Relicário de Santa Eugênia |
Eugênia nasceu em uma família principesca por volta do fim do século VII
em Obernai, França. Seu era pai Adalberto, Duque da Alsácia, e sua mãe
Gerlinda, de uma família não menos importante que a de seu pai. Eugênia teve
também uma irmã, Santa Atala.
Eugênia recebeu do céu um coração terno e sensível e cheio de boas
inclinações para a virtude. Embora tudo concorresse para que ela se voltasse
para as coisas do mundo - a nobreza de sua raça, os bens de seus pais, a beleza
e a sabedoria, a doçura de seu caráter e as graças de seu espírito - a
Providência desejava que todos esses dons fossem usados para a maior glória de
Deus.
Bem jovem ela prometeu consagrar a Deus sua vida e desejava viver a
pobreza, dedicando-se a socorrer os doentes, consolar os aflitos e proteger os
fracos.
Ao completar 15 anos, data marcada por sua tia Santa Odília, fundadora
da Abadia de Hohenbourg, para sua consagração pública a Nosso Senhor, Adalberto
e Gerlinda a abençoaram e acompanhada por eles ela se dirigiu para Hohenbourg.
Com coragem Eugênia seguiu os passos de sua tia e manteve a regularidade
e a disciplina, e dava, como Odília, o exemplo de todas as virtudes à sua santa
comunidade.
O espírito da piedosa fundadora reinava nas duas casas e era um
espetáculo bem edificante para a Alsácia ver jovens virgens nascidas nas
primeiras famílias da região renunciarem às doçuras de uma vida cômoda e
agradável para ir se consagrar às práticas da penitência e da oração.
Após a morte de Santa Odília, Eugênia foi designada para suceder a
fundadora. A sua assinatura como abadessa de Hohenbourg aparece em um documento
do ano 722.
Santa Eugênia tornou-se a consoladora dos necessitados
da região. Para exemplificar sua imensa caridade, na Quinta-Feira Santa, para
imitar a humildade de Nosso Senhor Jesus Cristo, ela convidava para a abadia
grande número de pobres dos quais ela lavava e beijava os pés; após esta
cerimônia, lhes dava roupas e os servia à mesa. Era grande sua compaixão pelos
doentes. Nem a chuva, nem o mal tempo no inverno a impediam de ir visitá-los no
Asilo São Nicolau, ou mesmo nas suas pobres casas no vale.
Eugênia governou seu mosteiro por 15
anos e foi incluída no número das santas. Seu corpo foi colocado na capela de
São João Batista, perto do túmulo de Santa Odília. Suas relíquias foram
conservadas neste local até a guerra dos suecos.
Em 1622, o Conde de Mansfeld, chamado de “o Atila da Cristandade”,
mandou incendiar a Abadia de Hohenbourg e com seus soldados pilhou tudo de
precioso que encontraram. Estes fanáticos abriram então o túmulo de Santa Eugênia e
dispersaram seus restos mortais. Entretanto, naquele mesmo ano as monjas haviam
transferido para Oberheim parte de suas relíquias, que podem ainda serem
encontradas nas igrejas de Obernai e de Willgotheim.
Em 1632, novamente os suecos incendiaram e
pilharam a Abadia. Em 1687 o mosteiro e a igreja foram reconstruídos.
Atualmente o local ainda é visitado por muitos peregrinos e devotos de Santa
Odília e de sua santa sobrinha Eugênia.
No século XIV Santa Eugênia era
celebrada no dia 1o. de outubro, e posteriormente no dia 16 de setembro, dia de
sua morte em Hohenbourg.
Abadia de Hohenbourg, Alsácia |
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