Aos 15 anos,
ingressou na Congregação de Belém, instituição existente
na cidade da Guatemala sob a jurisdição dos padres Betlemitas, fundados por São
Pedro de São José Betancur (1626-1667).
Em 16 de julho,
recebeu o hábito das mãos do último padre Betlemita, Frei José de São Martinho,
e adotou o nome de Maria Encarnação do Sagrado Coração.
Insatisfeita com
a vida na Congregação, foi para o convento das “Catarinas”, para logo retornar “à sua Belém”, onde foi
eleita Priora. Imediatamente meteu mãos à obra no intuito de reformá-la, mas
não conseguindo realizar seu intento, decidiu fundar outra instituição onde
seriam vividas as Constituições que ela havia redigido e que o Bispo local já
havia aprovado. Conseguiu realizar sua fundação em Quetzaltenango, sua terra
natal.
Sua vida e obra
eram dedicadas a conservar o carisma do fundador da Congregação Betlemita, Santo
Hermano Pedro de Betancur, “À luz da Encarnação, da Natividade e da Morte do
Redentor”. A Congregação
vivia o espírito de reparação das Dores do Sagrado Coração de Jesus, dedicando
o dia 25 de cada mês à adoração reparadora.
A ânsia pela
glória de Deus e salvação dos homens levava Madre Encarnação a “servir com
solicitude ao irmão necessitado” e a “impulsionar a educação infantil e
da juventude nos colégios, escolas e lares para meninas pobres”, bem como a
“dedicar-se a outras obras de promoção e assistência social”.
Em 1855, a
reformadora da Ordem Betlemita iniciou formalmente seu trabalho fundando em
Quetzaltenango dois colégios, mas sua obra foi interrompida com o início da
perseguição política imposta pelo governo de Justo Rufino Barrios (1873-85), o
qual expulsou do país várias ordens religiosas.
Com o objetivo
de continuar seu trabalho evangelizador, Madre Encarnação chegou à Costa Rica
em 1877. Ali fundou o primeiro colégio para mulheres em Cartago, a 23 k desta
capital, onde se encontra a Basílica da Rainha dos Anjos, Padroeira da Costa
Rica.
Em 1886, Madre
Encarnação fundou um orfanato-asilo em San José. Todavia, novamente precisou
abandonar o país quando outro governo assumiu o poder, expulsando as ordens
religiosas e impondo a educação laica. Madre Encarnação também fundou casas na
Colômbia e no Equador, sofrendo o desterro que lhe impunham as autoridades
Guatemaltecas.
Assim que
precisou abandonar a Costa Rica, Madre Encarnação instalou-se na Colômbia. Na
cidade de Pasto fundou outro lar para meninas pobres e desamparadas. Ela é
considerada como uma das pioneiras da formação integral da mulher no continente
latino-americano.
A incansável
peregrina estabeleceu posteriormente a Ordem Betlemita no Equador, em Tulcán e
Otavalo. Madre Maria Encarnação morreu em 24 de agosto de 1886 após cair do
cavalo que a transportava de Tulcán até o Santuário de Las Lajas, em Otavalo.
Seu corpo foi transladado à cidade de Pasto, onde se conserva incorrupto. Seu
instituto trabalha atualmente em 13 países.
A causa de sua
beatificação foi introduzida em 23 de abril de 1976. O Decreto de aprovação do milagre
foi firmado em 17 de dezembro de 1996. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II
em 4 de maio de 1997, na Praça de São Pedro, em Roma.
Atualmente, sua
obra está presente na Itália, África, Índia, Espanha, Venezuela, Equador,
Estados Unidos, Costa Rica, El Salvador, Nicarágua, Panamá e Guatemala. A Casa-Mãe
situa-se em Bogotá, na Colômbia.
Tradução e
Adaptação: Gisèle
Pimentel gisele.pimentel@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário