sábado, 5 de fevereiro de 2011

Santa Valburga, Abadessa de Heidenheim – Festa 25 de fevereiro


"Deus te ungiu com o óleo da alegria" (Salmo 54,8)

     Santa Valburga foi uma das mais populares santas da Idade Média. Ela nasceu na Inglaterra. Seu pai, Ricardo, possuía um castelo em Dorsetshire; sua mãe, Viana, era piedosa e mãe extremosa. Ambos são venerados como santos pela Igreja. O casal teve três filhos: Vilibaldo, Vinibaldo e Valburga.
     Vilibaldo foi educado na Abadia de Waltham, perto de Winchester. Vinibaldo, de temperamento menos ativo e mais contemplativo, foi educado em casa. Quando tinha seis anos de idade, nasceu-lhe uma irmã que foi batizada com o nome de Valburga, equivalente no grego a Eucheria, que significa “graciosa”. Muito cedo perderam a mãe e uma amizade muito profunda ligou os dois irmãos.
     Em 721, Vilibaldo, então com cerca de vinte anos, manifestou o desejo de visitar a Terra Santa. Deixou a abadia com a licença de seu superior e voltou para Dorsetshire para persuadir o irmão a acompanhá-lo na viagem. Ricardo estava enfermo e Vinibaldo não queria deixá-lo só. Sequer mencionou ao pai os planos do irmão mais velho. Mas, este revelou seu plano e tão eloqüente foi, que o pai resolveu acompanhar os filhos na peregrinação.
     Valburga tinha então 11 anos apenas. Ela sabia, contudo, que as peregrinações, muitos freqüentes entre os saxões, exigiam muito dos viajantes que enfrentavam dificuldades e perigos; muitos meses se haviam de passar antes que fosse possível receber noticias dos peregrinos; o seu pai era velho, talvez não resistisse aos rigores da penosa e longa peregrinação... Todavia, nada fez para dissuadir seu pai de tão santa decisão.
     A Rainha Cuthberga fundara recentemente em Dorsetshire a Abadia de Wimbourne. Esposa do Rei Alfredo, a rainha sentira um chamado para uma dedicação total a Deus e obtivera licença do esposo para se tornar monja. O magnífico mosteiro duplo de Wimbourne tornou-se logo célebre pela santidade de seus habitantes e austeridade da sua disciplina.
     Ricardo resolveu levar a pequena Valburga para esta grande abadia, para que dela cuidassem as monjas enquanto ele se ausentava. Ao se despedir de seu pai, Valburga não imaginava que não o tornaria a ver: o santo homem faleceu na Itália, sendo sepultado pelos dois filhos em Lucca.
     Enquanto seus irmãos abraçavam a vida monástica em Roma, Valburga adotou também o estado religioso, passando vinte e seis anos em Wimbourne.
     Destes vinte e seis anos pouco se sabe, mas, tendo em vista que o nível intelectual das monjas daquele mosteiro era muito elevado, pois escreviam com fluência o latim e o grego, e com facilidade citavam os clássicos, sendo notáveis suas iluminuras e transcrições de Missas, Sagradas Escrituras, etc., além de bordados em fio de ouro e prata, presume-se que Valburga recebeu sólida instrução e aperfeiçoou-se em todos estes trabalhos.
     Aconteceu então que São Bonifácio, tio de Valburga, o grande apóstolo da Alemanha, foi a Roma pedir ajuda para o seu trabalho missionário naquela região. O Papa instou Vilibaldo e Vinibaldo a acompanharem o dedicado tio.
     Mais tarde, por meio de uma carta dirigida a Lioba, sua prima, e a Valburga, sua sobrinha, São Bonifácio convidou-as a fundar um mosteiro em sua diocese, para mostrar às mulheres daquela região o exemplo das virgens cristãs. Após breves preparativos Santa Lioba e Santa Valburga, com algumas companheiras, deixaram sua terra natal para devotar suas vidas à conversão da Alemanha.
     Durante a viagem da Inglaterra para a Alemanha as monjas enfrentaram uma tempestade que obrigou os marinheiros a se desfazerem da carga. Valburga implorou a Deus e, sobrevindo repentina calma, os viajantes desembarcaram sãos e salvos em Antuérpia. Na mais antiga igreja desta cidade há uma gruta onde Santa Valburga costumava rezar enquanto esperava para reiniciarem a viagem. Ela é muito venerada naquela cidade desde sua permanência ali.
     Vilibaldo fundou o Mosteiro de “Eihstat”, que se tornaria mais tarde a Diocese de Eichstätt. Valburga tornou-se abadessa de um mosteiro beneditino feminino em Heidenheim - morada dos pagãos, em alemão - local onde já se instalara seu irmão Vinibaldo com seus monges. Em breve o significado desse nome perderia o sentido, pois os dois mosteiros converteram gradualmente a aridez espiritual e material da região, e os campos deram abundantes colheitas.
     À morte de seu irmão, Valburga assumiu a direção do mosteiro masculino que ele dirigira. Ela era muito respeitada e amada ainda em vida. Sua vida de profunda oração, sua caridade e coragem, bem como os milagres que ela realizava, tornaram-na venerada pelo povo que vivia à sombra dos mosteiros dirigidos por ela.
     Nos últimos anos, conforme relata o monge Wolfhard que escreveu sua vida mais ou menos cem anos depois de sua morte, ela "confirmada no santo amor de Deus, tendo vencido o mundo e todos os seus atrativos, repleta de fé, saturada de caridade com os adornos da sabedoria e a jóia da castidade, notável pela benevolência e humildade, foi receber o galardão que devia coroar tantas virtudes".
     Santa Valburga foi assistida por seu irmão São Vilibaldo em seus últimos momentos, tendo ele lhe administrado os Sacramentos. Ela faleceu em 25 de fevereiro de 779 e foi sepultada ao lado do irmão Vinibaldo. Cem anos depois, o Bispo Otkar de Eichstätt, resolveu restaurar a igreja e o mosteiro de Heidenheim, e exumou o corpo de Santa Valburga que foi encontrado incorrupto e coberto por um fluido precioso, qual puríssimo óleo. O corpo foi transladado para a Catedral de Eichstätt, e milagrosas curas se operaram durante o trajeto da preciosa relíquia.
     Há mais de mil anos esta misteriosa umidade oleosa, que é coletada das relíquias de Santa Valburga pelas monjas, vem operando milagrosas curas. Os documentos mais antigos que relatam os milagres atribuídos ao óleo foram escritos entre 893 e 900.
     Este óleo tornou-se conhecido como "óleo de Santa Valburga" e vem sendo um sinal de sua contínua intercessão. O óleo é colocado pelas religiosas em pequenas ampolas de vidro que são dadas aos peregrinos. Curas atribuídas à intercessão de Santa Valburga acontecem até os nossos dias.


    No século XVI, a terra natal de Santa Valburga, Inglaterra, separou-se da Igreja Católica após séculos de fidelidade a Roma. Naquele século, muitos católicos foram martirizados por não aceitarem a nova igreja fundada pelo rei Henrique VIII, que se auto-proclamou chefe da Igreja Anglicana. Depois dele, os reis da Inglaterra sempre exerceram aquele cargo até os dias de hoje.
     Neste início do século XXI, entretanto, uma onda de conversões de anglicanos percorreu todo o Reino Unido (Inglaterra e suas ex-colônias). A notícia abaixo aponta para este auspicioso fato.

Mais bispos anglicanos declaram intenção de entrar para a Igreja Católica
09-11-2010 por  GaudiumPress
     Um ano após o anúncio da criação dos Ordinariatos específicos, que compõem a base da constituição apostólica "Anglicanorum Coetibus" para que religiosos ex-anglicanos que desejem pertencer à Igreja Católica, cinco bispos anglicanos declararam na Inglaterra vontade de estar sob a jurisdição de Roma. (A constituição apostólica "Anglicanorum Coetibus" foi anunciada em 4 de novembro de 2009.)
     O porta-voz vaticano e diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, recorda que tal decisão requer "obrigação de demitirem-se das atuais tarefas pastorais na Igreja da Inglaterra". A criação do primeiro Ordinariato deve acontecer já no próximo ano.
     Os bispos angicanos Andrew Burnham, de Ebbsfleet; Keith Newton, de Richborough; John Broadhurst, de Fulham; Edwin Barnes, bispo assistente de Winchester; e David Silk, bispo assitente de Exeter, são os cinco prelados anglicanos que manifestaram desejo de ingressar na Igreja Católica. [...]
     As razões para a decisão dos bispos são os desenvolvimentos "incompatíveis com a vocação histórica do Anglicanismo e a tradição da Igreja por quase dois mil anos", que são a ordenação de mulheres e outras iniciativas tidas como "liberais". Trata-se de uma decisão de uma parte do clero anglicano de tradição católica, não protestante, na Inglaterra. [...]

5 comentários:

  1. Olá, Zeni!
    Assim como vc tb me interesso muito pela vida dos santos, fico muito impressionada ao ver como Deus e Sua Mãe Santíssima agiram na vida deles!

    Obrigada por repartir conosco esta sua coleção e hj procurando por Santa Valburga, eis q me deparo com teu blog.

    Que possamos viver sim na Eternidade com tão grandiosas almas.

    Saudações!

    A_Católica

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  2. Cântico do Sol
    Altíssimo, onipotente, bom Senhor, / Teus são o louvor, a glória, a honra / E toda a bênção.

    Só a Ti, Altíssimo, são devidos; / E homem algum é digno / De te mencionar.

    Louvado sejas, meu Senhor, / Com todas as tuas criaturas, / Especialmente o Senhor Irmão Sol, / Que clareia o dia / E com sua luz nos alumia.

    E ele é belo e radiante / Com grande esplendor / De Ti, Altíssimo é a imagem.

    Louvado sejas, meu Senhor, / Pela irmã Lua e as Estrelas, / Que no céu formaste claras / E preciosas e belas.

    Louvado sejas, meu Senhor, / Pelo irmão Vento,
    Pelo ar, ou nublado ou sereno, e todo o tempo
    Pela qual às tuas criaturas dás sustento.

    Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã Água,
    Que é mui útil e humilde
    E preciosa e casta.

    Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão Fogo
    Pelo qual iluminas a noite
    E ele é belo e jucundo, e vigoroso, e forte.

    Louvado sejas, meu Senhor,
    Por nossa irmã a mãe Terra
    Que nos sustenta e governa,
    E produz frutos diversos e coloridas flores e ervas.

    Louvado sejas, meu Senhor,
    Pelos que perdoam por teu amor,
    E suportam enfermidades e tribulações.

    Bem aventurados os que sustentam a paz,
    Que por ti, Altíssimo, serão coroados.

    Louvado sejas, meu Senhor,
    Por nossa irmã a Morte corporal,
    Da qual homem algum pode escapar.

    Ai dos que morrerem em pecado mortal!
    Felizes os que ela achar conformes à tua santíssima vontade,
    Porque a morte segunda não lhes fará mal!

    Louvai e bendizei a meu Senhor,
    E dai-lhe graças,
    E servi-o com grande humildade.
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  3. Bom dia! Não tinha o hábito de ler a vida dos santos do dia, só tinha conhecimento sobre os mais conhecidos, fico admirada a cada dia de conhecer mais sobre estes Santos e Santas que estiveram aqui e deixaram seus rastros de Deus. Santa Valburga me impressionou, pelo que conheço de história, foi uma época muito difícil para uma mulher aprender letras e ainda ser tão dedicada ao Senhor! O que mais mexeu comigo foi sobre o óleo, gostaria muito de poder ter a graça de receber ele, mesmo sabendo da distância, mas sei que hoje tenho mais intimidade com esta Grande mulher e peço que ela interceda por mim ao Senhor! Obrigado por me fazer conhecer algo tão lindo!

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  4. Sra. Inês, Santa Valburga é minha padroeira. Anos atrás consegui uma pequena ampola contendo o óleo, foi-me dada por uma monja beneditina da Abadia de Santa Maria. Não sei se as monjas ainda mantêm a distribuição deste precioso óleo. O site da abadia e o endereço seguem abaixo:
    http://www.abadiadesantamaria.com.br/
    Av. Cel. Sezefredo Fagundes, 4650 - Jardim Tremembé - São Paulo - SP - 02306-005
    Tel: +55 11 2265-5095 | +55 11 2203-8946

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  5. Bom dia como adquirir o óleo de Santa Valburga? e-mail para contato edimar.sousa.pmc@gmail.com

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