Comemoração dos 385 anos de falecimento
Alma privilegiada que
se dedicou especialmente a amar a Deus e expiar pelos pecados do Equador
A Madre Mariana de Jesus Torres, uma das fundadoras do Mosteiro Real da
Imaculada Conceição de Quito, foi uma grande mística que abraçou o estado da
perfeição evangélica de acordo com os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus
Cristo, levando-o ao grau de heroísmo.
Deus a escolheu para ser a guardiã de uma série de revelações sobre o
século em que viveu e também os séculos futuros e, por sua vez, a exemplo de Nosso
Senhor Jesus Cristo, como vítima expiatório pelos pecados da humanidade
impenitente.
Nascida na Espanha, na província
de Vizcaya, no ano do Senhor de 1593, Mariana sentiu desde muito cedo a vocação
religiosa. Sua vida, a partir dos 13 anos, foi uma comunicação contínua com o
sobrenatural. Com a permissão do Rei Felipe II, ela deixou seu país acompanhando
sua tia, Madre Maria de Jesus Taboada, prima do próprio Rei, e outras religiosas,
a caminho de Quito, a fim de estabelecer o primeiro mosteiro das Américas em honra
à Imaculada Conceição.
Em 13 de janeiro de 1577, foi fundado o Mosteiro Real da Limpa e
Imaculada Conceição de Quito, o primeiro convento de freiras clausuradas no
Equador e o primeiro dos Conceptas na América Latina. A menina Mariana Torres
não professou os votos nesta cerimônia por ter apenas 13 anos, ela o faria dois
anos depois, aos 15 anos, recebendo o nome de Mariana de Jesus.
Neste recinto abençoado, nos 58 anos subsequentes, desenrolou-se a longa
Via Crucis desta grande religiosa, formada à sombra da Cruz e transformada em
vítima da justiça divina.
A vida da Madre Mariana esteve cheia de grandes sofrimentos e penitências,
mas, por sua vez, de muitos consolos divinos que a sustentavam e a faziam se
entregar ainda mais ao seu esposo místico Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ele mesmo a escolheria para ser portadora das mensagens e profecias de
sua Mãe Santíssima em sua Invocação do Bom Sucesso, confortadora invocação que
seria "a sustentação e a salvaguarda da Fé diante da corrupção total dos
séculos XX e XXI".
Entre os pontos mais relevantes da história
desta heroica religiosa ressaltam fatos extraordinários que demonstram a vida
de santidade que ela levava, como suas três mortes e duas ressurreições; os
cinco anos no inferno em vida que teve que padecer para salvar a alma de sua maior
perseguidora dentro do convento, chamada nas revelações como “a Capitã”; o “chá
de anis do país” que ela fazia com suas próprias mãos e que distribuía aos
doentes de corpo e de alma, os quais se o tomassem com Fé ficavam curados de
todas suas aflições e enfermidades; e o milagre que ainda perdura no convento
da Imaculado Conceição: seu corpo incorrupto que repousa em uma bela urna para
a veneração dos fiéis.
Milagres extraordinários que nos falam de uma realidade que muitas vezes
passa despercebida ao longo do frenesi em que o cotidiano do homem moderno se
desenvolve, que fala diretamente à alma e a tira do materialismo prático em que
as mentalidades estão imbuídas e as leva ao propósito final para o qual o ser
humano foi criado: conhecer, amar e servir a Deus nesta terra e dar-lhe glória
por toda a eternidade. Termos a certeza absoluta de que estamos em um vale de
lágrimas e que nosso belo objetivo é o céu e para alcançá-lo temos que fazer
nossas as palavras de São Paulo: "Combati o bom combate, terminei a
corrida, guardei a Fé. Desde agora a coroa da justiça me está reservada, a qual
o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia" (2 Tim. 4: 7-8).
É assim que o grande ideal da vida do cristão é delineado: alcançar a santidade.
Por isso, peçamos à Madre Mariana de Jesus Torres especialmente hoje, 16 de
janeiro, ao comemorarmos 385 anos de sua partida para o céu, que por sua
intersecção ela nos obtenha a graça, diante daquela que é Mãe da Misericórdia, de
alcançar a santidade na Terra e de desfrutar das bem-aventuranças eternas.
"Sou
Maria do Bom Sucesso, Rainha do Céu e da Terra"
Foi a 2 de fevereiro de 1594 que a
Santíssima Virgem apareceu pela primeira vez à Madre Mariana, então Priora das
Concepcionistas na capital equatoriana. Comemora-se, pois, a 2 de fevereiro a
festa litúrgica dessa admirável invocação mariana.
Madre Mariana, com a fronte em terra, com
lágrimas e suspiros, suplicava à Divina Majestade remédio para os muitos males
que afligiam aquela colônia e seu convento.
Ouviu então uma voz celestial que a
chamava pelo nome. Viu à sua frente Nossa Senhora refulgindo em meio a imensa
claridade. Trazia o Menino Jesus no braço esquerdo, e um báculo de ouro na mão
direita.
- "Sou Maria do Bom Sucesso, Rainha
dos Céus e da Terra", declarou-lhe a Mãe de Deus. "Tuas orações,
lágrimas e penitências são muito agradáveis a nosso Pai celestial. Quero que
fortaleças teu coração e que o sofrimento não te abata. Tua vida será longa
para glória de Deus e de sua Mãe, que te fala. Meu Filho Santíssimo te
presenteia com a dor em todas as suas formas. E, para infundir-te o valor que
necessitas, toma-O de meus braços nos teus".
Ao tomar o Menino Jesus nos braços, Madre
Mariana sentiu um desejo maior de sofrer e de se consumir como vítima para
aplacar a Justiça Divina, se possível, até o fim do mundo.
Na seguinte aparição, em 16 de janeiro de
1599, Nossa Senhora deu-lhe conhecimento de vários fatos futuros. E declarou a
Madre Mariana de Jesus:
- "É vontade de meu Filho Santíssimo
que tu mandes executar uma estátua minha tal qual me vês, e a coloques sobre a
cátedra da Priora para que daí governe meu Mosteiro. Que os mortais entendam
que Eu sou poderosa para aplacar a Justiça Divina e alcançar piedade e perdão a
toda alma pecadora que a mim recorra com coração contrito. Porque eu sou a Mãe
de Misericórdia, e em mim não há senão bondade e amor".
Foi somente em 5 de fevereiro de 1610 que
um escultor foi chamado para atender ao pedido de Nossa Senhora. Francisco del
Castilho, espanhol de nobre linhagem, vivia santamente em Quito com a esposa e
três filhos. Recebeu a encomenda como uma graça do Céu. E a 9 de janeiro
seguinte declarou que a imagem estava praticamente pronta. Faltava a última
demão de pintura. Ele iria procurar as melhores tintas existentes na Colônia, e
voltaria no dia 16 para concluir o trabalho.
Na madrugada desse dia, quando as
religiosas se dirigiram ao Coro para rezar o Ofício, encontraram-no todo
iluminado por luz sobrenatural, e ouviram vozes angélicas que cantavam o
"Salve Sancta Parens".
Da Imagem inacabada saíam raios vivíssimos.
A pintura-base aplicada por Del Castilho caía ao solo junto com aparas de
madeira, os traços da Imagem tornavam-se mais suaves e sua fisionomia mais
celeste. Mas somente Madre Mariana via que, como pedira, São Francisco e os
três Arcanjos refaziam a Imagem.
Francisco del Castilho não se limitou a
dizer que a Imagem não era obra sua, mas de Anjos. Lavrou um documento no qual
repetia tal afirmação sob juramento, declarando ainda que a encontrara
terminada de maneira diferente da que deixara. Entregou o documento às
religiosas para perpetuar a prova do milagre.
- "É vontade de Deus reservar esta
invocação e tua vida", disse Nossa Senhora em outra ocasião, "para
aquele século, quando a corrupção de costumes será quase geral e a luz preciosa
da Fé estará quase extinta" (II, 193) (2).
E em uma aparição de Nossa Senhora a 8 de dezembro
de 1634, a Rainha do Céu e da Terra assim profetizou a Madre Mariana: "O
meu culto sob a consoladora invocação do Bom Sucesso ... será a sustentação e
salvaguarda da Fé na quase total corrupção do século XX" (II, 190).
Profecias
já realizadas
No caso de Madre Mariana de Jesus
Torres, é historicamente comprovado que a maior parte das revelações que Nossa
Senhora lhe fez se cumpriram. E com tanta exatidão, que não seria prudente pôr
em dúvida o que ainda está por se realizar.
--
Independência do Equador
-- "Presidente verdadeiramente
cristão" que receberá a palma do martírio - A Virgem profetiza a vinda
do heroico Presidente equatoriano Garcia Moreno e de seu martírio.
-- Proclamação dos dogmas da Imaculada
Conceição e da Assunção de Nossa Senhora - Na aparição de 2 de fevereiro de
1634, Nossa Senhora do Bom Sucesso entregou o Menino Jesus a Madre Mariana.
Este revelou-lhe: "O dogma de fé da Imaculada Conceição de Minha Mãe será
proclamado quando mais combatida estiver a Igreja e encontrar-se cativo meu
Vigário. Do mesmo modo [será proclamado] o Dogma de fé do Trânsito e Assunção
em corpo e alma aos Céus de minha Mãe Santíssima" (II, 87).
-- O Santo Cura d'Ars - Em 8 de
dezembro de 1634, ao falar da decadência do Clero no século XX, Nossa Senhora
anunciou também a presença do Cura D'Ars nestes termos: "Os sacerdotes, a
partir do século XIX, deverão amar com toda a alma João Maria Vianney, um servo
meu que a Bondade Divina prepara para com ele agraciar aqueles séculos como
modelo exemplar do sacerdote abnegado" (II, 191).
-- Canonização de Madre Beatriz Silva
--
Profecias que se estão cumprindo ou por se cumprir
Para indicar o agente da crise tão catastrófica
que descreve em suas profecias sobre os séculos XIX e XX, Nossa Senhora do Bom
Sucesso se refere às heresias em geral e às seitas, ou simplesmente à seita.
Essas heresias ou seitas teriam poder para estender suas garras desde o recinto
sagrado do Templo até o lar, influenciando perniciosamente todos os campos da
atividade humana.
-- Libertinagem, impureza, corrupção das
mulheres e crianças
-- A virgindade praticamente desaparecerá
--
Porta aberta para o divórcio, concubinato, filhos ilegítimos, educação laica...
--
Dar-se-á pouco valor à Extrema-Unção
-- A
Sagrada Eucaristia será profanada e calcada aos pés
Noutra aparição Nossa Senhora também fala
do triunfo da Igreja, e menciona um filho eleito. Mas não se refere a um
Prelado, como também não diz se é a mesma pessoa. O que é certo é que ele
surgirá quando o mal parecer triunfante e "a autoridade" prevaricar.
"Mas quando parecerem triunfantes e
quando a autoridade abusar de seu poder cometendo injustiças e oprimindo os
débeis, próxima está sua ruína, cairão por terra estatelados. E a Igreja, qual
terna menina, ressurgirá alegre e triunfante, e adormecerá brandamente,
embalada em mãos de hábil coração maternal do meu filho eleito, muito
querido, daqueles tempos. Fá-lo-emos grande na Terra e muito maior no Céu, onde
lhe temos reservado um assento muito precioso. Porque, sem temor dos homens,
combateu pela verdade e defendeu impertérrito os direitos de sua Igreja, pelo
que bem o poderão chamar mártir".
Fontes:
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