Em 1683, os cristãos conduzidos pelo Rei Jan III Sobieski da Polônia
obtiveram a vitória sobre os turcos na Batalha de Viena. Antes da batalha o Rei
Jan Sobieski havia colocado suas tropas sob a proteção da Virgem Maria. Após a
batalha, o Papa Inocêncio XI estendeu a festa para toda a Igreja, numa
homenagem a Maria Santíssima.
O nome Maria
A Bem-aventurada Virgem Maria é cheia de
graça, e aos anjos supera em plenitude de graça. Convenientemente se chama
“Maria”, que significa em si mesma iluminada. É-lhe por isso mesmo
atribuída a seguinte passagem de Isaías (58,11): “O Senhor encherá tua alma
de esplendores”.
Outra interpretação desse nome é iluminadora
dos outros; no caso, iluminadora do mundo inteiro. Por isso é comparada ao
sol e à lua.
(…) O Anjo reverenciou a Bem-aventurada
Virgem, como mãe do Soberano Senhor e, por isso mesmo é Senhora. Donde lhe
convir este nome “Maria”, que na língua siríaca significa “senhora”.
A Bem-aventurada Virgem supera os anjos por
sua pureza. Porque não só era em si mesma pura, mas também alcançava a pureza
para os outros. Puríssima foi, também, quanto à culpa, porque não incorreu em
pecado mortal ou venial; e o foi também quanto à pena.
(…) A Bem-aventurada Virgem foi imune de
toda maldição, e por isso é a “bendita entre as mulheres”. Porque somente Ela
cancelou a maldição, trouxe-nos a bênção e abriu a porta do Paraíso.
Eis porque lhe convém o nome de “Maria”,
que se interpreta “Estrela do mar”, porque assim como pela estrela do mar os
navegantes são guiados ao porto, do mesmo modo os católicos são dirigidos por
Maria à glória.
Quase sempre o pecador está procurando por
algo que não consegue alcançar, mas o justo o alcança, conforme se lê nos
Provérbios: “guarda-se para o justo a riqueza do pecador” (Pr 13,22).
Foi assim que Eva procurou o fruto e nele
nada encontrou do que desejava. Mas, em seu fruto, a Bem-aventurada Virgem
Maria encontrou tudo o que Eva desejava.
Fonte: São Tomás de Aquino, In Salutationem
Angelicam Expositio – (Comentário à Ave-Maria)
Sermão do Santíssimo Nome de Maria, do
Padre António Vieira (excerto)
Considera S. Bernardo como houve um Josué
sucessor de Moisés, e um Jesus Sirac, e outro Jesus, filho de Josedec, que se
chamaram Jesus. Mas como desafronta o santo a soberania do nome de Jesus da
baixeza de estes outros sinônimos? Excelentemente: Non enfim ad instar
priorum meus iste Jesus nomen vacuum et inane portat. Non est in eo magni
nominis umbra, sed veritas[23]:
Sabeis quanta diferença vai desses Jesus ao nosso Jesus? Quanta vai da sombra à
verdade. – Os nomes de esses outros chamados Jesus eram nomes vazios, porque
somente tinham o som e a voz, e lhes faltava o significado. Só o nosso Jesus
foi nome cheio, porque a verdade da significação enchia os vazios e as medidas
do nome. É o que disse o poeta, com discreta lisonja, escrevendo a Máximo: Maxime,
qui tanti mensuram nominis imples[24].
– E assim como entre todos os que se chamaram Jesus só o Filho de Maria encheu
as medidas do nome de Jesus, assim entre todas as que se chamaram Marias só a
Mãe de Jesus encheu as medidas do nome de Maria. E quais são as medidas do nome
de Maria? A mesma Senhora o disse: Quia fecit mihi magna qui potens est[25]. – Quem quiser tomar
a medida certa ao nome de Maria, tome-a primeiro à onipotência divina, porque
tudo o que Deus podia e pode é o que entesourou neste imenso nome. E se todos
os poderes da onipotência são os que só enchem as medidas do nome de Maria,
vede como o podia compreender outra idéia, nem pronunciar outra voz, senão a da
mesma divindade: De thesauro divinitatis nomen Mariae evolvitur.
[23]
Bernard. Serm. l de Circun.
[24]
Máximo, que enches as medidas de tão grande nome. (Ov. Pont. 1, 1, 2).
[25]
Porque me fez grandes coisas o que é poderoso (Lc. I, 49).
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