Logo conheceu a pobreza e, com 16 anos, começou a trabalhar como
empregada na cozinha dos Viscondes de la Choue para ajudar no sustento da
família. A viscondessa era uma piedosa católica que Joana acompanhava em suas
visitas aos doentes e aos pobres. Joana era sensível à miséria dos idosos que
encontrava nas ruas, dividindo com eles seu salário, o pão e o tempo de que
dispunha.
Aos dezoito anos de idade recusou uma proposta matrimonial de um jovem
marinheiro, sinalizando: “Deus me quer
para Ele”. Aos vinte e cinco anos deixou sua cidade para ser enfermeira no
Hospital Santo Estevão. Nesse meio tempo ingressou na Ordem Terceira fundada
por São João Eudes.
Ela trabalhava muito neste emprego, mas seis anos depois, em 1823, ela
deixou o hospital e foi trabalhar como cuidadora de uma senhora de 72 anos de
idade, a Srta. Francisca Aubert Lecog, mais como amiga do que enfermeira, onde
ficou por doze anos.
Em 1837, elas alugaram parte de uma pequena propriedade e a elas de
juntou Virginia Tredaniel, uma órfã de 17 anos. Durante este período, as três
mulheres formaram uma comunidade católica de oração e começaram a ensinar o
catecismo para as crianças e a cuidar de pobres e outros necessitados, até o
falecimento da Srta. Lecog.
Joana trouxe uma viúva cega, Ana Chauvin, para viver com elas e
inclusive permitiu que a mulher dormisse em sua cama. Este ato de caridade,
aprovado por suas amigas, levou Joana a focar sua atenção na missão de
assistência às mulheres idosas abandonadas.
Sozinha Joana iniciou sua campanha junto à população para recolher
auxílios, tarefa que cumprirá até a morte. Mas logo sensibilizou uma rica
comerciante e com essa ajuda conseguiu comprar um antigo convento. Ele se
tornou a casa mãe da nascente Congregação das Irmãzinhas dos Pobres, sob a
assistência da Ordem Hospedeira de São João de Deus.
Joana escreveu uma regra simples para esta nova instituição de mulheres;
elas devem ir diariamente de porta em porta pedir alimento, roupas e dinheiro
para as mulheres sob seus cuidados. Esta era a missão de Joana, e ela a
desempenhou pelas próximas quatro décadas.
Ao receber o hábito de religiosa, tomou o nome de Joana Maria da Cruz.
Adotando o voto de hospitalidade, imprimiu sua própria vocação: “a doação como apostolado de caridade para
com quem sofre por causa da idade, da pobreza, da solidão e outras
dificuldades”.
A Congregação rapidamente se estendeu por vários países da Europa. Em
1847, a pedido de Leo Dupont (conhecido como o Santo Homem de Tours), ela
estabeleceu uma casa em Tours. Ela trabalhou com as autoridades religiosas e
civis buscando ajuda para os pobres.
Quando Joana Jugan morreu na França, em 29
de agosto de 1879, na casa mãe de Pern, França, as Irmãzinhas eram quase duas
mil e quinhentas, com cento e setenta e sete casas em dez países. Ela foi
sepultada naquela casa de Pern.
Naquele ano, Leão XIII aprovou as Constituições da Congregação. Em
setembro de 1885, a Congregação chegou à América do Sul e fez sua primeira
fundação em Valparaiso, Chile, que logo foi destruída por um terremoto e
reconstruída em Viña Del Mar. Hoje são quase duzentas casas em trinta e um países
na Europa, América, África, Ásia e Oceania.
Madre Joana Maria da Cruz, que “soube
intuir as necessidades mais profundas dos anciãos e entregou sua vida à seu
serviço”, foi beatificada em 3 de outubro de 1982 e canonizada em 11 de
outubro de 2009.
Hoje os peregrinos podem visitar a casa onde ela nasceu em Cancale, a
Casa da Cruz em Saint-Servan, e a casa mãe onde ela viveu os últimos 23 anos de
sua vida, em La Tour Saint Joseph, em Saint-Pern.
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