Inês nasceu em 28 de janeiro de 1268, na aldeia de Graciano, próxima da cidade
de Montepulciano. Era filha de pais riquíssimos, da família dos Segni.
Algumas
das mais conhecidas legendas aconteceram em sua infância, a começar pelo seu
nascimento, quando sua casa foi cercada por muitas luzes. Mal aprendeu a falar
e já ficava pelos cantos recitando orações, procurando lugares silenciosos para
conversar com Deus. Não tinha ainda seis anos quando manifestou aos pais a
vontade de tornar-se religiosa, pois durante uma visita com sua família a
Montepulciano conheceu as “freiras franciscanas do saco”, assim chamadas por
causa do rústico hábito, e desejou ingressar naquele convento.
Como seus pais dissessem que ela era muito jovem, ela implorou que eles
mudassem para Montepulciano de modo que ela pudesse fazer visitas mais
frequentes aquele convento. Por causa da instabilidade política, seu pai estava
com receio de mudar de um lugar seguro, mas permitiu que ela visitasse com mais
frequência as “freiras do saco”.
Em uma dessas visitas um evento levou todos os autores dizerem que teria sido
profético. Inês estava em Montepulciano com sua mãe e com uma mulher da casa,
quando elas passaram por uma colina onde havia um bordel e um bando de corvos,
voando baixo, atacaram a menina. Eles conseguiram arranhá-la antes que as
mulheres pudessem afastá-los. Surpresas com o ataque, mas seguras de si, elas
disseram que o ataque devia ser coisa do demônio que se ressentia da pureza da
pequena Inês a qual um dia os afastaria daquela colina.
Aos nove anos pediu para ser admitida no mosteiro onde foi imediatamente
aceita. Sua formação religiosa foi entregue a experiente Irmã Margarete e Inês
logo surpreendeu a todos pelo seu excepcional progresso. Por 5 anos ela teve
uma paz completa que ela jamais voltaria a ter. Aos 14 anos foi indicada como
auxiliar da tesoureira e nunca mais ficou sem sentir alguma responsabilidade pelos
outros.
Inês alcançou um alto grau de contemplação e foi abençoada com várias visões.
Uma das mais belas foi a da visita da Virgem. Nossa Senhora veio com o Divino
Infante em seus braços e permitiu que Inês O segurasse. Quando a Virgem foi de
novo segurá-Lo ela não O soltou, e assim ela acordou de seu êxtase: a Virgem e
o Menino Jesus haviam partido, mas Inês estava agarrada a um lindo crucifixo de
ouro. Ela passou a usá-lo com uma corrente em seu pescoço e o guardou toda sua
vida como um tesouro precioso.
Em outra ocasião Nossa Senhora deu a ela três pequenas pedras e disse que algum
dia ela deveria construir um convento com elas. A Virgem disse a ela para
guardar as três pedras em honra à Santíssima Trindade.
Algum tempo depois foi aberto em Procena, próximo de Orvieto, um novo convento
Franciscano e as irmãs pediram às freiras de Montepulciano que enviassem uma
superiora. Irmã Margarete foi selecionada, mas estipulou que Inês deveria ir
com ela para ajudar na fundação da nova comunidade. Ali Inês serviu como “dona
de casa” uma grande responsabilidade para uma jovem de 14 anos. Logo muitas
outras jovens entraram para o Convento de Procena atraídas pelo exemplo de
Inês.
Ainda não completara dezesseis anos de idade quando suas companheiras de
convento a elegeram superiora e o papa Nicolau IV referendou essa decisão
incomum. Diz a tradição que o Papa teve uma visão para permitir que ela
ocupasse o cargo.
No dia que ela foi consagrada Abadessa, uma chuva de cruzes bancas flutuava dentro
da capela e em volta das pessoas. Parecia ser uma comemoração celestial a uma
situação bastante extraordinária: uma menina sendo consagrada Abadessa!
Contudo sua atuação no Cristianismo fica bem demonstrada com uma vitória
histórica que muito contribuiu para sua canonização. Inês dizia às religiosas
que um dia transformaria aquele bordel da colina em convento. Partindo dela,
prometer, lutar e conseguir não era surpresa alguma para ninguém. A surpresa
foi ter conseguido ir além do prometido, tanto influenciou as mulheres, que as
pecadoras se converteram e a casa se transformou num convento exemplar na ordem
e na virtude.
Por 20 anos Inês viveu em Procena. Era uma Superiora cuidadosa e às vezes fazia
milagres para aumentar o suprimento de pão quando este era pouco no convento.
Ela orava e a despensa milagrosamente ficava repleta de pães.
A disciplina desta abadessa era legendária. Ela viveu de pão e água por 15
anos. Dormia no chão, com uma pedra como travesseiro. É dito que em suas visões
os anjos lhe traziam a Sagrada Comunhão; quando ela se ajoelhava para orar, os
lírios ou rosas por perto desabrochavam imediatamente.
Quando suas visões ficaram conhecidas, os cidadãos de Montepulciano a chamaram
de volta para uma pequena estadia. Ela foi sem muita vontade, porque não
gostava de deixar sua clausura. Mas logo que chegou ficou sabendo que eles a
haviam chamado para construir um novo convento. Em uma visão foi-lhe dito para
deixar os Franciscanos e que ela seria no futuro uma Dominicana.
Em 1306 Inês retornou a Montepulciano e iniciou a construção do convento no
local do antigo bordel. Tudo o que ela tinha eram as três pedras dadas pela
Virgem Maria e como tinha sido tesoureira, ela conhecia um pouco o que fazer.
Após uma discussão com os moradores da colina, onde ela queria a fundação, a
terra foi finalmente obtida e o Prior servita colocou a primeira pedra. Inês
terminou a construção do convento e da igreja, a que deu o nome de Santa Maria
Novella, bem antes do tempo normal e com várias aspirantes para o novo
convento.
Inês estava convencida que a nova comunidade precisava ser ancorada em uma
Constituição ou Regras bem estabelecidas para obter de Roma a licença
permanente. Ela explicou que as Regras deveriam ser as Dominicanas. O novo
convento foi aprovado e ela foi indicada como Abadessa e os Dominicanos
concordaram em providenciar os capelães e as diretrizes para a nova comunidade.
Com a idade de 49 anos a saúde da Santa começou a decair rapidamente. Santa
Inês veio a falecer logo depois, em 20 de abril de 1317, e disse às irmãs que
estavam com ela: Vocês descobrirão que eu não as abandonarei. Eu estarei com
vocês para sempre.
Os frades e as irmãs dominicanas queriam embalsamar o corpo de Inês e para
tanto iam enviar pessoas a Genova para comprar bálsamo. Mas, isso não foi
necessário: das mãos e dos pés da Santa pingava um líquido de cheiro doce que
embebia o papel com que cobriram o seu corpo. O eco do milagre fez com que
muitos doentes acorressem desejando ser ungidos pelo óleo milagroso.
São Raimundo de Cápua, o biografo de Santa Inês, relatou que 50 anos após a
morte dela seu corpo ainda estava intacto como se ela tivesse acabado de
morrer, e muitos foram os milagres de cura que tiveram lugar na igreja, atualmente
conhecida como Igreja de Santa Inês. Esses milagres foram registrados por um
notário público, já poucos meses após a morte da Santa.
Ela foi enterrada em Montepulciano e seu túmulo logo se tornou local de
peregrinação. Uma das mais famosas peregrinas a visitar seu Santuário foi Santa
Catarina de Sena que foi venerá-la e também visitar uma sobrinha de nome
Eugênia que era freira no convento. Quando ela se inclinou para beijar os pés
de Inês ficou maravilhada ao ver que ela levantava seu pé suavemente de
encontro aos seus lábios.
Em 1435 seu corpo incorrupto foi levado para um lindo Santuário em uma igreja
Dominicana em Orvieto, onde está até hoje. O Papa São Clemente VIII aprovou um
Oficio para uso na Ordem de São Domingos e inseriu seu nome no Martirológio
Romano.
Ela foi canonizada pelo Papa Bendito XIII
em 1726. É padroeira de Montepulciano.
Fontes: http://alexandrinabalasar.free.fr
Corpo incorrupto de Sta. Inês de Montepulciano |
Este texto apareceu pela 1a. vez neste blog em 19/4/2014
Minha linda princesa do céu, eu te amo, quero ir morar contigo na eternidade.
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