Margarida era católica, e soube que haviam
prendido o sacerdote Guilherme Watson, que estava encarcerado e submetido a
contínuos sofrimentos. Estava em curso a perseguição da sanguinária Isabel I contra
os católicos, e a tortura era uma prática usual. Margarida decidiu visitá-lo
repetidas vezes, para ajudá-lo e confortá-lo.
Watson, que escreveu a obra conhecida como
"Quodlibets", já tinha estado preso uma primeira vez, porém logo, em
um momento de debilidade pelas torturas sofridas, tinha consentido participar do
culto protestante, e por isso fora libertado. Porém amargamente arrependido desta
ação, se retratou publicamente e declarou ser católico, e foi novamente preso e
levado para a prisão de Bridewel.
Depois de várias visitas, que suavizaram a
vigilância do carcereiro, Margarida levou uma corda para poder escapar. Na hora
fixada, o barqueiro que se havia comprometido a transportar o sacerdote rio abaixo,
se negou a levar a cabo seu trabalho. Em sua angústia, Margarida confiou seu
problema ao jovem John Roche (ou Neele), que se comprometeu a ajuda-la.
Preparou um bote e trocou de roupa com Watson, que pode fugir. Porém a roupa
traiu John Roche e a corda convenceu o carcereiro que Margarida Ward havia sido
o instrumento da fuga do prisioneiro. Ambos foram detidos.
O Venerável Robert Southwell escreveu ao
Padre Acquaviva, S.J.:
"Foi açoitada
e suspensa pelos punhos, só tocava o solo com as pontas dos dedos de seus pés,
durante tanto tempo, que ficou inválida e paralisada, porém estes sofrimentos
reforçaram em grande medida a gloriosa mártir em sua luta
final".
A dama não só confirmou plenamente tudo
quanto tinha feito, como negou revelar onde o fugitivo estava escondido; não
quis pedir perdão à rainha Isabel, nem aderir ao culto protestante, condições
que lhe eram impostas para obter a liberdade. Ela estava convencida de que não
havia ofendido a soberana, e considerava coisa absolutamente contrária à sua genuína
fé católica o assistir às funções de um culto herético.
Foi julgada e condenada à morte em Newgate
por alta traição. Imolou sua vida pela fé católica que não quis abjurar, e
caminhou para o patíbulo em Tyburn no dia 30 de agosto de 1588.
Ricardo Leigh, sacerdote, e os leigos
Eduardo Shelley, Ricardo Martin, ingleses, e John Roche, irlandês, e Ricardo
Lloyd, galês, foram seus companheiros de martírio. O primeiro por ser sacerdote
e os outros por terem dado hospitalidade a sacerdotes. Todos eles foram
beatificados em 1929 pelo papa Pio XI, e Margarida foi canonizada em 25 de
outubro de 1970 pelo papa Paulo VI entre os 25 mártires da Inglaterra e Gales.
Fontes: www.santiebeati.it;
Burton, Edwin. "Santa Margarida Ward" Enciclopedia Católica.
Vol. 15. N. York: Robert Appleton Company 1912. 4 de febrero
2010
Etimologia:
Margarida = pérola, do grego e latim
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