As Escrituras contam que em seus poucos momentos de
descanso Jesus procurava a casa de amigos em Betânia, local muito agradável há cerca
de apenas quatro quilômetros de Jerusalém. Marta, Lázaro e Maria, três irmãos
provavelmente filhos de Simão, o leproso, eram os seus solícitos hospedeiros. Poucas,
mas importantíssimas são as referências a Santa Marta nas Sagradas Escrituras.
É muito conhecido o episódio da primeira
visita de Jesus a sua casa. Marta era a mais velha dos irmãos. Jesus conversava
com eles e Maria estava aos seus pés ouvindo sua pregação. Marta, trabalhadora
e responsável, se queixou da atitude da irmã, que nada fazia, apenas ouvindo o
Mestre.
Ela se queixa que Maria, “sentada aos pés
do Senhor, escutava a sua palavra”, em vez de preparar a comida: “Senhor, não
se Te dá que a minha irmã me deixe só a servir? Diz-lhe que me venha ajudar”.
“Marta, Marta, respondeu Ele, andas inquieta e perturbada com muitas coisas;
uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que lhe não será tirada”.
(Lc. 10, 40-41).
Os estudiosos das Escrituras veem nestas palavras do Divino Salvador um
ensinamento dEle quanto à precedência da vida contemplativa à vida ativa.
Quando da ressurreição de Lázaro, é ela quem mais fala com
Jesus naquele momento tão comovente, que inclusive arrancou lágrimas do
Salvador. Marta diz a Jesus: "Senhor, se tivesses estado aqui, o meu irmão
não teria morrido. Mas mesmo agora, eu sei que tudo o que pedires a Deus, Deus
dará". Jesus,
que ressuscitaria Lázaro em seguida, responde: «Eu sou a Ressurreição e a Vida;
quem crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá» (Jo 11,21-25).
A segunda resposta do Salvador como que suprime em nós o medo da morte e
satisfaz todas as aspirações do nosso coração. E o milagre de reviver Lázaro, já morto e sepultado, solicitado com tamanha
simplicidade por Marta, exemplifica a plena fé na omnipotência do Senhor.
Outra passagem é a ceia de Betânia, com a
presença de Lázaro ressuscitado, uma pré-figura da última ceia, pois ali Marta
serve a mesa e Maria lava os pés de Jesus, gesto que Ele vai imitar em seu
último encontro com os doze apóstolos na noite em que Ele instituiu a Sagrada
Eucaristia e em que seria aprisionado.
A devoção a Santa Marta nasceu na época
das Cruzadas, na França, quando nela principiou a divulgar-se que toda a
família da Betânia tinha vindo terminar os seus dias na Provença, Santa Marta
mais precisamente na cidade de Tarascon, onde lhe foi atribuído estrangular a
Tarasca, dragão fêmea que devorava os animais domésticos e as crianças. Foi o
que levou os Tarasconenses de então a procurar as relíquias dela. E, julgando
tê-las encontrado (1187), construíram uma igreja para guardá-las (1197) e
tomaram a benfeitora dos seus antepassados como padroeira.
Santa Marta é patrona das donas-de-casa e das cozinheiras.
Os primeiros a dedicarem uma festa litúrgica a Santa
Marta foram os frades franciscanos, em 1262, e escolheram o dia 29 de julho
para sua celebração, dia que ainda hoje é guardado pela Santa Igreja em sua
honra.
O romance "Neiva, eis Seu Presente!" É uma homenagem a Santa Marta. Editado pelaa Chiado Books de Portugal.
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