Histórias
de mulheres destaques em gestão pública, liderança empresarial e no dia a dia
foram tema de Talk Show realizado na tarde do último 17 de agosto, na sede do
Sebrae de Campo Grande (MS), organizada pela Associação de Mulheres de Negócios
e Profissionais da cidade.
O Príncipe Dom Bertrand de Orleans e
Bragança esteve presente e fez uma palestra a sobre a Princesa Isabel e sobre
seu último livro “Psicose Ambientalista”. Confira matéria abaixo.
Príncipe imperial Dom Bertrand de
Orleans fala da princesa Isabel, sua bisavó em evento da BPW Campo Grande
Durante
uma hora as participantes da Jornada Intercultural da BPW Campo Grande
receberam uma verdadeira aula de história do Brasil, contada por nada menos que
o bisneto da princesa Isabel, o príncipe imperial Dom Bertrand de Orleans e Bragança.
O foco de sua palestra foi sobre a redentora do Brasil, a libertadora dos
escravos e acima de tudo uma mulher cuja sensibilidade ultrapassou a linha do
tempo.
O príncipe encantou a plateia iniciando
sua fala destacando grandes mulheres da história, mas priorizando na palestra a
sua bisavó, Dona Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela
Gonzaga de Bragança e Bourbon, a princesa Isabel. Ele também fez uma menção aos
países muçulmanos e de como ainda tratam a mulher. A presidente da BPW Campo
Grande disse que a ideia de trazer um dos mais ilustres representantes da
monarquia da atualidade, foi no sentido de fazer uma ponte entre o presente e o
passado, colocando as mulheres num contato direto com a história brasileira.
Isso é cultura, é o objetivo do nosso evento, inter-relacionar este mote com os
demais assuntos da atualidade.
Dom Bertrand disse a Princesa Isabel, a
última princesa imperial do Brasil, avaliando suas origens genéticas e a sua
ancestralidade herdou o temperamento forte de Dom Pedro I, e tinha gestos
corajosos, expansiva comunicativa e afetiva. De Dom Pedro II, o gosto pelos
estudos, e o desapego aos bens materiais. Ele relatou que em uma das viagens
com o pai, que era muito querido, e festejado pelo povo, indagou “pai este povo
é meu?” e ele disse que não, mas sim que ela é quem deveria servir a este povo.
Um dos relatos interessantes de Dom
Bertrand também foi sobre dona Leopoldina, esposa de Dom Pedro I, destacando
que foi ela que presidiu a reunião que decidiu a independência, estava na
posição de chefe do Estado, e foi ela quem assinou a carta, que proclamava a
Independência do Brasil, que teve sua proclamação, por Dom Pedro, que
encontrava-se em viagem, como forma de ratificar o ato da sua esposa.
Princesa Isabel, também recebeu uma
herança de sua mãe, Teresa Cristina, a fé, piedade e caridade. Era uma mulher
ativa e de personalidade, católica, e que tinha uma força de vontade
extraordinária, e a coragem de enfrentar situações adversas, era generosa, disposta
a perdoar, pautada pela fé e princípios evangélicos. Na infância Já dizia
acabar escravidão, e no exercício do poder se inseriu no movimento
abolicionista. Dom Pedro I e Dom Pedro II, conforme disse o príncipe Dom
Bertrand, eram também contra escravidão.
Quando a princesa Isabel casou-se com o
Conde D’Eu - Luís Filipe Maria Fernando Gastão de Orléans, tornou-se uma mulher
ainda mais sensível. Suas ideias tinham clareza e era firme em suas emoções.
Assumiu três vezes a regência. Na primeira, aos 25 anos, assinou a Lei do Ventre
Livre, e na terceira vez, em 1888, conseguiu que o parlamento libertasse os
escravos, assinando no dia 13 de maio a libertação dos escravos. Neste dia
jogaram rosas ao ar, e um embaixador dos EUA pegou uma rosa e colocou no bolso,
e disse que no seu país um fato que levou milhares a morte, que era questão
social, no Brasil com fato parecido lançaram-se rosas no ar.
“Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu
daria para libertar os escravos do Brasil”, disse a princesa Isabel, mostrando
não temer perder o trono. No ano seguinte a família Real foi exilada, e Dom
Pedro II, após 51 anos imperador, viajou com a roupa do corpo, e não teve
dinheiro para pagar o enterro da esposa. Faleceu pobre em um hotel de Paris.
A princesa Isabel viveu na casa da família
Conde D’Eu, se inseriu a sociedade francesa, e tornou-se muito conhecida na
sociedade parisiense. D. Bertand disse que ela ia com a própria carruagem ao
teatro, o que era muito prestigioso. Sempre prestativa, ela até no exílio fazia
caridade. Morreu no dia 14 novembro de 1921. Sem retornar ao Brasil, o país
chorou a morte da redentora.
Dom Bertrand falou também sobre o processo
de beatificação de sua bisavó. Vale destacar que em outubro de 2011 foi
oficialmente aberto o processo de beatificação da princesa, entregue ao cardeal
arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani João Tempesta a pedido de monarquistas
brasileiros.
Foi a princesa Isabel, segundo o príncipe
Dom Bertand que sugeriu a construção do monumento ao Cristo Redentor e a pedra
fundamental foi colocada por sua avó em 1922.
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