quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Príncipe D Bertrand falou sobre a Princesa Isabel na sede do Sebrae (MS)

     Histórias de mulheres destaques em gestão pública, liderança empresarial e no dia a dia foram tema de Talk Show realizado na tarde do último 17 de agosto, na sede do Sebrae de Campo Grande (MS), organizada pela Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais da cidade.
     O Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança esteve presente e fez uma palestra a sobre a Princesa Isabel e sobre seu último livro “Psicose Ambientalista”. Confira matéria abaixo.
 
Príncipe imperial Dom Bertrand de Orleans fala da princesa Isabel, sua bisavó em evento da BPW Campo Grande
   
 
  Durante uma hora as participantes da Jornada Intercultural da BPW Campo Grande receberam uma verdadeira aula de história do Brasil, contada por nada menos que o bisneto da princesa Isabel, o príncipe imperial Dom Bertrand de Orleans e Bragança. O foco de sua palestra foi sobre a redentora do Brasil, a libertadora dos escravos e acima de tudo uma mulher cuja sensibilidade ultrapassou a linha do tempo.

    O príncipe encantou a plateia iniciando sua fala destacando grandes mulheres da história, mas priorizando na palestra a sua bisavó, Dona Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, a princesa Isabel. Ele também fez uma menção aos países muçulmanos e de como ainda tratam a mulher. A presidente da BPW Campo Grande disse que a ideia de trazer um dos mais ilustres representantes da monarquia da atualidade, foi no sentido de fazer uma ponte entre o presente e o passado, colocando as mulheres num contato direto com a história brasileira. Isso é cultura, é o objetivo do nosso evento, inter-relacionar este mote com os demais assuntos da atualidade.
     Dom Bertrand disse a Princesa Isabel, a última princesa imperial do Brasil, avaliando suas origens genéticas e a sua ancestralidade herdou o temperamento forte de Dom Pedro I, e tinha gestos corajosos, expansiva comunicativa e afetiva. De Dom Pedro II, o gosto pelos estudos, e o desapego aos bens materiais. Ele relatou que em uma das viagens com o pai, que era muito querido, e festejado pelo povo, indagou “pai este povo é meu?” e ele disse que não, mas sim que ela é quem deveria servir a este povo.
     Um dos relatos interessantes de Dom Bertrand também foi sobre dona Leopoldina, esposa de Dom Pedro I, destacando que foi ela que presidiu a reunião que decidiu a independência, estava na posição de chefe do Estado, e foi ela quem assinou a carta, que proclamava a Independência do Brasil, que teve sua proclamação, por Dom Pedro, que encontrava-se em viagem, como forma de ratificar o ato da sua esposa.
     Princesa Isabel, também recebeu uma herança de sua mãe, Teresa Cristina, a fé, piedade e caridade. Era uma mulher ativa e de personalidade, católica, e que tinha uma força de vontade extraordinária, e a coragem de enfrentar situações adversas, era generosa, disposta a perdoar, pautada pela fé e princípios evangélicos. Na infância Já dizia acabar escravidão, e no exercício do poder se inseriu no movimento abolicionista. Dom Pedro I e Dom Pedro II, conforme disse o príncipe Dom Bertrand, eram também contra escravidão.
     Quando a princesa Isabel casou-se com o Conde D’Eu - Luís Filipe Maria Fernando Gastão de Orléans, tornou-se uma mulher ainda mais sensível. Suas ideias tinham clareza e era firme em suas emoções. Assumiu três vezes a regência. Na primeira, aos 25 anos, assinou a Lei do Ventre Livre, e na terceira vez, em 1888, conseguiu que o parlamento libertasse os escravos, assinando no dia 13 de maio a libertação dos escravos. Neste dia jogaram rosas ao ar, e um embaixador dos EUA pegou uma rosa e colocou no bolso, e disse que no seu país um fato que levou milhares a morte, que era questão social, no Brasil com fato parecido lançaram-se rosas no ar.
     “Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil”, disse a princesa Isabel, mostrando não temer perder o trono. No ano seguinte a família Real foi exilada, e Dom Pedro II, após 51 anos imperador, viajou com a roupa do corpo, e não teve dinheiro para pagar o enterro da esposa. Faleceu pobre em um hotel de Paris.
     A princesa Isabel viveu na casa da família Conde D’Eu, se inseriu a sociedade francesa, e tornou-se muito conhecida na sociedade parisiense. D. Bertand disse que ela ia com a própria carruagem ao teatro, o que era muito prestigioso. Sempre prestativa, ela até no exílio fazia caridade. Morreu no dia 14 novembro de 1921. Sem retornar ao Brasil, o país chorou a morte da redentora.
     Dom Bertrand falou também sobre o processo de beatificação de sua bisavó. Vale destacar que em outubro de 2011 foi oficialmente aberto o processo de beatificação da princesa, entregue ao cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani João Tempesta a pedido de monarquistas brasileiros.
     Foi a princesa Isabel, segundo o príncipe Dom Bertand que sugeriu a construção do monumento ao Cristo Redentor e a pedra fundamental foi colocada por sua avó em 1922.
 

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