A
Beata Camila Gentili de Rovellone viveu na segunda metade do século XV em San
Severino, Marche di Lucca, Itália. Não era da realeza, mas filha de nobres;
seus pais eram os senhores Rovellone e Brandina da família Giusti, da
aristocracia local.
Em uma transação injusta, mas típica das
famílias nobres, Camila foi dada como esposa a Batista Santucci, um homem
violento que além do mais tinha rancores contra os Giusti, o que torna a
situação bastante inexplicável. Camila era uma mulher suave, doce, submissa e
todos apreciavam-na por causa de sua bondade.
Em 1482, Batista assassinou Pierozzo
Grassi, que era da família dos Giusti, e foi declarado culpado e condenado à
morte, mas teve a vida salva pela intercessão de Camila, que interveio com seu
empenho pessoal e suas orações. Diante de um favor de tão alto valor, Batista
não apenas não lhe agradeceu, como o ódio irracional contra a família aumentou,
dirigindo-se contra a esposa, a ponto de proibir que ela fosse visitar sua mãe.
A isto Camila se negou e continuou a visitá-la com a mesma frequência de até
então.
Aquilo exasperou Batista, que planejou
meticulosamente sua vingança: fingindo uma ternura que não era natural nele,
propôs a sua esposa passar uns dias em Uvaiolo, onde possuíam um sitio. Ela,
acreditando que seu marido estava mudando, não suspeitou de nada e o acompanhou
encantada. Quando estavam a sós, ele a apunhalou brutalmente ferindo-a no seio
esquerdo, sob o qual palpita o coração, e na garganta, enquanto ela invocava o
Senhor e perdoava seu assassino.
Era o dia 26 de julho de 1486. Após a
morte de Camila, Batista teve a desfaçatez de tentar fugir, mas devido à sua
vinculação com aquela região e aos seus antecedentes, foi imediatamente
descoberto e objeto da indignação da sociedade, embora não haja registros sobre
qual foi o seu castigo.
O corpo de Camila foi enterrado na Igreja
de Santa Maria dal Mercato (atual Igreja de São Domingos) que era onde a
família Gentili tinha seu mausoléu. Atualmente seu túmulo continua sendo
destino de peregrinos que pedem graças e sua intercessão. Foi muito devoto dela
o Cardeal de Bolonha, Próspero Lambertini, depois papa Bento XV.
Em 15 de janeiro de 1841 Gregório XVI a
proclamou beata e estabeleceu sua festa para o 27 de julho, dia posterior ao de
seu assassinato.
Martirológio
Romano: Em Septémpeda (atual San Severino, Marche), no Piceno, Beata Camila
Gentili, martirizada por seu próprio esposo (séc. XIV/XV).
Etimologia:
Camilo, -a, do etrusco/latim Camillus: “liberto que servia os
sacerdotes no sacrifício; menino nobre deste mister”. Muito contribuiu para a
difusão deste nome a figura da virgem guerreira Camila mencionada por Virgílio na
obra Eneida.
Fontes:
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