebeu
como sua filha pronunciava palavras incompreensíveis e tinha visões
inexplicáveis.
Em 1870, depois de treze anos de
sofrimento, o primeiro "milagre": uma bela dama apareceu a Maria
Angélica, exausta pela doença, predizendo sua recuperação.
Os
seus sofrimentos, entretanto, não cessaram: um cálculo na vesícula lhe causou
um sofrimento indescritível até 1873, quando uma segunda assistência
sobrenatural a libertou do mal, mas o seu desejo de expiação a fez mortificar
seu corpo fazendo uso de cilícios, camas de espinhos e longos jejuns. Era
habitual recusar comida para alimentar-se somente da Hóstia Consagrada.
Sua
vida ascética resultou em êxtases frequentes durante os quais conversava com
Nossa Senhora e com o Filho que a Virgem tinha nos braços. O envolvimento
espiritual também teve consequências físicas. Com efeito, uma ferida se abriu
espontaneamente no seu lado, de onde o sangue jorrava muitas vezes, e jamais
foi curada.
Em
1890, ela se mudou para Castelluccio Superiore com sua mãe, para acompanhar seu
sobrinho Nicolau que ia entrar para o sacerdócio; ela se sentia particularmente
responsável por ele, que havia perdido seus pais em menino. Naquela cidade
fatos prodigiosos continuaram a ocorrer, de modo que sua fama se espalhou por
todos os povoados vizinhos.
Tudo isto é contado no livro Os Teus Olhos, do Arcebispo Dom
Francisco Sirufo, que num escrito simples e fluido narra a vida extraordinária
dessa mulher envolta - como ele próprio afirma na apresentação – em um
misterioso silêncio inexplicável por parte das autoridades eclesiásticas da
época. Após a sua morte - continua o monsenhor -, depois de um primeiro sucesso
e de uma certa fama de santidade, a partir de 1900 parece ter caído no
esquecimento: quase uma damnatio memoriae,
confirmada de Bispo a Bispo.
Maria Angélica morreu em 26 de maio de 1896
devido a uma paralisia cerebral causada por apoplexia fulminante, no momento em
que se encontrava absorvida em oração. No quinto dia após a morte, seu corpo
foi levado para a casa da família Orofino e aqui foi testemunhado um outro
milagre: o corpo estava flexível e perfumado, como relatado pelo médico Pedro
Gioia, encarregado pela família para sangrar o cadáver. O mesmo, alguns dias
depois, fez uma pequena incisão em uma veia de Maria Angélica, de onde ele pode
ver sangue saindo misturado com bolhas gasosas (o mesmo fenômeno acontecera
muitos anos antes no cadáver do Beato Domenico Lentini).
Há muitos episódios extraordinários
relacionados com a vida de Maria Angélica: os milagres, as graças, das quais se
beneficiaram tantas pessoas que constantemente mantiveram viva as recordações e
a memória através de histórias transmitidas por mais de um século.
Não há um pronunciamento oficial de
beatificação da Serva de Deus, mas a cidade de Castelluccio venera Maria
Angélica como beata, e no dia 26 de maio dedica a ela uma exposição e uma
Missa, com visita ao cemitério onde se encontra o seu túmulo. Também participam
deste evento os peregrinos de Papasidero, local de nascimento da Beata.
Para torna-la conhecida e difundir sua
vida, em 2009 foi instituída em Castelluccio Superiore a Associação Histórica e
Cultural Amigos de Maria Angélica Mastroti, com sede na sua casa, também usada
como museu. Visitando-o você pode aprofundar a história simples e
extraordinária de uma mulher que fez da fé sua única e preciosa razão de viver.
Santuário de Na. Sra. de Constantinopla em Papasidero, Italia |
Fontes:
www.santiebeati.it/
www.terradibasilicata.it/meteo-2/report/2707-maria-angelica-mastroti-uno-straordinario-esempio-di-fede
Em
26 de maio de 2015 este blog postou um resumo sobre esta Serva de Deus.
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