Nasceu no dia 16 de janeiro de 1884, em
Catanzaro (Itália), cidade para onde a família, originária de Palermo, se
transferiu por um breve período de tempo devido ao trabalho do pai, Pedro
Barba, que era Conselheiro do Tribunal de 1ª Instância; foi batizada três dias
depois com o nome de Maria Barba. Sua mãe chamava-se Joana Florena. Maria era a
décima de doze filhos.
Quando a menina completou dois anos, a
família retornou para a capital siciliana e ali Maria viveu a sua juventude.
Aos quinze anos manifestou a sua vocação religiosa à qual seus pais, apesar de
serem profundamente religiosos, se opuseram com determinação. De fato, Maria
teve que esperar quase vinte anos para poder realizar a sua aspiração,
demonstrando, nestes anos de expectativa e de sofrimento interior, uma força de
ânimo surpreendente e uma fidelidade incomum. Depois da morte de sua mãe,
seguindo o conselho do Cardeal Alessandro Lualdi, entrou finalmente no Mosteiro
das Carmelitas Descalças de Ragusa, que tinha surgido havia pouco tempo e era
muito pobre.
Entrou no Carmelo a 16 de abril de 1920,
onde assumiu o nome de Maria Cândida da Eucaristia, em certos aspectos
profético. Em 17 de abril de 1921 pronunciou a profissão simples e a solene no
dia 23 de abril de 1924.
O amor pela Eucaristia manifestou-se nela
desde a primeira infância quando, com 10 anos, foi admitida à Primeira Comunhão
e a sua maior alegria era poder comungar. Desde então, privar-se da Santa
Comunhão tornou-se para ela "uma cruz pesada e angustiante".
Maria Barba, sempre estimulada por uma
devoção especial ao mistério eucarístico, no qual ela via o mistério da
presença sacramental de Deus no mundo e a concretização do seu amor infinito
pelos homens, motivo da nossa confiança plena nas suas promessas, constrói
alguns anos mais tarde um novo mosteiro, que ainda hoje existe.
Irmã Maria Cândida quis "fazer
companhia a Jesus no seu estado de Eucaristia quanto mais fosse possível".
Prolongava as suas horas de adoração e, sobretudo, das 23 às 24 horas de cada
quinta-feira, prostrava-se diante do Tabernáculo em adoração. A Eucaristia
polarizava verdadeiramente toda a sua vida espiritual, não tanto pelas
manifestações devocionais, quanto pela incidência vital da relação da sua alma
com Deus. Foi da Eucaristia que Maria Cândida encontrou as forças necessárias
para se consagra a Deus como vítima no dia 1 de novembro de 1927.
Seis meses depois da profissão solene, em
10 de novembro de 1924 foi nomeada pela primeira vez Priora do seu Mosteiro: um
cargo que aceitou e uma responsabilidade que desempenhou em sinal de obediência
a Deus, com dedicação total e grande seriedade. Durante os três primeiros anos
como Priora, assumiu também o cargo de Mestra de noviças.
Desenvolveu plenamente o que ela mesma
definia como a sua "vocação pela Eucaristia", ajudada pela
espiritualidade carmelita – são muito conhecidas as páginas em que Santa Teresa
de Jesus descreve a sua especialíssima devoção à Eucaristia e como na
Eucaristia a Santa Fundadora experimentasse o mistério fecundo da Humanidade de
Cristo – na qual se apoiou depois da leitura de "História de uma
Alma" de Santa Teresinha do Menino Jesus.
Durante os anos em que guiou o seu
mosteiro, de 1924 a 1947, salvo uma breve interrupção, infundiu na sua
comunidade um profundo amor pela Regra de Santa Teresa de Jesus e contribuiu de
modo direto para a expansão do Carmelo Teresiano na Sicília, a fundação de
Siracusa, e para o retorno do ramo masculino da Ordem na região.
A partir da solenidade do Corpus Christi
de 1933, Maria Cândida começou a escrever a sua pequena "obra-prima"
de espiritualidade eucarística, "A Eucaristia, verdadeira joia de
espiritualidade vivida". Trata-se de uma longa, intensa meditação sobre a
Eucaristia, uma recordação da experiência pessoal e um aprofundamento teológico
dessa experiência.
Na Eucaristia, a Beata vê sintetizadas
todas as dimensões da experiência cristã. A Fé: “Ó meu Amado Sacramento, eu Te
vejo, eu creio em Ti! Ó Santa Fé!”. “Contemplar com Fé redobrada a nosso Amado
no Sacramento: viver com Ele que vem cada dia”. A Esperança: “Ó minha Divina
Eucaristia, minha querida esperança, tudo espero de Ti! Desde menina foi grande
minha esperança na Santíssima Eucaristia”. A Caridade: “Jesus meu, quanto Te
amo! É um imenso amor o que eu nutro em meu coração por Ti, ó Amor Sacramentado!
Quão grande é o amor de um Deus feito pão para as almas! De um Deus feito
prisioneiro por mim!”
Sem dúvida a Virgem Maria é o verdadeiro
modelo de vida eucarística. Ela levou em seu seio o Filho de Deus e
continuamente o engendrava nos corações de seus discípulos. “Eu quisera ser
como Maria” – escreve a Beata em uma das páginas mais intensas e profundas de A Eucaristia – “ser Maria para Jesus,
ocupar o lugar de sua mãe. Em minhas Comunhões, tenho sempre Maria presente. De
suas mãos quero receber Jesus, Ela deve fazer de mim uma coisa só com Ele. Eu
não posso separar Maria de Jesus. Salve, ó Corpo nascido de Maria! Salve Maria,
aurora da Eucaristia!”
Para a Beata Maria Cândida, a Eucaristia é
alimento, é encontro com Deus, é fusão de coração, é escola de virtude, é
sabedoria de vida. “O Céu mesmo não possui mais; Aquele tesouro único está
aqui, é Deus! Verdadeiramente, sim verdadeiramente: meu Deus e meu Tudo”. “Peço
a meu Jesus ser colocada como sentinela de todos os sacrários do mundo até o
fim dos tempos”.
No dia 12 de junho de 1949, na Solenidade
da Santíssima Trindade, depois de alguns meses de sofrimentos físicos atrozes,
Maria Cândida da Eucaristia faleceu.
Em 5 de março de 1956 Mons. Francisco
Pennisi, Bispo de Ragusa, abriu o processo ordinário diocesano concluído em 28
de junho de 1962. Foi beatificada em
Roma no dia 21 de março de 2004. A Igreja a celebra no dia 12 de junho e o
Carmelo Descalço no dia 14 de junho.
ACHEI LINDO O QUE SEGUE: "... Sem dúvida a Virgem Maria é o verdadeiro modelo de vida eucarística. Ela levou em seu seio o Filho de Deus e continuamente o engendrava nos corações de seus discípulos. “Eu quisera ser como Maria” – escreve a Beata em uma das páginas mais intensas e profundas de A Eucaristia – “ser Maria para Jesus, ocupar o lugar de sua mãe. Em minhas Comunhões, tenho sempre Maria presente. De suas mãos quero receber Jesus, Ela deve fazer de mim uma coisa só com Ele. Eu não posso separar Maria de Jesus. Salve, ó Corpo nascido de Maria! Salve Maria, aurora da Eucaristia!”
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