quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Santíssimo Nome de Maria - 12 de setembro

   
     Já em 1513, em Cuenca, Espanha, o nome de Maria era comemorado no dia 15 de setembro. Em 1587, o Papa Sisto V mudou o dia da celebração para 17 de setembro; em 1622, o Papa Gregório XV estendeu a festa para a Arquidiocese de Toledo; em 1666 os Carmelitas Descalços receberam a permissão para recitar o Ofício do Nome de Maria quatro vezes por ano (dúplice); em 1671, a festa foi estendida para toda a Espanha.

     Em 1683, os cristãos conduzidos pelo Rei Jan III Sobieski da Polônia obtiveram a vitória sobre os turcos na Batalha de Viena. Antes da batalha o Rei Jan Sobieski havia colocado suas tropas sob a proteção da Virgem Maria. Após a batalha, o Papa Inocêncio XI estendeu a festa para toda a Igreja, numa homenagem a Maria Santíssima. 
 
O nome Maria
     A Bem-aventurada Virgem Maria é cheia de graça, e aos anjos supera em plenitude de graça. Convenientemente se chama “Maria”, que significa em si mesma iluminada. É-lhe por isso mesmo atribuída a seguinte passagem de Isaías (58,11): “O Senhor encherá tua alma de esplendores”.
     Outra interpretação desse nome é iluminadora dos outros; no caso, iluminadora do mundo inteiro. Por isso é comparada ao sol e à lua.
     (…) O Anjo reverenciou a Bem-aventurada Virgem, como mãe do Soberano Senhor e, por isso mesmo é Senhora. Donde lhe convir este nome “Maria”, que na língua siríaca significa “senhora”.
     A Bem-aventurada Virgem supera os anjos por sua pureza. Porque não só era em si mesma pura, mas também alcançava a pureza para os outros. Puríssima foi, também, quanto à culpa, porque não incorreu em pecado mortal ou venial; e o foi também quanto à pena.
     (…) A Bem-aventurada Virgem foi imune de toda maldição, e por isso é a “bendita entre as mulheres”. Porque somente Ela cancelou a maldição, trouxe-nos a bênção e abriu a porta do Paraíso.
     Eis porque lhe convém o nome de “Maria”, que se interpreta “Estrela do mar”, porque assim como pela estrela do mar os navegantes são guiados ao porto, do mesmo modo os católicos são dirigidos por Maria à glória.
     Quase sempre o pecador está procurando por algo que não consegue alcançar, mas o justo o alcança, conforme se lê nos Provérbios: “guarda-se para o justo a riqueza do pecador” (Pr 13,22).
     Foi assim que Eva procurou o fruto e nele nada encontrou do que desejava. Mas, em seu fruto, a Bem-aventurada Virgem Maria encontrou tudo o que Eva desejava.
 
Fonte: São Tomás de Aquino, In Salutationem Angelicam Expositio – (Comentário à Ave-Maria)
 
Sermão do Santíssimo Nome de Maria, do Padre António Vieira (excerto)
     Considera S. Bernardo como houve um Josué sucessor de Moisés, e um Jesus Sirac, e outro Jesus, filho de Josedec, que se chamaram Jesus. Mas como desafronta o santo a soberania do nome de Jesus da baixeza de estes outros sinô­nimos? Excelentemente: Non enfim ad instar priorum meus iste Jesus nomen va­cuum et inane portat. Non est in eo magni nominis umbra, sed veritas[23]: Sabeis quanta diferença vai desses Jesus ao nosso Jesus? Quanta vai da sombra à verda­de. – Os nomes de esses outros chamados Jesus eram nomes vazios, porque so­mente tinham o som e a voz, e lhes faltava o significado. Só o nosso Jesus foi nome cheio, porque a verdade da significação enchia os vazios e as medidas do nome. É o que disse o poeta, com discreta lisonja, escrevendo a Máximo: Maxime, qui tanti mensuram nominis imples[24]. – E assim como entre todos os que se cha­maram Jesus só o Filho de Maria encheu as medidas do nome de Jesus, assim entre todas as que se chamaram Marias só a Mãe de Jesus encheu as medidas do nome de Maria. E quais são as medidas do nome de Maria? A mesma Senhora o disse: Quia fecit mihi magna qui potens est[25]. – Quem quiser tomar a medida certa ao nome de Maria, tome-a primeiro à onipotência divina, porque tudo o que Deus podia e pode é o que entesourou neste imenso nome. E se todos os poderes da onipotência são os que só enchem as medidas do nome de Maria, vede como o podia compreender outra idéia, nem pronunciar outra voz, senão a da mesma di­vindade: De thesauro divinitatis nomen Mariae evolvitur.
 
[23] Bernard. Serm. l de Circun.
[24] Máximo, que enches as medidas de tão grande nome. (Ov. Pont. 1, 1, 2).
[25] Porque me fez grandes coisas o que é poderoso (Lc. I, 49).

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