Santa Amalberga, patrona de Temse,
Bélgica, era, como sua homônima, da alta nobreza e destinada a possuir bens consideráveis,
não somente na região das Ardennes, onde ela nasceu, mas também nas mais
distantes regiões do país.
Seu nome vinha de uma tradição antiquíssima entre os Ostrogodos, tanto
que a sua dinastia era apontada como a dos “Amali”. O nome atualmente
desapareceu e em seu lugar é conhecido na forma abreviada de Amália.
Há três Santas com o nome Amalberga, dentre as quais duas foram
contemporâneas e são festejadas no mesmo dia, 10 de julho, a virgem Amalberga
de Temse e Santa Amalberga de Maubeuge.
Segundo uma Vita escrita pelo monge
Goscelin de Canterbury, do Mosteiro de São Pedro de Gand, Santa Amalberga nasceu
nas Ardennes, na cidade de Rodingi (Bélgica), e foi educada no Convento de Munsterbilzen
por Santa Landrada, onde recebeu uma formação profundamente religiosa que a fez
afastar-se do mundo e receber o véu monacal pelas mãos de São Vilibrordo.
Entretanto, um grande senhor, que se acredita ter sido Carlos Martel,
pediu sua mão em casamento, mas ela recusou. E apesar de suas insistentes
solicitações, ela se manteve fiel à sua consagração a Deus e se refugiou na igreja,
prostrando-se diante do altar. A tentativa de Carlos de levantá-la foi inútil e
resultou que o braço dela quebrou-se sem que ele atingisse seu objetivo.
A tentativa deste rei custou-lhe uma doença que foi curada graças ao
perdão e as orações de Amalberga. Ela havia se doado ao Rei dos reis, e queria
ser fiel a Ele apesar das magnificências reais que Carlos poderia lhe oferecer.
Nem o prestígio desta terra, nem todo o ouro pode superar a lealdade dela. A
perseguição do rei obrigou-a a se refugiar em domínios longínquos, inicialmente
em Materen, próximo de Audenarde (Flandre Oriental) e em seguida em Temse (*).
Santa Amalberga faleceu rica em virtudes em Temse, cidade que a honra
como sua patrona. Um século depois de sua morte, as suas relíquias foram
transladadas de São Pedro do Monte Blandino para Gand, e foram ali expostas
solenemente em 1073. Um documento escrito por Carlos o Calvo (823-877), datado
de 1º de abril de 870, atesta que de fato as relíquias de Santa Amalberga,
virgem, eram conservadas naquele Mosteiro.
Foram atribuídos a ela numerosos milagres, entre os quais o de ter
atravessado um rio sobre um enorme peixe (fato que é representado nas suas
imagens). Segundo outra antiga legenda, o barco que transportava suas relíquias
do Mosteiro de São Pedro do Monte Blandino para Gand, sob Baldwin Braço de
Ferro, foi escoltado por uma multidão de esturjões, de onde viria o uso de um
peixe nas suas representações.
Santa Amalberga é particularmente venerada em Temse, Gand, Munsterbilzen
e em outras localidades do Flandres. Ela é comemorada no
dia 10 de julho.
(*) Temse, cidade belga de cerca de 27
mil habitantes, é conhecida por ter sido cristianizada por Santa Amalberga. A
igreja gótica de Nossa Senhora foi construída em 1645, sobre as fundações da
capela de Santa Amalberga do ano de 770. Desde o século XIII havia uma
peregrinação dedicada aquela Santa que atraia peregrinos a Temse. Dentro da
igreja foi erguido um túmulo para esta Santa em 1841.
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