A
Beata viveu em tempos difíceis e teve que agir muitas vezes de forma ilegal e
secretamente. O que pode parecer um ato de corajosa bravura digna de cavaleiros
poloneses, pode ser um obstáculo para aqueles que, em condições de conspiração,
estão fazendo obras para ajudar a sociedade e devem sobreviver no tempo da
ocupação. Como uma mulher sozinha pode realizar sua obra quando vivia sob a
ameaça de deportação para a Sibéria? Onde ela encontrou forças para confiar no
Senhor e acreditar que seu trabalho fazia sentido apesar do mundo pessimista ao
seu redor?
O
sofrimento foi presente em sua vida desde o nascimento. Tendo nascido em
Szepetówka (Ucrânia) em 1828, em tenra infância perdeu seus pais e foi criada
por sua meia-irmã mais velha. Sentindo-se atraída pela vida religiosa, ela não
podia realizar seu maior sonho, porque naquela época todos os conventos haviam
sido fechados pelos russos. Aos 20 anos Lúcia tornou-se terceira da Ordem Franciscana:
cuidava dos pobres, dos doentes, preparava crianças para a primeira comunhão.
Em
1870, a fim de fortalecer sua fé e seu amor a Deus, ela fez uma peregrinação à
Terra Santa. Ela seguiu a pé até Odessa, na Ucrânia, onde tomou o barco para chegar
ao local desejado. Chegando em Jerusalém, ela trabalhou no Hospital São José
com freiras francesas. Durante sua estadia de 3 anos na terra de Cristo, ela
ofereceu sua vida a Nossa Senhora das Dores.
De volta a Polônia, ela desejava realizar
algo pelos mais fracos. A forma concreta ela encontrou quando conheceu o Padre Honório
Koźmiński, graças ao qual Lúcia pode se tornar religiosa e com sua ajuda fundar
de uma nova ordem.
Gravura antiga de Szepetówka |
Em 1881, Lúcia fundou a Congregação das
Filhas da Bem-aventurada Virgem Maria das Dores chamada de Ordem Seráfica,
tomando então o nome de Irmã Margarida (Małgorzata). Ela cuidava dos pobres em
um abrigo em Varsóvia, e depois de um tempo comprou uma casa em Zakroczym.
De acordo com relatos, ela levou duas
mulheres idosas nas costas até o andar superior, para cuidar delas. Foi assim
que nasceu a Congregação de Nossa Senhora das Dores. Madre Margarida não parou
por aí. Novas casas nasceram e a congregação cresceu apesar da vigilância
policial. O fim das inspeções foi para a congregação um sinal da Providência,
que velava pela nova obra e a salvava apesar do terror que reinava.
Outras
obras da Congregação de Nossa Senhora das Dores começaram a aparecer na Galícia,
para onde Madre Margarida se mudou. Ela construiu novas casas para idosos,
crianças e órfãos, em condições mais favoráveis do que na Polônia. Ela fundou
escolas para meninas pobres, oficinas de costura, enquanto as Irmãs visitavam
os doentes e trabalhavam em hospitais. As "seráficas" (este é o nome
mais popular da congregação) oferecem suas intenções à Divina Providência, que
nunca as desapontou.
Após
vinte anos de compromisso, Madre Margarida nomeou uma nova superiora e voltou
para as terras da ocupação russa. Ela continuou a ajudar os necessitados e, no
final de sua vida, ofereceu seus sofrimentos por sua intenção. Os últimos meses
de sua vida transcorreram no convento de Nieszawa, cidade localizada no
centro-norte da Polônia.
Madre Margarida deixou esta terra em 5 de
junho de 1905, em Nieszawa. Uma multidão compareceu ao seu funeral.
A "mãe dos pobres e órfãos" foi beatificada
dia 9 de abril de 2013 em Cracóvia, onde, na 3 Rue Łowiecka, é atualmente a Casa
Geral da Congregação por ela fundada.
Seu processo de beatificação foi aberto na
fase diocesana em 1993. A causa foi passada para a fase romana em 1996 para ser
examinada pela Congregação para as Causas dos Santos. Em 20 de dezembro de 2012,
o Papa Bento XVI reconheceu um milagre a ela atribuído com a finalidade de sua
beatificação, que foi celebrada em 9 de junho de 2013.
A Missa e a cerimônia de beatificação
foram realizadas no Santuário da Divina Misericórdia em Lagiewniki (Cracóvia,
Polônia), na presença de 20.000 fiéis, sob a presidência do Cardeal Ângelo
Amato SDB, representando o Papa Francisco, e a direção do Cardeal Stanislaw
Dziwisz, Arcebispo metropolitano de Cracóvia e o Arcebispo Józef Kowalczyk,
Primaz da Polônia.
Na ocasião foram beatificadas duas
religiosas polonesas: Margarida Lúcia Szewczyk e Sofia Czeska Maciejowska, que
na metade do século XVII fundou a Congregação das Virgens da Apresentação da
Bem-aventurada Virgem Maria.
http://misericordiae.net/fr/saint/bienheureuse-marguerite-lucie-szewczyk-1828-1905
www.santiebeati/it
http://reflexionchretienne.e-monsite.com/pages/vie-des-saints/juin/bse-marguerite-lucie-szewczyk-religieuse-fondatrice-fete-le-05-juin.html#Skl7RJgLytsH6hk0.99
Em
5 de junho de 2014 este blog postou um pequeno resumo sobre esta Beata.
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