terça-feira, 29 de junho de 2021

Santa Erentrudes, Abadessa - 30 de junho


Em Salzburgo, na Baviera, atualmente na Áustria, Santa 
Erentrudes, primeira abadessa do mosteiro de Nonnberg e sobrinha de São Ruperto, a quem ajudou na evangelização com obras e orações. († c. 718)
 
     Erentrudes (ou Erentraud, também conhecida como Erendruda) era originária da região de Worms (Palatinado). Foi chamada pelo Bispo de Juvanum (atual Salzburgo, Áustria), São Ruperto de Salzburgo, seu tio e diretor espiritual, para fundar em Nonnberg um mosteiro de religiosas, do qual veio a ser a primeira abadessa.
     Colaborou com os trabalhos apostólicos do bispo com a oração e cuidando da educação da juventude feminina. Como abadessa introduziu a regularidade monástica, privilegiando a vida de oração, da qual era um exemplo.
     Estando São Ruperto à morte, Erentrudes apareceu debulhada em lágrimas: "Pedi que eu vá convosco", disse-lhe ela. "Que desejais vós que eu venha a ser, quando não estiverdes presente, e me veja destituída do meu pai espiritual?"
     O santo bispo parece ter pedido nesta intenção ao chegar ao Paraíso, porque Erentrudes deixou este mundo poucos dias depois, em 30 de junho de 710.
     Foi São Ruperto quem mudou o nome de Juvanum para Salzburgo (cidade do sal) em recordação das salinas por ele criadas para o bem das suas ovelhas, residentes nas imediações.
     O culto a esta Santa é muito antigo em Salzburgo. Houve transladação de suas relíquias em 1023 e em 1624. Parte da cabeça se conserva em um precioso relicário de 1316; as outras relíquias estão sob o altar do coro do mosteiro; o sarcófago de pedra, vazio, ainda é encontrado na cripta de Santa Erentrudes.
     Em 1924, as relíquias foram examinadas: os ossos revelaram uma estatura pequena e a idade estimada, com base em um dente conservado, foi de cinquenta e cinco anos.
     Santa Erentrudes foi eleita recentemente para ser homenageada com uma medalha comemorativa da Abadia de Nonnberg (5 de abril de 2006). Foi a primeira medalha de uma série “Grandes Abadias da Áustria”. O reverso mostra a cripta dedicada a Santa Erentrudes na Abadia de Nonnberg, com uma imagem da santa.
     Ela é celebrada no dia 30 de junho e a transladação de suas relíquias é comemorada em 4 de setembro.
Abadia de Nonnberg

Postado neste blog em 29 de junho de 2012
 
     Perícope (seções) de Santa Erentrudes. Evangelhos para a missa de acordo com o rito habitual, anterior aos evangelhos capitulares
Descrição
     Este livro, que contém as “lições” ou partes da escritura indicadas para a leitura durante o serviço divino, foi escrito por volta do ano de 1150, provavelmente em Salzburgo, a vila diocesana situada próxima ao que hoje é a fronteira entre a Baviera e a Áustria.
     O manuscrito pertenceu ao convento beneditino de Santa Erentrudes em Nonnberg, fundada por São Ruperto em Salzburgo entre os anos de 711 e 712, onde a sobrinha de Ruperto, Erentrudes, foi a primeira abadessa.
     Com suas 56 miniaturas que representam cenas do Novo Testamento e da vida dos santos, ele contém o mais abrangente ciclo de iluminuras da famosa escola romanesca de pintores de Salzburgo. Suas iluminuras parecem ter sido influenciadas pela obra conhecida como lecionário de Custos Perhtolt (ativo entre 1070 e 1090), hoje preservada na Biblioteca Pierpont Morgan, em Nova York. A escola de Salzburgo desenvolveu um estilo novo e monumental, fundindo as tradições nativa e bizantina de pintura.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Beata Doroteia de Montau, Viúva e reclusa – 25 de junho

     
     A célebre contemplativa Doroteia Swartz de Montau, nasceu em Gross Montau, Prússia (Matowy Wielkie) a oeste de Marienburgo (Malbork) no dia 6 de fevereiro de 1347, e morreu em Marienwerder (*), em 25 de junho de 1394.
   Marienburgo, Marienwerder e Dantzig pertenciam aos cavaleiros teutônicos, então no auge do seu poder. Ela viveu sob a sua jurisdição e foram eles que introduziram o processo de sua canonização em 1404.
   Era filha de um fazendeiro holandês, Willem Swartz. Antigas biografias relatam que desde muito jovem ela mortificava o próprio corpo e recebera os estigmas invisíveis, disfarçando a dor que lhe causavam.
    Com a idade de dezesseis anos se casou com Adalberto de Dantzig (Gdansk), homem maduro, artesão armeiro abastado, mas muito temperamental, de caráter violento. Quando tinha 31 anos, Dorotéia teve seus primeiros êxtases e o esposo não tinha paciência com suas experiências místicas e a maltratava. Levando a vida matrimonial com paciência, humildade e gentileza, conseguiu mudar pouco a pouco o caráter do esposo. O casal fez frequentes peregrinações a Colônia, Aachen e Eisiedeln.
     Em 1390, eles resolveram visitar os túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo em Roma. Mas Adalberto, impedido por uma enfermidade, permaneceu em casa, aonde veio a falecer. Entregue a Deus, Dorotéia viajou sozinha para Roma. Ia mendigando, quase sem observar as regiões que percorria. Chegando a Roma, caiu doente e foi tratada durante longas semanas no hospital de Maria Auxiliadora. Quando regressou, seu esposo já havia falecido há meses. Dos nove filhos que tiveram, quatro morreram ainda crianças e quatro durante a praga de 1383. Somente uma filha, Gertrudes, sobreviveu e tornou-se beneditina em Colônia. A Santa dedicou a ela um pequeno tratado de vida espiritual.
     No verão de 1391, sentindo-se sozinha, Dorotéia se mudou para Marienwerder (Kwidzyn). Ali encontrou o seu diretor espiritual, João de Marienwerder (1343-1417), da Ordem Teutônica, sábio teólogo e professor em Praga. Percebendo a grandeza espiritual da penitente, ele iniciou a transcrição de suas visões e de seu ensinamento em 1392. Este trabalho compreende sete livros em Latim, o Septililium. Escreveu também a vida da Santa em quatro livros, impressos por Jakob Karweyse.
    Em 2 de maio de 1393, depois de uma provação de dois anos, e com a permissão do Capítulo e da Ordem Teutônica, passou a viver em uma ermida construída junto à Catedral de Marienwerder. A cela tinha dois metros de largura e três de altura. Três janelas completavam a ermida: uma abria-se para o céu; outra dava para o altar, para que ela acompanhasse a Santa Missa e comungasse; a terceira dava para o cemitério e servia para lhe passarem os alimentos. Dorotéia vivia austeramente e comungava diariamente, algo excepcional para seu tempo. Com seu exemplo edificava a todos que a procuravam em busca de conselho e consolo. Foram-lhe atribuídas muitas conversões.
     Embora não tivesse frequentado escola, Doroteia tinha uma bagagem cultural graças às suas viagens e ao contato com eclesiásticos eminentes. Além da Ordem Teutônica, sofreu influência da espiritualidade dominicana e teve como modelo Santa Brígida da Suécia, cujas relíquias haviam passado por Dantzig em 1374.
     A Beata morreu em Marienwerder no dia 25 de junho de 1394, e foi logo venerada como santa e Patrona da Ordem Teutônica e da Prússia.
     As obras do seu confessor vieram à luz entre 1395 e 1404. Os Bolandistas editaram duas "vidas" e o Septililium, onde os carismas da mística são apresentados como efusão extraordinária do Espírito Santo.
     Os livros compilados pelo confessor de Dorotéia tinham por finalidade sua canonização como a primeira Santa da Prússia. A obra tem muitas informações interessantes sobre o dia a dia numa fazenda, numa aldeia, e em prósperas cidades. A tradução destes livros forneceu o texto do primeiro livro impresso na Prússia, no ano de 1492, e também facilitou estudos de textos medievais.
     De acordo com a biografia escrita por seu confessor, a beata era muito dedicada ao Santíssimo Sacramento e em várias ocasiões Deus lhe concedeu a graça de poder vê-lo na Hóstia para satisfazer seu grande desejo. O biógrafo de Doroteia menciona que em seu tempo o Santíssimo Sacramento costumava ser exibido o dia todo nas igrejas da Prússia e Pomerânia.
     A doutrina de Doroteia propõe renovar o homem através de três caminhos: remover o pecado que tirou do homem a semelhança de Deus, tornando-o semelhante aos animais; purificar-se pela humildade e penitências que fazem crescer as virtudes teológicas e morais, participação na Paixão de Cristo, dedicação aos pobres, desejo pela Eucaristia. Através de uma longa jornada de autonegação, a alma é subsequentemente, de forma gradual, transformada pelo Espírito Santo. 
     O estágio final é o estágio “unitivo”, que começa com a renovação do coração. Jesus fala a Doroteia, contrastando seus pecados com a beatitude celestial, trazendo-a ao matrimônio espiritual com Deus; a alma sente a presença e a vontade divina, vivendo em sua constante uniformidade, como em uma morada, recebendo virtudes, dons, bem-aventuranças, frutos. É a perfeição cristã, que só pode ser alcançada com a graça do Senhor.
     Doroteia foi venerada popularmente desde o momento de sua morte como a guardiã dos Cavaleiros Teutônicos e padroeira da Prússia / Pomerânia. Em 1405, 257 testemunhas descreveram suas virtudes e milagres. O processo formal de canonização, iniciado em 1404, foi interrompido e não foi retomado até 1955; ela foi finalmente beatificada pelo Papa Paulo VI (culto confirmado) em 1976.
     É celebrada em 25 de junho e 30 de outubro. Suas relíquias desapareceram durante a pseudo-reforma protestante. A igreja de Marienwerder, onde a Beata Dorotéia foi sepultada, atualmente é luterana.
     Ela é representada com o livro das revelações na mão, o rosário e cinco flechas que simbolizam os estigmas. A sua espiritualidade é comparada à de Santa Brígida da Suécia e de Santa Catarina de Siena.
 
Fontes: Santos de cada dia, Pe José Leite S.J.; www.santiebeati.it; "Vidas dos Santos por A. Butler", Herbert Thurston, SI
 
     (*) Marienwerder - Kwidzyn em polonês - é uma cidade no norte da Polônia, próxima do Rio Liwa. Com cerca de 40 mil habitantes, ela faz parte da Pomerânia desde 1999. É a capital do Condado de Kwidzyn.
     Ordem Teutônica ou Ordem dos Cavaleiros Teutônicos foi uma ordem militar vinculada à Igreja Católica por votos religiosos pelo Papa Clemente III, formada em São João de Acre, na Palestina, na época das Cruzadas, no final do século XII. Usavam sobrevestes brancas com uma cruz negra. Esta Ordem fundou o Castelo de Marienwerder em 1232 e a cidade no ano seguinte. Marienwerder tornou-se a sede do Bispado da Pomerânia dentro da Prússia.
      Dorotéia de Montau viveu em Marienwerder de 1391 até sua morte em 1394. Os peregrinos vinham a Marienwerder para rezar diante de suas relíquias.
      A Confederação Prussiana foi fundada em Marienwerder em 1440. Em 1466, a cidade tornou-se feudo da Polônia junto com o que restou da propriedade dos Cavaleiros Teutônicos após sua derrota na Guerra dos Treze Anos.
     Marienwerder tornou-se parte do Ducado da Prússia, um feudo da Polônia, quando aquele ducado foi criado em 1525. O ducado foi herdado pela Casa dos Hohenzollern em 1618 e foi elevado a Reino da Prússia em 1701. A cidade era a capital do Distrito de Marienwerder. Após o primeiro desmembramento da Polônia, Marienwerder tornou-se sede da nova Província da Prússia.  E depois das guerras napoleônicas foi incluída na região de Marienwerder (Kwidzyn).
 
Postado neste blog em 24 de junho de 2019

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Santa Maria Guadalupe Zavala, Fundadora - 24 de junho

     
     No Evangelho lemos a tríplice pergunta que Jesus fizera a Pedro:  "Tu amas-Me?". Cristo faz esta mesma pergunta aos homens e mulheres de todas as épocas. Aconteceu assim na vida da Beata Maria Guadalupe Garcia Zavala, mexicana, que ao renunciar ao matrimônio, se dedicou ao serviço dos mais pobres, dos necessitados e dos enfermos, e por isso fundou a Congregação das Servas de Santa Margarida Maria e dos Pobres.
     Com fé profunda, uma esperança sem limites e um grande amor a Cristo, a Madre Lupita procurou a própria santificação partindo do amor ao Coração de Jesus e da fidelidade da Igreja. Desta forma viveu o lema que deixou às suas filhas:  "Caridade até ao sacrifício e constância até à morte".
 
     Anastásia Guadalupe García Zavala nasceu em 27 de abril de 1878 em Zapopan, Jalisco, México. Foram seus pais Fortino Garcia Zavala e Refugio de Garcia.
     Quando criança, ela era conhecida pela sua piedade e fazia visitas frequentes à Basílica de Nossa Senhora de Zapopan, que se encontrava ao lado da loja de artigos religiosos dirigida por seu pai. Com transparência e simplicidade fora do comum, Maria tratava a todos com igual amor e respeito.
     Ainda jovem planejou casar-se com Gustavo Arreola, mas de repente, aos 23 anos, rompeu seu noivado. O motivo: Maria sentiu-se chamada a amar Nosso Senhor de maneira exclusiva na vida religiosa, e entregar-se plenamente à assistência aos pobres e doentes.
Fundadora das “Servas”
     Quando Maria confidenciou a seu diretor espiritual, Pe. Cipriano Iñiguez, sua “súbita mudança de coração”, ele revelou que durante algum tempo tivera a intenção de fundar uma congregação religiosa que prestasse assistência aos hospitalizados, e convidou Maria para o acompanhar nessa fundação.
     A nova Congregação, que começou oficialmente em 13 de outubro de 1901, era conhecida como “Servas de Santa Margarida Maria (Alacoque) para os Pobres”.
A Santa na juventude
“Pobre com os pobres”
     Maria trabalhava como enfermeira, dando assistência aos primeiros pacientes que foram recebidos no seu hospital. Como enfermeira, até se ajoelhava no chão para cuidar dos primeiros pacientes do hospital, no qual no início, obviamente, faltava muitas coisas. Nela, porém, sempre reinava ternura e compaixão. Independentemente da pobreza e da falta de bens materiais dos pacientes, o cuidado com o bem-estar físico e espiritual dos doentes foram suas principais preocupações. Maria entregou-se plenamente nesta tarefa de amor.
     Irmã Maria foi nomeada Superiora Geral da Congregação que crescia rapidamente. Ensinou às Irmãs que lhe foram confiadas, principalmente por meio de seu exemplo, a importância de viver uma verdadeira pobreza interior a exterior com alegria. Ela estava convencida que era apenas amando e vivendo a pobreza que se pode ser verdadeiramente “pobres com os pobres”.
      De fato, Madre Maria era conhecida pela sua humildade, simplicidade e vontade de aceitar tudo o que vem das mãos de Deus. Embora fosse de família relativamente rica, como Superiora-Geral da nascente Congregação (cargo que desempenharia até o termo da sua vida) adaptou-se com alegria a uma vida extremamente sóbria. Quando o hospital passou por um momento de sérias dificuldades econômicas, Madre Maria pediu autorização ao seu diretor espiritual para ir pedir esmola a fim de recolher dinheiro para o hospital. Juntamente com outras irmãs foi pedir esmolas até que as necessidades do hospital e os pacientes foram atendidos: ela não pedia mais do que o necessário ao bem de todos. As Irmãs trabalhavam igualmente nas paróquias, onde elas ajudavam os sacerdotes ensinando o Catecismo.
Arriscando a vida
     
Com a queda do presidente Porfirio Diaz, a partir de 1911 a situação político-religiosa no México ficou difícil até praticamente 1936, pois a Igreja Católica foi perseguida sobretudo pelos revolucionários Venustiano Carranza, Álvaro Obregón, Pancho Villa e sobretudo Plutarco Elias Calles no período mais sangrento entre 1926 e 1929. 
     Durante aquele período de perseguição contra a Igreja Católica no México, Madre Lupita, arriscando sua vida e as das Irmãs, escondeu alguns padres e o Arcebispo de Guadalajara, Francisco Orozco y Jiménez. As freiras alimentaram e trataram dos próprios perseguidores que eram feridos nos combates. Esta foi uma das razões pelas quais os soldados acampados no hospital não apenas não incomodaram as freiras, mas as defenderam e aos doentes.
     Em 1960, a Congregação comemorou as bodas de diamante da Fundadora, que aos 83 anos ainda vivia, mas com os sinais da doença que a levaria a morte dois anos depois.
     Em 13 de outubro de 1961 a Congregação das Servas de Santa Margarida e dos Pobres festejou com júbilo os 60 anos de vida religiosa de Madre Lupita.
     Os dois últimos anos de vida da Madre Lupita foram vividos em extremo sofrimento por causa de doença grave e, em 24 de junho de 1963, ela faleceu aos 85 anos de idade. Quando faleceu já gozava de uma sólida fama de santidade
     Madre Lupita foi amada por ricos e pobres e durante a sua vida inteira deu um exemplo de fidelidade a Igreja. Durante a vida da Fundadora 11 fundações foram criadas no México. Hoje a Congregação conta com 22 casas e está presente em cinco países: México, Peru, Islândia, Grécia e Itália.
     A Fundadora foi beatificada por João Paulo II, em São Pedro, no dia 25 de abril de 2004 e canonizada por Francisco I, igualmente na Praça de São Pedro, em Roma, em 12 de maio de 2013.
Fontes:
https://it.cathopedia.org/
http://www.santosebeatoscatolicos.com/
https://pt.aleteia.org/
 

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Venerável Liberata Ferrarons y Vives, Leiga, Terceira Carmelita – 21 de junho

   
     Sua figura sobressai entre os terceiros carmelitas do século passado. Liberata Ferrarons (1803-1842) se parece com os antigos terceiros nos aspectos místicos e extraordinários de sua vida. Era filha de Juan Ferrarons y Trias, um tecelão pobre de Olot, na Catalunha, onde havia um convento carmelita desde 1565, e de Teresa Vives i Coll, cuja família estava ainda unida entre si por estreitos laços de amor paterno e filial. Foi batizada como Liberata Margarida Rosa.
     Juan Ferrarons apenas podia manter a família, quando, em 1816, caiu enfermo e morreu. Devido a morte dos irmãos, Liberata era a mais velha e não havia mais remédio que mandá-la, aos seis anos, pedir esmolas pelas ruas. Durante dois anos, a menina manteve a família desta forma, até que pode arranjar emprego numa fábrica de tecidos. Vai ser rebobinadeira na fábrica de tecidos de Sant Joan les Fonts, para onde se deslocava diariamente a pé, trabalhando doze a catorze horas por dia.
     Em 1820, trabalhou na fábrica de Doménec Jou, em Olot, em trabalhos de manipulação de algodão, e desde 1823, na fábrica de Antoni Carbó. Então já começara a adoecer e obteve algumas facilidades de horário por este motivo.
     Nos dezenove anos em que pode estar ativa, desenvolveu grande habilidade que, juntamente com sua diligência, converteu-se numa empregada excelente e solicitada. Subiu à posição de encarregada de outras trabalhadoras na fábrica.
     Em 1819, proclamou seus votos na Ordem Terceira do Carmo. Este acontecimento marcou mais um passo em sua vida de oração e solidariedade, à qual se dedicou totalmente. No trabalho, seus dedos voavam ágeis sobre o tear, deixando seus pensamentos livres para viver em Deus. Supervisionava as outras jovens com prudência e animação para o bem. Organizou a recitação do Rosário durante o trabalho – piedosa prática que não era rara nas fábricas espanholas daqueles tempos.
     Liberata tinha aparência de moça elegante com atraentes traços, alta e forte. Sua saúde não era muito boa, devido, sem dúvida, a sua infância desnutrida e sobrecarregada de trabalhos. Um quisto hidático começou a provocar complicações nos sistemas circulatório, digestivo e respiratório. Em maio de 1829, a doença se agravou e no ano seguinte teve que se acamar de maneira definitiva até o dia de sua morte. Sua enfermidade, sem dúvida, desconcertava os médicos tanto nos sintomas como na evolução, porque somente levava à conclusão de que era algo sobrenatural, pois como poderia permanecer viva e suportar tantas dores.
     Em seus últimos anos, experimentou visões e outras graças místicas, como afirmam seus confessores. Segundo seus biógrafos, durante os anos de enfermidade teve visões sobrenaturais e assistiu, em espírito, a várias manifestações litúrgicas celebradas em Olot, Madrid e Roma, as quais descrevia diante da admiração de todo mundo.
     Liberata faleceu no dia 21 de junho de 1842, na casa de número 11 da rua de Sant Bernat, onde vivia desde 1839.​
     A vida virtuosa de Liberata, os sofrimentos sublimados pacientemente e a oração mística não foram esquecidos pelo povo, que conserva toda sua veneração, esperando sua canonização.
Veneração
     A fama de santidade com que morreu motivou que poucos meses depois de sua morte se recopilassem toda uma série de notas e documentos biográficos e testemunhais, que foram enviados a Roma para se estudar a possível causa de beatificação. O reitor de San Esteban de Olot, Esteve Ferrer, se referiu a ela como serva de Deus já em 1898, quando se erigiu uma lápide em sua honra. Em 1942 foram celebrados vários atos religiosos em Olot em comemoração do centenário de sua morte.
     Em 19 de junho de 1966, depois das oportunas provas testemunhais e de verificação de autenticidade, seus restos foram trasladados em procissão à igreja paroquial de San Esteban de Olot.
Liberata havia sido proposta como modelo de trabalhadora cristã
     Em 17 de janeiro de 2009 o Papa Bento XVI, recebeu em audiência privada Sua Excelência Mons. Ângelo Amato, SDB, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos. Durante a audiência, o Santo Padre autorizou a Congregação a promulgar o decreto reconhecendo as virtudes heroicas da Serva de Deus. Este é o primeiro importante passo no caminho da beatificação. Agora é necessário um milagre por intercessão da Venerável Liberata para que seja declarada bem-aventurada.
 
Igreja de San Estevan de Olot onde a Venerável está enterrada

Fonte: LOS CARMELITAS – Historia de La Orden Del Carmen – Volume V
Joaquin Smet, O. Carm.
http://vidas-santas.blogspot.com/
Referencias
- «El vaticà aprova el reconeixement de dos catalans com a probables futurs sants». CCMA (en catalán). junio de 2015. Consultado el 15 de enero de 2017.
- Xavier Valeri (14 de junio de 2015). «Lliberada Farrerons, camí de la santedat» (en catalán). Diari de Girona. Archivado desde el original el 23 de septiembre de 2015. Consultado el 15 de enero de 2017.
Lliberada Ferrarons i Vives - Wikipedia, la enciclopedia libre

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Beata Osana Andreasi de Mântua, Virgem e Mística – 18 de junho


Em Mântua, na Lombardia, região da Itália, a Beata Osana Andreasi, virgem, que, tomando o hábito das Irmãs da Penitência de São Domingos, associou com admirável sabedoria a contemplação das realidades divinas com as ocupações terrenas e a prática das boas obras. († 1505)
 
     A Beata Osana Andreasi nasceu no magnífico palácio de uma nobilíssima família italiana (sua mãe é uma Gonzaga). Aos cinco anos, enquanto caminhava nas margens do Pó, ouviu distintamente uma voz clara e firme que lhe diz: "A vida e a morte consistem em amar a Deus". A criança entra em êxtase e sente-se levada até o Céu por um esplêndido anjo. Este lhe mostra a hierarquia do Céu e diz: "Para entrar no Céu é necessário que a Deus muito se ame. Vê, todas as coisas cantam-lhe a glória e proclamam aos homens: ama-O, ama-O, Ele a tudo criou para que O amem!"
     A partir dessa experiência, nasce nela um grande desejo de estudar teologia. O pai se opõe como algo que não é adequado para uma criança. Mas Osana reza. Em resposta às suas orações a Nossa Senhora, esta começa a aparecer em pessoa e dá-lhe aulas. Então Osana aprende latim e adquire um grande conhecimento das Escrituras Sagradas. Cita de memória até mesmo os comentários dos Padres da Igreja.
     Por fim, seu pai se convenceu. Permite que ela dedique sua vida à teologia, não se case aos quinze anos e use o hábito de terciária dominicana. Mas Osana também assume responsabilidades políticas, incluindo a regência provisória do Ducado de Mântua
     Quando Osana tinha 28 anos de idade, recebeu estigmas na sua cabeça, no lado e nos pés, embora fossem visíveis para terceiros apenas em certos dias da semana especialmente às sextas-feiras e durante a Semana Santa. Osana relatou a sua vida espiritual e experiências místicas ao seu biógrafo e orientador espiritual, o beneditino Jerônimo de Monte Oliveto.
     Ajudava os pobres e serviu como diretora espiritual de muitas pessoas, gastando grande parte da fortuna da sua família para auxiliar os mais necessitados. Manifestava frequentemente a sua repulsa pela decadência e criticava a aristocracia pela ausência de moralidade. Foi amiga da Beata Columba de Rieti e recebeu apoio espiritual da Beata Estefânia Quinzani.
     A sua casa era um autêntico centro de ação social e caritativa em benefício dos mais necessitados, bem como um local habitual de reunião e discussão sobre temas espirituais e vida da Igreja. Uma das principais causas de sofrimento de Osana no seu tempo foi a degradação da Igreja sob o pontificado do Papa Alexandre VI.
     Osana passou os últimos 37 anos da vida na corte de Mântua. Em 1478, os soberanos de então, o Duque Francisco II e sua mulher, Isabel d’Este, fizeram dela superintendente da sua Casa. Depressa compreenderam que era um anjo que tinham debaixo do teto. Quando ela estava para morrer, ajoelhados junto do leito, pediram-lhe a bênção; ela respondeu que pertencia ao sacerdote presente abençoá-los. Foi preciso que este tomasse a mão dela para lhes traçar na testa o sinal da cruz. Francisco II isentou de contribuições, por vinte anos todos os membros da família dela. E a duquesa Isabel ergueu-lhe um belo mausoléu, que ainda agora se vê na Catedral de Mântua.
     Dotada de dons proféticos, com suas orações protegeu o Duque Francisco na batalha de Fornovo de 1495, predisse a derrota de César Borgia e, em 1500, o tão suspirado nascimento do primeiro filho de Isabel d’Este, Frederico II, “filhinho da oração”. Falou também de um flagelo que cairia sobre a Itália corrupta, profetizando o saque de Roma, obra dos Lanzichenecchi (soldados de infantaria alistados pelas Legiões Alemãs, famosos por sua crueldade), em 1527.
     A ''Vida da Beata Osana'' foi escrita em 1507, pouco depois da sua morte. Fr. Jerônimo juntou traduções em latim das 24 cartas recebidas de Osana, acompanhadas de documentos certificando a sua autenticidade. A biografia tem um caráter de relatório detalhado das suas conversas com Osana.
     Uma outra biografia, publicada em 1505 é da autoria de Fr. Francisco Silvestre de Ferrara, um dos mais relevantes teólogos tomistas e que veio a ser Mestre Geral da Ordem dos Pregadores.
     Osana faleceu a 18 de junho de 1505. O seu corpo incorrupto encontra-se em exposição sob o altar de Nossa Senhora do Rosário na Catedral de Mântua, Itália.
* * *
    
     Gostaria de meditar sobre o fato maravilhoso - referido por seu confessor e biógrafo - que aconteceu quando ela tinha cinco anos de idade. Sabemos que o estudo da teologia - e da filosofia, que necessariamente a acompanha - é muito profundo e requer uma aplicação vigorosa da razão. São estudos normalmente adequados a pessoas maduras: quanto mais madura é a pessoa, mais adequado é o estudo deste tipo. Esta é a regra: a vida da Beata Osana é a exceção.
     Olhemos uma menininha de cinco anos que caminha ao lado de um rio muito bonito, o Pó. Eu mesmo tive a oportunidade de apreciar a beleza do Pó em uma viagem de Milão a Veneza. A menina está admirando o rio quando um anjo aparece. Um anjo magnífico que fala do amor a Deus e como toda a criação canta e proclama a Sua glória. A essência desta mensagem é que Deus criou todas as coisas para ser amado por meio delas.
     Por que um anjo apareceu para esta menina? E como é que o anjo faz para abrir a alma de uma criança para a contemplação de Deus na Criação? A menina provavelmente já estava preparada pela sua natureza a considerar com admiração a paisagem à sua frente. É comum entre as crianças que conservam sua inocência original colocar-se numa posição de admiração diante das belezas da natureza. Mas aqui aparece um anjo e se torna a coisa mais bela que ela já tinha visto. Percebemos isto pelo relato de seu confessor e biógrafo, que o deve ter contado muitas vezes.
     O anjo, movendo-se em uma espécie de auge da beleza, a ergue desta Terra e mostra a ela a hierarquia celeste, ou seja, a hierarquia angélica no Paraíso, onde os tronos dos anjos caídos permanecem vazios e são gradualmente ocupados por homens e mulheres santos. Assim é mostrada a Osana a mais bela realidade que existe, todo o Reino Celeste. Depois de ter mostrado toda esta beleza, o anjo lhe diz para observar como todas as coisas criadas por Deus são intrinsecamente boas e dignas de serem amadas. É a conclusão natural: ame as criaturas e ame o Seu Criador, a fim de tornar-se santa e ir para o Céu para ocupar o lugar preparado para você.
     Deus, por meio de seu anjo, convida uma menina a compreender o esplendor da criação e a magnificência do Criador, algo que vai muito além da capacidade de percepção natural dos sentidos. Deus a convida a elevar-se acima das limitações humanas e a concentrar a sua alma sobre as realidades espirituais que são imperceptíveis aos nossos sentidos, mas que são mais reais do que a realidade material. Mostra-lhe também um anjo e a hierarquia angélica composta por seres puramente espirituais. No vértice da hierarquia está Nossa Senhora e, acima dEla, o Rei dos reis, Nosso Senhor Jesus Cristo.
     Com este convite único Deus está formando uma pessoa cuja vida inteira será dedicada à reflexão. Enquanto o anjo mostra para Osana todas estas coisas, está implicitamente dizendo a ela para fazer um esforço de inteligência para conhecer Deus. O anjo indica, já aos seus cinco anos, a estrada que lhe é destinada para se santificar: se estas coisas são tão belas, como Deus deve ser mais belo. E ela começa a meditar sobre estas coisas. (...)
 
Autor: Plinio Corrêa de Oliveira
Postado neste blog em 17 de junho de 2011

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Beata Albertina Berkenbrock, Virgem e mártir da castidade - 15 de junho

     
     Albertina Berkenbrock nasceu a 11 de abril de 1919, em São Luís, paróquia São Sebastião de Vargem do Cedro, município de Imaruí, Estado de Santa Catarina, numa família de origem alemã, simples e profundamente cristã. Era filha do casal de agricultores, Henrique e Josefina Berkenbrock, e teve mais oito irmãos e irmãs. Foi batizada no dia 25 de maio de 1919, crismou-se a 9 de março de 1925 e fez a primeira comunhão no dia 16 de agosto de 1928.
     Quando chegou o tempo da catequese preparatória para os sacramentos da confissão e comunhão, Albertina chamou a atenção pela forma como se preparou: com muita diligência e grandeza de coração. A “primeira confissão” tornou-se porta aberta para se confessar frequentemente. A “primeira comunhão” foi uma experiência única, a tal ponto que ela própria afirmou: - “Foi o dia mais belo de minha vida!”
     Albertina cultivou uma devoção muito filial a Nossa Senhora, venerando-a com carinho, tanto em casa como na capela da comunidade. Participou, com intensidade, da oração do rosário junto com os familiares. Na simplicidade de coração, recomendou, seguidamente, a Maria - Mãe de Jesus e Mãe da Igreja - a sua alma e a sua salvação eterna.
     Ela deixou crescer dentro de si uma afinidade muito grande com o padroeiro da comunidade, São Luís. Uma coincidência providencial esta devoção ao Santo, que é modelo de pureza espiritual e corporal. Certamente, preparando-a também para um dia defender com sua vida este grande valor
     Há uma singular concordância entre os relatos dados nos vários processos canônicos por parte das testemunhas que a tinham conhecido e convivido com ela, ao descrevê-la como uma menina bondosa no mais amplo sentido do termo. A natural mansidão e bondade de Albertina conjugavam-se bem com uma vida cristã compreendida e vivida completamente. Da prática cristã derivava a sua inclinação à bondade, às práticas religiosas e às virtudes, na medida em que uma criança da sua idade podia entendê-las e vivê-las.
     Sabia ajudar os pais no trabalho dos campos e especialmente em casa. Sempre dócil, obediente, incansável, com espírito de sacrifício, paciente, até quando os irmãos a mortificavam ou lhe batiam ela sofria em silêncio, unindo-se aos sofrimentos de Jesus, que amava sinceramente.
     A frequência aos sacramentos e a profunda compenetração que mostrava ter na participação da mesa eucarística é um índice de maturidade espiritual que a menina tinha alcançado; distinguia-se pela piedade e recolhimento.
A família da Beata
     O cenário no qual foi consumado o delito é terrivelmente simples, quanto atroz e violenta foi a morte de Albertina. No dia 15 de junho de 1931, estava ela apascentando os animais de propriedade da família quando o pai lhe disse para ir procurar um bovino que se tinha distanciado. Ela obedeceu. Num campo vizinho encontrou Idanlício e perguntou-lhe se tinha visto o animal passar por ali.
     Idanlício Cipriano Martins, conhecido com o nome de Manuel Martins da Silva, era chamado pelo apelido de Maneco. Tinha 33 anos, vivia com a mulher próximo da casa de Albertina e trabalhava para um tio dela. Embora já tivesse matado uma pessoa, era considerado por todos um homem reto e um trabalhador honesto. Albertina muitas vezes levava-lhe comida e brincava com os seus filhos; portanto, era uma pessoa do seu conhecimento.
     Quando Albertina lhe perguntou se tinha visto o boi, Maneco responde que sim, acrescentando que o tinha visto ir para o bosque próximo dali e ofereceu-se para acompanhá-la e ajudar na busca. Mas, ao chegarem perto do bosque, fez-lhe proposta libidinosa, e a seguira com intenção de lhe fazer mal. Albertina não consentiu e Maneco então a pegou pelos cabelos, jogou-a ao chão e, visto que não conseguia obter o que queria porque ela reagia, pegou um canivete e cortou o seu pescoço. A jovem morreu imediatamente. Dos testemunhos dos companheiros de prisão de Maneco foi revelado que a menina não aceitou o convite dizendo que aquele ato era pecado. A intenção de Maneco era clara, a posição de Albertina também: não queria pecar.
     Durante o velório, Maneco controlava a situação fingindo velar a vítima e ficando por perto da casa e acusou João Cândido de ter cometido o crime. Porém, antes que descobrissem quem era o assassino, algumas pessoas notaram um fenômeno: todas as vezes que ele se aproximava do cadáver de Albertina a grande ferida do pescoço começava a sangrar.
     João Cândido ou João Candinho, o presumido assassino foi arrastado para junto do corpo da menina morta. Ele jura: - Nunca vi essa menina! Protesta sua inocência. Em vão. Dois dias depois chegou o prefeito de Imaruí. Acalmou a população e mandou soltar João Candinho. Foi à capela, tomou um crucifixo e, acompanhado por Candinho e outras pessoas, foi à casa do pai de Albertina, o colocou sobre o peito da menina morta. Mandou que João Candinho se ajoelhasse e, mãos sobre o crucifixo, jurasse que era inocente. Dizem que naquele momento o sangue da ferida parou de sangrar.
     
Enquanto isto Maneco fugia... Depois de muitas andanças foi preso em Aratingaúba a caminho de Imaruí. Preso, confessou o crime. Correu o processo, foi condenado. Na prisão comportou-se bem. Confessou ter matado Albertina porque ela recusara ceder às suas intenções libidinosas.
     No funeral de Albertina participou um elevado número de pessoas e todos diziam já que era uma "pequena mártir", pois dado o seu temperamento, a sua piedade e delicadeza, estavam convencidos de que tinha preferido a morte ao pecado. Albertina sacrificou a vida somente pela virtude.
     Por causa da fama de martírio de Albertina e de favores especiais obtidos por sua invocação, muitíssimas pessoas, individualmente ou em grupos, deram início a romarias ao lugar de sua morte e a seu túmulo no cemitério de São Luís. Pode-se afirmar que essa interminável peregrinação nunca foi interrompida, mesmo após 90 anos da sua morte.
     Em 1952, na mesma capela onde Albertina recebeu a primeira comunhão, o Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Florianópolis reuniu-se para dar início ao processo de sua beatificação e canonização; de fato, a essa arquidiocese pertencia então a paróquia de Vargem do Cedro. Posteriormente, com a divisão da arquidiocese e a criação da Diocese de Tubarão, é o primeiro bispo de Tubarão, Dom Anselmo Pietrulla, OFM, que leva adiante a causa. Obedecendo às determinações das leis da Igreja, em 1956 é feito um processo complementar. Infelizmente, por uma série de circunstâncias, de 1959 em diante o processo de Albertina ficou interrompido até o ano 2000.
     Em maio de 2000, o terceiro bispo de Tubarão, Dom Hilário Moser, SDB, retomou o processo. Nomeou postulador da causa de beatificação e canonização de Albertina, Fr. Paolo Lombardo, OFM, de Roma. O postulador veio a Tubarão em maio do mesmo ano, quando foi possível dar os primeiros passos concretos no sentido de retomar o processo.
     Atendidas as exigências das leis da Igreja nesses casos, finalmente no dia 12 de fevereiro de 2001, presente o postulador geral da causa de beatificação, procedeu-se à exumação dos restos mortais de Albertina.
     Nesse interim, o Tribunal Eclesiástico nomeado para o caso fez um terceiro processo complementar sobre a fama de martírio e santidade da Serva de Deus Albertina. Encerrado com pleno êxito, no dia 18 de fevereiro de 2001 pôde-se inumar seus restos mortais dentro da igreja de São Luís num elegante sarcófago de granito.
A beatificação de Albertina
     Com o decreto de beatificação assinado por Bento XVI, no dia 16 de dezembro de 2006, Albertina Berkenbrock foi beatificada em 20 de outubro de 2007 em Solene Missa em frente à Catedral Diocesana de Tubarão. Presidiu a Cerimônia o Cardeal Saraiva - prefeito para a causa dos Santos.
 
http://www.santosebeatoscatolicos.com/
Postado neste blog em 14 de junho de 2012

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Beata Francisca de Paula de Jesus “Nhá Chica”, Leiga – 14 de junho

     
[...] Passando por Caxambu, tive minha atenção voltada para vários estabelecimentos comerciais com um nome ao mesmo tempo antigo e popular, mas com o charme do Brasil real, do Brasil verdadeiro, bem diferente daquele Brasil falseado apresentado pelas novelas de TV.
     Satisfazendo minha curiosidade, perguntei ao proprietário da lanchonete Nhá Chica a razão de tal nome. Com calma de montanhês, falou-me longamente a respeito da personagem, cuja vida transcorreu, quase toda ela, na cidade de Baependi, a cinco quilômetros daquela conhecida estância mineira, renomada por suas águas medicinais.
     Tirou da gaveta um pequeno livro que trazia a biografia de Francisca Paula de Jesus Isabel, de autoria de Helena Ferreira Pena. Abriu-o e mostrou-me um soneto – que a diligente autora aproveitou, à guisa de apresentação ao leitor, na 14a edição de seu livro – dedicado à conhecida e venerada em toda região, Nhá (forma abreviada de Senhora) Chica (forma abreviada de Francisca).
     Da lavra do Conselheiro João Pedreira do Couto Ferraz, tais versos, compostos nos idos tempos do Brasil Império – 1873 –, prestam homenagem a Nhá Chica, cujo processo de beatificação foi instaurado no Vaticano, em 1992 (*).
     Mas, afinal, quem foi Nhá Chica? Não se imagine uma dama da aristocracia, como as houve no Brasil, até muito virtuosas. Nhá Chica não foi nem pretendeu ser uma delas, mas sim uma moça interiorana voltada para Deus.
* * *
     Nascida em 1810, em São João del Rei (MG), ainda menina mudou-se com sua mãe para Baependi. Ali, numa modestíssima casa que ainda se conserva, no cimo de um morro onde se ergue hoje a igreja de Nossa Senhora da Conceição, por ela construída, viveu virtuosamente e morreu em odor de santidade no dia 14 de junho de 1895.
     Sua certidão de Batismo fala-nos claramente de sua origem: “Aos vinte e seis de abril de mil oitocentos e dez, na Capela de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, filial desta Matriz de São João del Rei, de licença, o Reverendo Joaquim José Alves batizou e pôs os santos óleos a FRANCISCA, filha natural de Isabel Maria. Foram padrinhos, Ângelo Alves e Francisco Maria Rodrigues. O coadjutor Manuel Antônio de Castro”.
     Com efeito, por uma pintura, na qual ela é retratada e que se conserva na capelinha de sua casa, percebem-se claramente os traços de mestiça, tão frequentes em nosso Brasil real. Como afirmou o Conde Affonso Celso, os negros que vieram para o Brasil mostraram-se dignos de consideração por seus sentimentos afetivos, por sua resignação, coragem e laboriosidade. São dignos, pois, de nossa gratidão.
     Segundo sua biógrafa, Nhá Chica era portadora de nobre missão: “Para todos tinha uma palavra de conforto e a promessa de uma oração”. Sua companhia diuturna era uma pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição, em tosco oratório, ainda hoje venerada na igreja, conhecida na cidade como igreja da Nhá Chica. Diante da bela imagem esculpida por hábeis mãos de artista em cuja alma vicejava a fé, pude rezar a oração predileta de Nhá Chica, aliás, umas das mais belas preces compostas nos dois mil anos de cristianismo: a Salve Rainha.
     Um fato narrado por Helena Ferreira Pena descreve o perfil espiritual dessa alma de eleição. Certo dia, Nhá Chica recebeu manifestação da Mãe de Deus mediante a qual pedia que Lhe fizesse uma capela. Como isso requeria muito dinheiro, saiu Nhá Chica pelas vizinhanças em busca de auxílio, que não lhe faltou.
     Providenciou logo os adobes (tijolo cru). Quando havia certa quantidade pronta desse material de construção, recebeu Nhá Chica ordem de Nossa Senhora para dar início à edificação. Contratou então um oficial de pedreiro que pôs mãos à obra. Encontrando-se os serviços já em certo estágio, o oficial notou que iria faltar material e disse-lhe: - “Nhá Chica, os adobes não vão chegar!” Respondeu ela: “Nossa Senhora é quem sabe”. O pedreiro continuou o serviço e, ao terminar, não faltou e nem sobrou um só pedaço de adobe.
     Fatos como esse deram-se ao longo de toda construção até o seu término. Mas Nossa Senhora queria mais alguma coisa. Manifestou a sua serva seu desejo: “Queria um órgão para a igreja”. Nhá Chica, porém, na sua incultura, não sabia o que era aquilo. Foi consultar o vigário local, Mons. Marcos Pereira Gomes Nogueira, sobre o que era o órgão que Nossa Senhora desejava para a capela.
     Segundo vai narrando sua biógrafa, Mons. Marcos lhe disse: “Órgão é um instrumento até muito bonito que toca nas igrejas, mas para isso precisa muito dinheiro!”... - “Mas Nossa Senhora queria. Na Rua São José, casa 73, no Rio de Janeiro, chegou um assim”, disse ela.
     Mal Nhá Chica manifestara o desejo de Nossa Senhora, as esmolas começaram a afluir abundantes às suas mãos. Foi encarregado da compra o Sr. Francisco Raposa, competente maestro, que partiu para o Rio de Janeiro. O órgão foi despachado até Barra do Piraí (RJ) por via férrea. De lá até Baependi foi levado em carro de boi.
     Marcada sua inauguração numa quinta-feira às 15 h, ela fez tocar o sino, convidando o povo. Começam a chegar os devotos e a capela ficou lotada. O maestro subiu ao coro e, deslizando suas mãos sobre o teclado, qual não foi a sua surpresa: não se ouviu uma nota sequer! O que teria acontecido?
     “Com certeza estragou-se com a viagem em carro de bois, diziam uns”. – “Qual! Com certeza venderam coisa velha estragada”, diziam outros.
     Nhá Chica chorava... De repente, acalma-se e diz: “Esperem um pouco”. E foi prostrar-se aos pés da Virgem, sua Sinhá.
     O povo esperava ansioso. Ela voltou serena e sentenciou: - “Podeis voltar para suas casas, porque o órgão não tocará hoje, mas amanhã às 15 h (sexta-feira)”, dia da devoção de Nhá Chica. - “Nossa Senhora quer que entoem a ladainha”.
     E assim se fez. No dia seguinte, novamente o sino soava conclamando os fiéis, que, desta vez, foram em número maior, movidos pela curiosidade. E às 3 horas da tarde em ponto, o maestro fez ecoar pela primeira vez por toda a igreja, ao som do órgão, a linda melodia da ladainha de Nossa Senhora! As lágrimas desciam dos olhos de Nhá Chica, mas desta vez lágrimas de alegria e felicidade.
     Pude ver o órgão, infelizmente em mau estado de conservação, na casinha onde viveu esta personagem muito brasileira, carinhosamente chamada de Nhá Chica. Ele não toca mais.
     Caro leitor: se a conselho médico ou para repouso fores a Caxambu, não deixes de percorrer os cinco quilômetros até Baependi, para ouvir, no silêncio acolhedor daquela modesta casa, os conselhos que a graça certamente te inspirará na alma. E encontrarás o único repouso verdadeiro, que é conhecer, amar e servir a Nosso Senhor Jesus Cristo – o Caminho, a Verdade e a Vida.
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Fontes de referência:
Por que me ufano do meu país, Affonso Celso, Coleção Páginas Amarelas, Editora Expressão e Cultura, 1997.
Biografia de Francisca Paula de Jesus, “Nhá Chica”, Helena Ferreira Pena, Editora O Lutador, Juiz de Fora, 14a. edição.
Francisca de Paula Jesus Isabel, Nhá Chica, Mons. José do Patrocínio Lefort – Editora O Lutador, Juiz de Fora, 4a. edição.
 
Fonte: Paulo Henrique Chaves, Catolicismo de janeiro de 1999 (excertos)
 
(*) Nhá Chica foi beatificada no dia 4 de maio de 2013 em Baependi MG durante a celebração presidida por Sua Eminência o Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos.
 
Postado neste blog em 13 de junho de 2016
 
Igreja de Nhá Chica
     
A "Igrejinha de Nhá Chica", depois de ter passado por algumas reformas, é hoje o "Santuário Nossa Senhora da Conceição" que acolhe peregrinos de todo o Brasil e de diversas partes do mundo. Muitos fiéis que visitam o lugar, pedem graças e oram com fé. Tantos voltam para agradecer e registram suas graças recebidas. Atualmente, no "Registro de graças do Santuário", podem-se ler aproximadamente 20.000 graças alcançadas por intercessão de Nhá Chica.
     Nhá Chica morreu no dia 14 de junho de 1895, estando com 87 anos de idade, mas foi sepultada somente no dia 18, no interior da Capela por ela construída. As pessoas que ali estiveram sentiram exalar-se de seu corpo um misterioso perfume de rosas durante os quatro dias de seu velório. Tal perfume foi novamente sentido no dia 18 de junho de 1998, 103 anos depois, por Autoridades Eclesiásticas e por membros do Tribunal Eclesiástico pela Causa de Beatificação de Nhá Chica e, também, pelos pedreiros, por ocasião da exumação do seu corpo.
     Na noite de quinta-feira, 3 de novembro de 2016, os devotos da Beata Nhá Chica de Baependi e região se uniram para participar da Santa Missa com a bênção da nova urna e simulacro do corpo da Beata Nhá Chica. A urna contém relíquias da Beata. A cerimônia histórica e singular foi presidida pelo Bispo da Diocese da Campanha, Dom Pedro Cunha Cruz.
     O momento mais aguardado por todos aconteceu logo no início da noite, quando o esquife com o simulacro de Nhá Chica foi apresentado e surpreendeu aos presentes que, emocionados, dedicaram calorosas e festivas palmas em honra da Beata.
Fonte: ABNC


sábado, 12 de junho de 2021

Beata Maria Júlia Rodzinska, Mátir

     
     Há 22 anos, no dia 13 de junho de 1999, João Paulo II beatificou em Varsóvia, durante sua sétima viagem apostólica a Polônia, 108 mártires vítimas da perseguição contra a Igreja polonesa durante a ocupação alemã nazista de 1939 a 1945.
     O ódio racial forjado pelo nazismo provocou mais de cinco milhões que vítimas entre a população civil polonesa, muitos deles eram religiosos, sacerdotes, bispos e leigos católicos.
     Compilando informações e testemunhos foi possível abrir vários processos de beatificação. O primeiro foi aberto pelo bispo de Wloclawek, onde um grande número de vítimas padeceu o martírio. A este processo confluíram outros e o número de Servos de Deus, que inicialmente era de 92, paulatinamente chegou a 108.
     Dentre estes nomes se destaca o da religiosa professa dominicana Júlia Rodzinska, que nasceu em 16 de março de 1899 em Nawojowa, Malopolskie, Polônia e que na pia batismal recebeu o nome de Stanislava.
     Dela se sabe que ingressou na Ordem Dominicana no ano de 1916 e realizou sua profissão solene em 5 de agosto de 1924. Como educadora foi conhecida como a “mãe dos órfãos”, além disto, era chamada “a apóstola do Rosário”.
     Foi aprisionada em 12 de julho de 1943, sofreu no campo de concentração de Sztutowo (a.k.a Stutthof), Pomorskie, Polônia, por dois anos, onde morreu em 20 de fevereiro de 1945, na idade de quarenta e cinco anos, depois de haver contraído tifo, enfermidade que assolava o campo de concentração, pois não tinha as mais elementares condições higiênicas. Ela contraiu a doença enquanto consolava e apoiava as prisioneiras judias já contagiadas e isoladas.
     A Beata Júlia Rodzinska é a única religiosa dominicana incluída neste numeroso grupo de mártires. Seu processo de beatificação foi iniciado em 10 de março de 1989 e em 24 de abril de 1994 a Congregação para as Causas dos Santos deu como número de protocolo o 1844.
     O Papa João Paulo II aprovou seu martírio e a declarou digna de veneração -"Venerável" – em 26 de março de 1999. Finalmente, a declarou beata em 13 de junho do mesmo ano, junto com os outros cento e sete mártires.
 


Postado neste blog em 21 de fevereiro de 2012
 
“Ela era um anjo no abismo do mal”: martírio no campo de concentração e um Rosário de pão
Anna Gebalska-Berekets
 
     Ela foi brutalmente espancada. Ir. Julia Rodzińska extraia sua força e esperança da oração. Ela era visitada por prisioneiras de várias nacionalidades que desejavam rezar o Terço
     Suas colegas prisioneiras no campo de concentração a chamavam de “anjo da bondade”. A Beata Julia Rodzińska morreu no campo de concentração de Stutthof, aos 46 anos. Ela estava entre os 108 mártires que morreram durante a Segunda Guerra Mundial e foram beatificados pelo Papa João Paulo II em 1999.
     No campo de concentração, a Ir. Julia Rodzińska compartilhou literalmente tudo, incluindo o escasso pão, com outras pessoas. Por sinal, foi com uma fatia de pão que ela fez seu Rosário. Ela tirava sua força e esperança da oração do Rosário. Prisioneiras de diferentes nacionalidades vinham até ela para recobrar suas forças na oração.
Órfã
     Ainda criança, após a morte de seus pais, ela foi acolhida por freiras dominicanas de um convento próximo e depois seguiu para cursar o Magistério.
     Mas, aos 17 anos, ela decidiu abandonar a escola. E ingressou na Congregação das Irmãs Dominicanas. Ela vestiu o hábito branco e assumiu o novo nome de Maria Julia. Foi enviada para Cracóvia, onde continuou os estudos e, depois de passar no exame de qualificação, obteve o certificado de professora permanente.
     Ela era especialmente carinhosa com os órfãos, preocupava-se com suas roupas e sua educação. Cuidava das crianças mais pobres, trabalhava como babá em um orfanato, dando apoio às crianças e ajudando-as na educação.
     Quando o exército soviético invadiu Vilnius (guerra Polaco-Soviética), a situação das freiras mudou dramaticamente para pior. Em setembro de 1920, as irmãs dominicanas foram removidas de seu trabalho e, com a permissão das autoridades da Igreja, passaram a usar roupas de leigas.
     Ir. Julia ensinou clandestinamente também durante a ocupação alemã até sua prisão em 1943.
Anjo no abismo do mal
     A religiosa foi presa e torturada em Łukiszki. Mesmo assim, ela não abandonou sua fé e seus valores fundamentais. Ela foi mantida por um ano em uma cela de isolamento e depois evacuada com outros prisioneiros para o campo de concentração de Stutthof.
     A partir de então, Julia passou a ser a prisioneira número 40992. As condições do campo eram difíceis. Sujeira, vermes, acesso limitado a água potável, pouca comida distribuída em condições extremamente precárias. No entanto, ela não perdeu as esperanças e era um ponto de referência para as outras mulheres.
     Um dia, ela soube que um prisioneiro estava planejando o suicídio no campo anexo. Ela então passou a lhe enviar mensagens secretas até que ele lhe assegurasse que não se suicidaria. Mais tarde, o homem admitiu que foi graças a Ir. Julia que ele conseguiu sobreviver ao inferno do campo.
Rosário de pão
     A religiosa encorajava as outras pessoas a rezar. Ela até fez um rosário a partir de uma fatia de pão. Ewa Hoff, uma das sobreviventes, recordou com emoção.
     “Ela me tocou com delicadeza, como só uma mãe pode acordar uma criança: ‘tenho um pouco de sopa para você e gostaria que você comesse enquanto ainda está quente’”, disse-lhe Ir. Rodzińska.
Uma testemunha de misericórdia
     Quando uma epidemia de tifo eclodiu no campo em 1944, as autoridades isolaram a unidade dos judeus. O plano era que todos os judeus morressem. Os prisioneiros evitavam o “bloco da morte”, mas não Ir. Julia, que ia até lá para entregar remédios e água.
     Ela continuou a ajudar mesmo depois de contrair tifo. Testemunhas afirmaram que Rodzińska “levou misericórdia em condições em que a existência da misericórdia fora esquecida”. Ela morreu como mártir.
     Uma das presidiárias cobriu o corpo nu de Ir. Julia, jogado sobre outros corpos para ser queimado. Deixou sobre seu corpo um pedaço da roupa listrada, como forma de expressar gratidão e respeito por sua vida de sacrifício pelos outros.
De olhos na eternidade
     Durante a Santa Missa pelo 20º aniversário de sua beatificação, pe. Piotr Ciuba OP, prior do priorado dominicano em Cracóvia, observou: “Ela era um anjo no abismo do mal, oferecendo ajuda aos sofredores. Ela é a prova de que o bem pode florescer mesmo onde o mal parece ter se enraizado”.
     Os sobreviventes do campo nazista se lembram dela como uma “freira ajoelhada em uma tábua de madeira, com as costas retas e a cabeça erguida, os olhos fixos na Eternidade”.
https://pt.aleteia.org/
A Beata à direita em 1941