Também a Ordem da Visitação de Santa Maria, fundada em 1610 por São Francisco de Sales e Santa Joana Francisca de Chantal, pagou o tributo de sangue de sete religiosas suas mártires durante a incrível e sanguinária Guerra Civil que ensanguentou a Espanha, especialmente de 1936 a 1939.
As sete religiosas de que falamos pertenciam ao primeiro mosteiro da
Ordem da Visitação de Madri, vinham de várias regiões da Espanha e levavam uma
vida de oração e mortificação, mas isto não era suficiente para torná-las
inumes às violências revolucionárias de homens obcecados de ódio à fé cristã.
E como já acontecera durante o Terror da Revolução Francesa e a
revolução mexicana, também na Espanha, tão católica e com tantas almas devotadas
ao serviço de Deus e do próximo, ser sacerdote ou religioso era motivo suficiente
para ser fuzilado, como também as igrejas foram destruídas ou transformadas em armazéns.
Com o aumento do perigo de uma guerra civil, as Irmãs da Visitação de
Madri se transladaram para Oronoz na Navarra, onde podiam se sentir seguras,
mas não desejando deixar abandonado o mosteiro madrileno, sete irmãs
permaneceram escondidas em um local adjacente ao convento, levando uma vida na
observância da Regra tanto quanto possível, na contemplação de Deus e
oferecendo a si próprias.
A guerra civil eclodiu em 18 de julho de 1936 e logo depois o mosteiro
foi atacado e incendiado e transformado em caserna dos milicianos
revolucionários; embora podendo, as irmãs não fugiram e permaneceram unidas,
como haviam prometido, esperando a vontade de Deus, ainda que se tratasse do
martírio.
Na metade do mês de agosto, uma mulher cruel delatou a presença das irmãs e assim, depois de uma brutal perseguição no local onde viviam, embora não encontrassem nada que pudesse incriminá-las, no dia 18 de novembro levaram-nas embora numa camioneta.
Na metade do mês de agosto, uma mulher cruel delatou a presença das irmãs e assim, depois de uma brutal perseguição no local onde viviam, embora não encontrassem nada que pudesse incriminá-las, no dia 18 de novembro levaram-nas embora numa camioneta.
Elas fizeram o sinal da cruz, certas de um fim próximo. Depois de um
breve trajeto entre os gritos hostis da turba, foram conduzidas fora da cidade
e mandaram-nas descer do veículo; enquanto elas se davam as mãos para infundir
coragem umas às outras, foram abatidas com disparos de fuzis. O sangue de
mártires mais uma vez orvalhou o solo da Espanha, como aconteceu naquele
período com outras 7.300 vítimas entre bispos, sacerdotes, religiosos,
religiosas e leigos - culpados de serem almas consagradas a Jesus Cristo.
Por incrível que pareça, a mais jovem delas, Irmã Maria Cecília, não foi
atingida pelos projeteis: ao ouvir o barulho dos disparos, largou a mão da irmã
morta e à noite fugiu apavorada sem saber aonde ir; ao encontrar os milicianos
confessou: “Sou uma irmã”. Conduzida a uma das muitas prisões provisórias que
funcionavam também como tribunais populares, revelou a sua identidade e na
aurora do dia 23 de novembro foi fuzilada diante do muro do cemitério de Madri.
Após a guerra procurou-se identificar o seu corpo sepultado em uma vala
comum e a cruz que ela levava ao pescoço foi encontrada com a perfuração de uma
bala; hoje ela é conservada como uma relíquia no mosteiro de Santa Engracia de
Madri.
As sete irmãs eram dirigidas naquela última missão em Madri pela Irmã
Maria Gabriela Hinojosa Naveros, que nascera em Alhama de Granada no dia 24 de
julho de 1872, em uma família numerosa e abastada; tendo ficado órfã,
transferiu-se com o irmão para Madri e aos 19 anos ingressou no mosteiro da
Visitação da cidade, fez a profissão em 25 de março de 1894.
Embora fosse de temperamento tímido, desempenhou o cargo de superiora de
1929 a 1936, e em 1936 ficou encarregada da comunidade que permaneceu em Madri,
enquanto todas as outras irmãs se transferiram para Navarra. Nesta missão,
animou as coirmãs, com a força e a doçura das almas grandes; uma das últimas
frases escritas por ela e que se conserva dizia: “Deus Nosso Senhor, em cujas mãos estamos todas, fará de nós o que mais
convém a Ele”.
Os nomes das sete Irmãs da Visitação, mártires, são:
Os nomes das sete Irmãs da Visitação, mártires, são:
2) Teresa Maria Cavestany y Andauga de 48 anos
3) Josefa Maria Barrera y Izaguirre de 55 anos
4) Maria Agnese Zudaire y Galdeano de 36 anos
5) Maria Angela Olaizola y Garagarza de 43 anos
6) Maria Engracia Lecouna y Aramburù de 39 anos
7) Maria Cecilia Cendoya y Araquistan de 26 anos
(Esta última o ‘Martirologio Romano’ celebra no dia 23 de novembro, enquanto as outras seis o são no dia 18 de novembro)
A causa canônica foi introduzida em 2 de julho de 1985; foram beatificadas pelo Papa João Paulo II em 10 de maio de 1998.
Fonte:: santiebeati/it - Autor: Antonio Borrelli
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