segunda-feira, 9 de julho de 2018

Santa Glicéria, Mártir em Eracleia – 8 de julho

   
  Delehaye, em seu estudo sobre os santos da Trácia e Mesia, concentrou-se especialmente na figura de Glicéria cujo culto é particularmente atestado. Várias hagiografias a mencionam.
     Em 591, os imperadores Maurício e Heráclio visitaram o templo de Glicéria em Eracleia. Uma tradição local, além disso, afirma que no século VIII as relíquias da santa foram transportadas para Lemnos, mas sua cabeça conservada em um relicário permaneceu na igreja de São Jorge naquela cidade.
     Mas, se o culto dedicado à Glicéria é certo, sua vida é muito incerta. Segundo afirma uma “Vida” grega, no primeiro ano em que o imperador Antonino foi empossado e sob o prefeito Sabino, em Traianópolis, Glicéria, cujo pai fora cônsul três vezes e era um bom cristão, dedicava-se a confirmar os fiéis em sua fé. Por ocasião de uma festa pagã, ela entrou no templo dos ídolos e os derrubou fazendo apenas um Sinal da Cruz. Ela foi condenada ao apedrejamento, mas a tortura ficou sem efeito; aprisionada, submetida a vários tormentos, era continuamente protegida por um anjo. Como o prefeito tinha que se mudar de Traianópolis para Eracleia, ele obrigou Glicéria a acompanhá-lo. Advertido não se sabe como do fato, o Bispo Dionísio e os fiéis vão ao seu encontro e a recebem com solenidade. Mas tal recepção é logo seguida por um novo julgamento que condena Glicéria à fogueira. Tempo perdido porque o fogo se apaga graças a uma onda milagrosa.
     Glicéria é colocada de volta na prisão e submetida a outra série de tormentos, mas é sempre assistida por um anjo; também consegue a conversão de seu carrasco, que morrerá decapitado. Condenada às feras, uma leoa corre em sua direção, mas gentilmente a roça. Finalmente, após Glicéria rogar com premente oração que não lhe fosse recusado o martírio, uma segunda leoa com um leve golpe de dente lhe dá a morte. O juiz não sobrevive ao martírio e morre em condições tristes, enquanto o Bispo Dionísio, depois de ter obtido o corpo de Glicéria, o enterra perto da cidade.
     A partir deste breve resumo, fica claro que essa “Vida” não é senão um tecido de lugares comuns que podem ser encontrados nas Acta Martyrum. Era necessário intensificar o culto de Glicéria em Eracleia e, portanto, um hagiógrafo de profissão, usando dados históricos escassos, compôs uma “Passio” que ele queria digno de sua heroína.
     Os sinassários bizantinos comemoram Glicéria em 13 de maio, data em que também a mencionava o Martirológio Romano. Por seu turno, o Martirológio Jeronimiano a comemora em 8 de julho.

Fonte: www.santiebeati.it/

Etimologia: Glicério (a), do latim Glycerius, do grego glykerós: “doce, amável”.

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